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Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 1X03: Substitutos

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

A decisão de deixar Crosshair para trás foi a mais acertada de Dave Filoni até agora, já que a história do clone não completamente livre do controle dos kaminoanos e, portanto, do recém-nascido Império, tem grande potencial de aproveitamento, pelo menos enquanto a narrativa em tese principal de seus ex-colegas fugindo pela galáxia com Omega a tiracolo não engrena de verdade. E Substitutos é um ótimo exemplo dessa afirmação.

Afinal, Crosshair, cuja obediência cega às ordens é estabelecida logo no início de Depois do Fim e que agora passa por um processo de amplificação desse controle por parte de Tarkin e dos kaminoanos tem tudo para ser estabelecido como um personagem trágico assim que ele começar a ser assombrado por seus atos para lá de violentos, dentre eles matar não só insubordinados, como também civis inocentes. Além disso e mais importante ainda, o personagem é a nossa janela para justamente observar a sedimentação do Império, algo que vimos um pouco no espaçoporto de Saleucami em Saída às Pressas e que, aqui, começa a revelar o caminho da descontinuação dos clones e a arregimentação de humanos não clonados.

Os personagens do título formam justamente em pequeno grupo de soldados do Império que se alistaram e formam uma tropa de elite que passa a ser comandada por Crosshair em mais uma tentativa de Tarkin de desbaratar a ainda incipiente rebelião de Saw Gerrera. Vemos a frieza do líder e o preconceito dos humanos em relação aos clones, além da lógica talvez ainda muito simplista – muito caro não me parece uma justificativa boa o suficiente – para o fim do programa de clonagem e, claro, o jogo dos kaminoanos para ainda mostrarem-se essencial para o esforço de dominação da galáxia pelo autointitulado Imperador.

São essas histórias de bastidores, por assim dizer, que dão o verdadeiro sabor ao episódio, já que a aventura dos Mal Feitos e Omega quando fazem um pouso forçado em uma lua e precisam consertar sua nave é bastante… padrão, quase que completamente burocrática. O que a torna minimamente interessante é que, aqui, a jovem clone tem um papel mais bem inserido na narrativa como um todo, fugindo bastante daquela relação pai-e-filha forçadíssima do episódio anterior. Também funciona a forma muito mais orgânica – em comparação com as atitudes de Hunter em Saída às Pressas – que Wrecker se compadece pela situação da menina, fazendo esforço para construir um lar para ela na nave e fazendo-a sentir realmente parte da equipe.

Mas, como disse, a ação em si, envolvendo a caçada a uma criatura que se alimenta de energia e que furta a bateria da nave, é legalzinha na melhor das hipóteses. Não ajuda a fotografia escura demais e o desfecho cansado e banal do roteiro de Matt Michnovet que luta para tornar minimamente lógico que Hunter aceite levar Omega na missão. Infelizmente, porém, ele falha miseravelmente e a direção de Nathaniel Villanueva não faz nada para tentar compensar o problema com sequências visualmente interessantes. Pelo menos Michnovet acerta no drama de Crosshair e na maneira como lida com o vindouro fim do programa de clones, caso contrário estaríamos mais uma vez diante de um episódio não mais do que mediano e, pior ainda, com viés de baixa.

Substitutos mostra potencial naquilo que deveria ser a subtrama e mesmice no que deveria ser a história principal, resultando em um episódio desequilibrado e apenas um pouco acima do medíocre. E isso é preocupante para The Bad Batch, já que, como uma série consideravelmente sem amarras no universo Star Wars, Filoni poderia facilmente arriscar muito mais para deslumbrar e capturar o espectador logo de início, evitando as rotas mais viajadas e, portanto, perigosamente conhecidas.

Star Wars: The Bad Batch – 1X03: Substitutos (Star Wars: The Bad Batch – 1X03: Replacements – EUA, 14 de maio de 2021)
Criação: Dave Filoni
Direção: Nathaniel Villanueva
Roteiro: Matt Michnovetz
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Bob Bergen, Gwendoline Yeo, Stephen Stanton, Noshir Dalal
Duração: 27 min.

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