Home TVEpisódio Crítica | Star Trek: Prodigy – 1X10: A Moral Star – Parte 2

Crítica | Star Trek: Prodigy – 1X10: A Moral Star – Parte 2

Transformando exilados em prodígios.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leia, aqui, as críticas dos demais episódios e, aqui, de todo nosso material sobre Star Trek.

A parte inicial da primeira temporada de Star Trek: Prodigy chega a seu grande fim após o cliffhanger do episódio anterior em torno dos personagens fugindo de Tars Lamora e das garras do Diviner. A segunda parte do ano de estreia, também contando com 10 episódios, será lançada em algum ponto de 2022, ainda sem data específica, enquanto já temos uma segunda temporada encomendada. E como eu já esperava, a trama sobre Chakotay foi empurrada para o próximo lote de capítulos, com o décimo episódio dando foco ao passado da raça de Gwyn e à missão de seu pai.

É meio decepcionante que continuemos no mistério sobre o que aconteceu com a antiga tripulação, afinal, é de longe o melhor e mais interessante enigma da série, mas faz sentido narrativamente falando. O roteiro resolveu centrar na sua primeira incógnita apresentada, dando espaço para trabalhar o drama familiar de Gwyn no ótimo clímax dentro da simulação da nave. Além de que, se o texto desse tempo para ambos os mistérios, talvez a distribuição de tempo não funcionaria e acabaríamos com dois núcleos mal resolvidos.

A vingança de Diviner é genérica, da mesma forma que a construção do personagem durante a temporada. O antagonista não poderia ser mais clichê para os parâmetros de uma aventura, mas há pelo menos algo interessante em torno de suas motivações. Descobrimos que o plano do vilão é a destruição da Frota Estelar, tendo retornado ao passado (não sou muito fã de viagem no tempo, mas tudo bem) para evitar que a Federação chegue em seu planeta, tendo desencadeado uma guerra civil e a extinção da sua raça. Não sabemos o quão disso é realmente verdade, e o quanto a culpa é da Frota Estelar, mas essa resolução vai de encontro com o fascinante conceito de “primeiro contato” da franquia, e suas possíveis consequências negativas – nos fazem lembrar do interessante Dream Catcher, com a primeira expedição da trupe dando errado.

Vai ser interessante saber para onde a série levará essa situação, se mergulhará mais ainda na questões de “descobrir raças” apesar de suas limitações infantis – eu espero que sim, pois a proposta de “apresentar ST” para os jovens está atingindo seu teto, e assumir um molde de expedição episódico poderia ser uma boa sacada para a estrutura da animação, além de oferecer o espaço para temas maduros no subtexto. E também me pergunto o quanto disso será levado para o arco de Gwyn, sem dúvidas a personagem melhor desenvolvida e mais complexa do grupo principal até aqui.

Falando da aventura do episódio em si, confesso que continuo triste com a falta de criatividade visual. Talvez seja uma questão de orçamento, mas é estranho como a animação é desprovida de boas sequências de ação, na mesma reclamação que citei a temporada toda, mas esperava uma mudança no desfecho da temporada. Pouco vemos de um envolvimento dos protagonistas em termos de experiência lúdica ou aventureira, dispondo de momentos bobinhos como Jankom segurando uma porta. Sem falar que esse episódio tem uma direção artística muito pobre com a paleta de cores escura e sem sabor – começo a pensar que os uniformes cinzas não são visualmente bacanas como imaginava.

No entanto, em contraposição temos o corajoso fechamento na simulação, com Zero saindo da sua “armadura” e deixando qualquer um que o veja insano (indicado lá no início da série), trazendo uma camada sombria para a conclusão desse bloco narrativo da série, incluindo uma leve linha de debate sobre a corrupção e o papel ambíguo da Federação – sutilmente indicado no momento simbólico que Gwyn fica “louca” ao ver o reflexo de Zero na insígnia da Frota Estelar (adoro esses momentos alusivos da série).

No fim, A Moral Star nos oferece reviravoltas interessantes, também deixando muitas migalhas para possíveis desdobramentos instigantes, desde o que vai acontecer com a Protostar quando (possivelmente) chegar na Federação, até a curiosa trama sobre Chakotay agora que temos uma Janeway em carne e osso investigando o caso. Confesso que quando iniciei Prodigy, não esperava gostar da animação, que de forma alguma é perfeita, mas que contém uma qualidade agradável em sua espécie de coming-of-age trek sobre um grupos de desajustados que se mostraram prodígios. Veremos sua próxima aventura!

Star Trek: Prodigy – 1X10: A Moral Star – Parte 2 | EUA, 03 de fevereiro de 2022
Showrunners: Kevin Hageman, Dan Hageman
Direção: Sung Shin, Olga Ulanova
Roteiro: Kevin Hageman, Dan Hageman (baseado na obra de Gene Roddenberry)
Elenco (vozes originais): Brett Gray, Ella Purnell, Jason Mantzoukas, Angus Imrie, Rylee Alazraqui, Dee Bradley Baker, Jimmi Simpson, John Noble, Kate Mulgrew
Duração: 24 min.

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