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Crítica | Star Wars Rebels – 2ª Temporada

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

Espaço: inúmeros planetas
Tempo: 5 anos antes da Batalha de Yavin (a.BY)

A primeira temporada de Star Wars Rebels nos apresentou a um pequeno grupo de rebeldes atuando no planeta Lothal que, aos poucos, passaram a fazer parte de um movimento de insurgência muito maior. Encabeçado por Dave Filoni, a série animada fez um ótimo trabalho em expandir o universo canônico de Star Wars, trazendo não só novos e únicos personagens, como um aprofundamento de outros já conhecidos há décadas. A segunda temporada, por sua vez, contava com a tarefa não só de manter o mesmo padrão de qualidade, como o de desenvolver essa história, mostrando quais caminhos inéditos esses já queridos personagens trilhariam.

Iniciado pelo fantástico The Siege of Lothal, esse segundo ano imediatamente altera o status quo do grupo que protagoniza o desenho. Não somente são forçados a deixarem o já citado planeta, como dão de cara com uma ameaça muito maior que o temível Inquisidor que tiveram de enfrentar no ano anterior: Darth Vader. O episódio de abertura, portanto, já mostra que a escala da rebelião assumiu um grau muito maior – suas ações passam a significar muito mais que uma mera pedra no sapato do Império e, ao mesmo tempo que temos essas operações, observamos um evidente crescimento de cada uma dessas personalidades.

Seguindo o exemplo narrativo da primeira temporada, cada capítulo foca em um ou em um grupo de personagens específicos. Ora temos uma trama centrada em Ezra e Kanan, ora em Sabine e Hera e assim por diante. Dito isso, cada um desses episódios explora uma parcela diferente do universo dessa galáxia muito, muito distante. Realizando interessantes conexões com Clone Wars (a versão em CG), Rebels dialoga com o passado desse universo, mais que nunca cita as guerras clônicas e como elas afetam continuamente os acontecimentos presentes. Personagens antigos são trazidos de volta e o mais interessante é como o roteiro faz um esforço para agradar não só as novas audiências como aquelas que acompanharam o outro desenho – nenhum grupo é excluído, ao passo que o entendimento jamais é prejudicado para aqueles que não assistiram o anterior. Mesmo não tendo assistido, contudo, conseguimos nos relacionar com o drama do reencontro de Anakin (agora Vader) com sua ex-aprendiz Ahsoka, momento que automaticamente nos traz lágrimas ao rosto.

Uma preocupação inicial minha em relação a essa temporada foi a inserção de novos inquisidores, temia por uma repetição do que vimos no ano anterior. Felizmente não é isso o que ocorre na obra – cada um desses novos antagonistas traz uma diferente faceta do Império. Seus métodos são diferentes, assim como suas personalidades – ao mesmo tempo um completa o outro de forma orgânica e se mostram, evidentemente, menos poderosos que o grão-Inquisidor da temporada passada. Isso não quer dizer, porém, que os perigos que os rebeldes enfrentam são menores. Aqui são testados continuamente em virtude da maior atenção que o Império dispensa a eles, isso sem falar no constante perigo do lado negro que paira sobre os dois jovens jedis, que devem lutar contra a tentação a todo momento.

Essa questão em específico é muito bem explorada nos capítulos finais, definitivamente um dos melhores de todo o seriado. Esses trazem um icônico personagem do universo de Star Wars de volta, mas pecam por serem a única parte que necessitam de Clone Wars para que tenhamos um entendimento completo – para isso, contudo, basta assistir alguns vídeos no youtube, não é preciso que o espectador passe por todas as seis temporadas da série. A tensão apresentada aqui é gigantesca e traz o planeta Malachor, anteriormente apresentado em Knights of the Old Republic II de forma diferente, para o cânone desse universo. É fascinante aqui como o passado dialoga com o futuro da franquia e abre terreno para inúmeros novos materiais e também para o próprio futuro da animação em questão.

Falando sobre o trabalho dos animadores em si, não há muita diferença para o ano anterior. O design dos personagens se mantém o mesmo, assim como a fluidez de seus movimentos. O que chama a atenção é a identidade da série, como ela se diferencia de outros trabalhos de animação da atualidade. Digno de nota, também, é o trabalho de luz e sombras que muito bem definem o tom das sequências. Malachor é um bom exemplo disso, sendo apresentado na escuridão, muito bem refletindo a história do planeta.

A segunda temporada de Star Wars Rebels se classifica, pois, como mais um grande acerto da Disney, que sabe ampliar o universo de Star Wars ao mesmo tempo que respeita seu passado. As vertentes abertas para o futuro da série são verdadeiramente fascinantes e nos deixam muito ansiosos pelo que está por vir, especialmente após ter assistido o trailer revelado na Star Wars Celebration, que traz do antigo universo expandido da franquia um de seus mais icônicos personagens. Definitivamente a força continua com Dave Filoni e sua equipe criativa.

Star Wars Rebels – 2ª Temporada (EUA, 2015/2016)
Showrunner:
Dave Filoni
Direção: Vários
Roteiro: Vários
Elenco: Taylor Gray, Vanessa Marshall, Freddie Prinze Jr., Tiya Sircar, Steve Blum, David Oyelowo, Phil LaMarr, Ashley Eckstein, Stephen Stanton, Jason Isaacs
Duração: 1 episódio de 45 min e 19 episódios de aproximadamente 22 min.

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