Home TVEpisódio Crítica | Star Wars Rebels – 3X19: Twin Suns

Crítica | Star Wars Rebels – 3X19: Twin Suns

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

  • Contém spoilers do episódio.
  • Confiram todas as nossas críticas da série aqui.

Desde que foi liberado o trailer dessa segunda parte da terceira temporada de Star Wars Rebels, os fãs foram à loucura, criando altas expectativas para o duelo entre Obi-Wan Kenobi e Maul. Expectativas, contudo, são difíceis de ser atendidas, visto que a imaginação pessoal de cada fã quase sempre trará aquilo que eles mais esperam e não necessariamente o que melhor se encaixa dentro da proposta da obra. Podemos dizer, então, que Twin Suns, o episódio que, enfim, nos trouxe o esperado combate entre o ex-sith e o mestre jedi, foi atrapalhado pela campanha de marketing do desenho, isso, contudo, não afasta nossa percepção de que acabamos de assistir um ótimo e importante capítulo de Rebels.

O duelo já tem início nos primeiros segundos do episódio: Maul percorre as areias de Tattooine à procura de Kenobi. Eles sabem da presença de cada um, o que vemos aqui é uma luta que vai muito além do encontro de dois sabres de luz e que definirá o resultado do combate muito mais que a habilidade de cada um com a espada. Maul sabe que não irá encontrar Obi-Wan se esse não quiser e, por isso, ele atrai Ezra Bridger através do holocron para o planeta, fazendo com que Kenobi saia de seu esconderijo.

O rápido duelo de sabres de luz entre os dois guerreiros certamente não agradou muita gente, fruto do hype criado pelos trailers. Mas, sem medo de errar, afirmo que esse é uma das melhores lutas de sabres de luz que vemos há anos, mais precisamente desde que Luke Skywalker enfrentou Darth Vader na sala do Imperador. Maul já estava derrotado antes de desferir o primeiro golpe – Obi-Wan estava resoluto, sua missão era clara e ele jamais poderia perder, afinal, sua conexão com a Força se tornara ainda mais forte nesses anos de reclusão. O que vemos aqui é o ex-sith aceitando a morte, procurando por ela, mas ele não poderia simplesmente tirar sua própria vida, ele é um guerreiro e precisa morrer em combate. É criado um paralelo imediato entre ele e o próprio Kenobi, anos mais tarde, quando aceita a morte pelas mãos de Vader.

Dave Filoni, que assina a direção e roteiro, ainda homenageia ambas as versões do jedi – a de Ewan McGregor e Alec Guiness. Vemos a famosa pose do guerreiro, a mesma que ele demonstrara na luta contra Grievous em A Vingança dos Sith, em seguida, ele muda para algo mais sutil, que reflete a trilogia clássica. Stephen Stanton, que já revivera o governador Tarkin através de sua voz, mais uma vez nos surpreende, nos fazendo plenamente acreditar que estamos diante do mesmo Obi-Wan de Uma Nova Esperança – não há como não ser arrebatado pela nostalgia ao ouvir a mesma entonação anos mais tarde. Trata-se de um trabalho respeitoso às origens da série. Outras homenagens ocorrem, também, como quando Ezra é atacado pelo povo da areia, no mesmo local onde Luke seria anos depois. Ou quando Ezra fala para Chopper ir por outro caminho e temos um paralelo criado com C-3PO e R2-D2 assim que eles caem em Tattooine e discutem sobre qual caminho os levará para a civilização.

O auge do capítulo, porém, vem com o desfecho do combate, com Maul nos braços de Kenobi. Vemos aqui o verdadeiro fim de uma luta que perdurara por anos a fio, desde que Qui-Gon e seu aprendiz encontraram com o Sith em Naboo. Ambos aqui são colocados no mesmo patamar, quase como velhos amigos, os dois vítimas do Império e seu imperador. Não há mais rancor entre os dois e Maul, enfim, pode morrer em paz, sabendo que ele será vingado, o que demonstra que ele jamais abandonara os ensinamentos dos Sith. É importante ressaltar, também, que esse episódio, enfim, colocou Luke Skywalker como o escolhido que antes acreditavam ser Anakin – embora isso fosse quase óbvio (por mais que, matematicamente falando, Anakin foi aquele que trouxe equilíbrio à Força), se trata de um detalhe importante dentro da mitologia de Star Wars.

Estabelecido como um capítulo extra dentro da narrativa principal dessa terceira temporada de Star Wars Rebels, como um verdadeiro acerto de contas, Twin Suns é um dos episódios mais dramáticos e expressivos do desenho, rivalizando com Twilight of the Apprentice. A trilogia prelúdio é, enfim, encerrada e de forma magistral, com a despedida de um de seus mais icônicos personagens. Ao respeitar toda a mitologia da franquia, Dave Filoni também faz menção a um dos pontos que inspirou George Lucas: os samurais. Vemos aqui um duelo que soa realista e que não deixa de ser arrebatador por isso. Uma pena que a expectativa por algo grandioso e exagerado possa prejudicar a percepção de alguns em relação a esse episódio.

Star Wars Rebels – 3X19: Twin Suns (EUA, 2017)
Showrunner:
Dave Filoni
Direção:
Dave Filoni
Roteiro:
Dave Filoni, Henry Gilroy
Elenco:
Taylor Gray, Vanessa Marshall, Freddie Prinze Jr., Tiya Sircar, Steve Blum, Dee Bradley Baker, David Oyelowo,  Derek Partridge, Stephen Stanton, Jim Cummings, Sam Witwer, Nathan Kress
Duração: 
22 min.

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