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Crítica | Star Trek: Prodigy – 1X05: Terror Firma

A independência de Gwyn.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leia, aqui, as críticas dos demais episódios e, aqui, de todo nosso material sobre Star Trek.

Terror Firma é o episódio mais genérico de Prodigy até aqui. Não que a série realmente tenha fugido de convenções narrativas nos capítulos anteriores, até porque a obra vive pelos clichês de uma jornada de autodescoberta e interação de grupo, mas Terror Firma é o primeiro episódio da temporada que eu não consigo identificar sequer uma nuance ou sequência que demonstre uma proposta diferencial e autêntica dentro de seus temas batidos de um desenho infantil.

Vou parecer disco arranhado, mas a linguagem da série se baseia em apresentar Star Trek a essa trupe. Em todos os episódios anteriores haviam momentos bem gostosos de deslumbramento com algum elemento de mitologia da franquia – a direção é bem inteligente e sutil nessas partes – e cada capítulo vinha seguindo uma nova estrutura de descoberta, seja da nave ou da exploração intergaláctica. O quinto episódio realmente não tem nada disso, nos dando no máximo referências como a espada Klingon, continuando a aventura dos tripulantes da U.S.S Protostar no planeta vivo que quer prendê-los, agora também fugindo do Diviner.

É basicamente um episódio para solidificar o grupo. Temos vários momentos de conversação entre eles após o episódio anterior mostrar aventuras separadas do grupo – rola até uma rara boa piada disso, quando Dal manda o grupo se separar, mas todos seguem ele. É provavelmente o capítulo com maior número de diálogos descompromissados entre eles, especialmente entre Dal e Gwyn. Existe até uma certa ternura inocente, como quando a dupla está falando das estrelas, e a direção continua seguindo uma ótima pegada de contemplação nesses momentos. Vemos laços sendo fortalecidos e amizades sendo forjadas em confiança, apesar de que a rota utilizada é a mais básica e previsível possível.

Infelizmente, o mote de Terror Firma também é extremamente repetitivo, com o grupo fugindo das raízes do planeta agressivo e também do robô genérico do Diviner. A animação nunca esteve tão ruim como aqui, rendendo sequências vergonhosas em termos de fluidez e até de personagens travando enquanto andam. A direção parece perdida na criação da ação ou de aventura, usando mal os cenários e aplicando zero criatividade em lutas ou fugas.

Por fim, Terror Firma ganha mais alguns pontinhos por causa do desfecho. Há um quê de independência e consolidação do grupo como união no final, especialmente no arco de autonomia de Gwyn em relação a seu pai. O que de certa forma parece fechar um ato dos protagonistas, finalmente iniciando sua grande aventura. Isso abre possíveis desdobramentos para Prodigy assumir uma estrutura descompromissada de exploração. Me pergunto se o show vai continuar seguindo o interessante caminho dos personagens irem aprendendo sobre ST, como a Frota Estelar, a academia, outros cadetes, etc. Há o que se esperar da série nesse sentido. Só falta mais criatividade visual para o tom aventureiro e a dinâmica desses personagens, e certamente mais cuidado para usar os clichês e não se tornar um.

Star Trek: Prodigy – 1X05: Terror Firma (EUA, 17 de novembro de 2021)
Showrunners: Kevin Hageman, Dan Hageman
Direção: Alan Wan
Roteiro: Kevin Hageman, Dan Hageman, Chad Quandt (baseado na obra de Gene Roddenberry)
Elenco (vozes originais): Brett Gray, Ella Purnell, Jason Mantzoukas, Angus Imrie, Rylee Alazraqui, Dee Bradley Baker, Jimmi Simpson, John Noble, Kate Mulgrew
Duração: 24 min.

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