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Crítica | Spider-Gwen #2 a 5

por Handerson Ornelas
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Você pode conferir a crítica da edição #1, clicando aqui.

Assim que a série da heroína Spider-Gwen foi anunciada já aguardava ansioso como seriam as histórias daquele universo alternativo onde os papéis de Gwen Stacy e Peter Parker se trocaram: ela virou a heroína mulher-aranha e Peter foi quem morreu em seus braços. E a primeira edição veio e, apesar de não me fazer desistir da série, decepcionou um pouco. Bem, tempos depois finalmente decido terminar o primeiro arco da heroína. E apesar de, como já deve ter percebido, a nota para a edição #1 permanecer a mesma para o resto da saga, é justo dizer que as 5 edições formam uma história bem satisfatória para a ótima personagem.

Primeiro, Spider-Gwen é uma leitura rápida, despretensiosa e divertida. Pra quem gosta de histórias do tipo “E Se…” é uma boa pedida. No entanto, é quase isenta de pretensões ou ousadias, oferecendo pouca coisa de realmente novo em sua trama. As tramas principais – como a culpa pela morte da figura amada, a perseguição da polícia e de J.J. Jameson, a ideia de proteger quem mais ama e de possuir grandes responsabilidades junto de grandes poderes – são ideias idênticas às tramas tradicionais do amigão da vizinhança. É óbvio que tais ideias deveriam ser trabalhadas, mas eliminando isso não sobra lá muita coisa original pra aproveitar. Fica a sensação que o universo de Gwen-Aranha pudesse ser mais criativo.

A #2 edição é, de longe, a mais interessante. Isso é em grande parte graças ao Porco-Aranha, a versão suína do teioso que entra de para-quedas na história através de uma aceitável justificativa, ajudando em ótimos quadros de humor. O personagem tira grande parte da monotoniedade inicial da série, criando uma instigante dinâmica onde você passa a conhecer melhor os sentimentos de Gwen. Outro acerto da edição fica com a apresentação de dois personagens da Marvel de presença constante nas HQs do cabeça de teia: Frank Castle (Justiceiro) e Matt Murdock (Demolidor). Aqui vemos os personagens em condutas bem diferentes do que costumamos ver, o que incentiva ainda mais a leitura da série. No entanto, no resto das edições o uso dos personagens decepciona. Não há peso ou uma progressão da dramaticidade em relação a eles. Parecem sair de cena de maneira tímida, sem mostrar a que vieram, ainda que Matt Murdock deixe um gancho bem interessante para próximos arcos. Na edição #5 ainda surge Felícia, a gata negra, personagem que, mesmo aqui tendo uma banda de rock divertidamente bizarra, não consegue despertar nenhum interesse do leitor. A razão é clara: a personagem é muito mal trabalhada, surgindo do nada, contando origens e motivações as pressas e logo fechando as cortinas.

A arte de Robbi Rodriguez é satisfatória. Não se trata de um trabalho ruim e nem admirável, já que sua irregularidade incomoda. Se em momentos há traços excelentes principalmente em expressões de personagens, outras o desenho parece um cartoon estranho, fraco principalmente em momentos de ação. Na equipe artística quem realmente consegue dar a HQ um patamar mais elevado talvez seja o colorista Rico Renzi através de cores bem vivas, tons bem coloridos, trazendo uma vivacidade enorme a história, algo prazeroso de se ver.

No geral, Spider-Gwen acaba sendo uma eficiente série pra apresentar uma interessante heroína, nada mais que isso. O grande triunfo aqui está no desenvolvimento não da mulher-aranha, mas de Gwen Stacy e sua vida particular. Seus medos e angústias, sua relação com os demais personagens, principalmente seu pai e sua divertida banda de rock, as The MaryJanes. Vale a pena para os fãs de mundos alternativos e, principalmente, fãs do aranha.

Spider-Gwen #2 a #5 (2015 – EUA)
Roteiro: Jason Latour
Arte: Robbi Rodriguez
Cores: Rico Renzi
Letras: VC’s Clayton Cowles
Editora: Marvel Comics

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