Home TVEpisódio Crítica | Star Wars Rebels 2X01: The Siege of Lothal

Crítica | Star Wars Rebels 2X01: The Siege of Lothal

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

Contém spoilers da primeira temporada e do episódio comentado

Espaço: Lothal
Tempo:
 4 anos antes da Batalha de Yavin (a.BY)

O final da primeira temporada de Star Wars Rebels nos deixou repletos de calafrios, mas, ao mesmo tempo, nos trouxe um grande temor em relação ao que veríamos no segundo ano da série. A aparição de Darth Vader nos minutos finais, criando um gancho para The Siege of Lothal, poderia significar que o desenho assumiria a clássica estrutura de coiote e papaléguas, com o vilão falhando constantemente em capturar os “mocinhos”, no caso, os rebeldes. O season première, contudo, desconstruiu esse medo rapidamente, com um swift stroke, como diria o governador Tarkin, abrindo o ano com um dos melhores episódios da animação até então, o que não é dizer pouco.

A trama se inicia com uma batalha no espaço, ao som de melodias nostálgicas da trilogia original, vemos o nosso conhecido grupo de rebeldes agora parte de algo maior, os primórdios da Aliança que veríamos em Uma Nova Esperança. Mais uma vitória para esse pequeno grupo que deixou o Império tão fragilizado em Lothal. Mas o cenário se alterou agora, além de Tarkin, temos a presença de Darth Vader no planeta de Ezra Bridger e o lorde sith não poupa esforços e táticas ofensivas para capturar os rebeldes em questão, colocando em movimento um intrincado plano que, naturalmente, sairia exatamente como ele próprio previu.

Desde a primeira aparição de Vader nos minutos iniciais do capítulo, sua imponência já é garantida. Um visual mais agressivo, com contornos e olhos avermelhados na máscara que tornam clara sua ira, transmitem o mesmo medo que sentimos em sua primeira aparição lá atrás no Episódio IV – o mesmo, naturalmente, vale para os personagens à sua volta, todos reduzidos perante a armadura negra. O embate entre ele, Ezra e Kanan é construído perfeitamente a fim de tornar os heróis praticamente impotentes perante seu poder, algo retratado com maestria através de seus movimentos curtos, precisos e sem floreios, uma quase imobilidade que se encaixa harmonicamente com o que vimos na trilogia original. A voz de James Earl Jones é a cereja no topo do bolo, concretizando toda a figura vilanesca do icônico personagem e não nos deixa dúvida de que se trama do mesmo tom utilizado em O Império Contra-Ataca.

Dito isso, é evidente como The Siege of Lothal procura mimetizar, principalmente, aspectos do Episódio V, as vitórias na primeira temporada parecem ser desconstruídas e nos passam a nítida impressão de que o Império, de fato, nada sofreu com as ações de Ezra, Kanan, Hera, Sabine, Zeb e Chopper. O tom empregado dá continuidade à crescente urgência do primeiro ano, mas aqui atinge um outro nível, desconstruindo a esperança deixada em aberto previamente e fazendo jus à constatação do Inquisidor: “vocês não tem ideia do que liberaram aqui”. O uso mais enfático da Marcha Imperial de John Williams completa essa noção e aliada com a grande quantidade de Star Destroyers em telanos faz enxergar que há muito chão a ser percorrido até a aventura de Luke Skywalker deslanchar.

Outro aspecto interessante a se notar é a forma como a personagem Ahsoka é trabalhada. Ela é mantida totalmente em segundo plano até os momentos finais, ganhando uma enorme carga dramática quando na batalha espacial que encerra o capítulo – que, por sua vez, faz jus ao título de Anakin/ Vader como um dos melhores pilotos da galáxia. Mesmo para quem não assistiu Clone Wars sentirá o peso, ainda que menor, das cenas exibidas, mas, sabiamente, o roteiro de Henry Gilroy não se apoia completamente nesse fator, mantendo a ênfase na equipe principal.

O que talvez, porém, seja o maior acerto do season première é seu ritmo. Apesar de contar com uma duração prolongada de quarenta e cinco minutos (um episódio duplo), o capítulo não perde tempo em qualquer momento e traz acontecimentos encadeados organicamente, que, sob diferente batuta, poderiam ser conduzidos em três ou quatro episódios repletos de fillers. Dessa forma somos fisgados automaticamente para a segunda temporada, que nitidamente mantém o grau de qualidade estabelecido anteriormente.

The Siege of Lothal definitivamente não decepciona, muito pelo contrário. Dá o primeiro passo desse segundo ano de Star Wars Rebels com uma maior abertura do cenário, aumentando o significado de cada uma das ações do grupo de rebeldes. Em seus quarenta e cinco minutos nos sentimos verdadeiramente como se assistíssemos algum dos filmes da trilogia original e, inteligentemente a presença de Vader foi limitada a esse capítulo – ao menos por enquanto – apenas para quebrar a onda de vitórias vivenciada pelos personagens principais. Certamente uma temporada que merece nossa atenção.

Star Wars Rebels 2X01: The Siege of Lothal (EUA, 2015)
Showrunner:
Dave Filoni
Direção: Bosco Ng, Brad Rau
Roteiro: Henry Gilroy
Elenco: Taylor Gray, Vanessa Marshall, Freddie Prinze Jr., Tiya Sircar, Steve Blum, David Oyelowo, Ashley Eckstein, Keone Young, James Earl Jones, Billy Dee Williams
Duração: 45 min.

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