Home TVEpisódio Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 1X16: Kamino Perdido

Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 1X16: Kamino Perdido

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

Fazendo dobradinha com Retorno a Kamino, Kamino Perdido encerra a primeira temporada de The Bad Batch de maneira positiva, retornando à série a sua qualidade usual que, como venho repetindo constantemente, não é lá muito alta, mas que dá para o gasto se não exigirmos demais. Tudo aquilo que a primeira parte não conseguiu ser – empolgante, relevante, interessante – a segunda consegue, com a continuação da fuga de uma Tipoca City agora submarina depois da destruição promovida pelo Império.

Como era de se esperar, o foco fica em Crosshair, agora tentando sobreviver, mesmo que a contragosto, ao lado de seus ex-colegas e do androide AZI, dedicado à Ômega. Meu maior receio era que Dave Filoni simplesmente trilhasse o caminho mais viajado, mais banal e, vamos combinar, mas clichê possível, levando o personagem à redenção e à reunião festiva com seus irmãos de guerra. E, se eu posso destacar algo que me deixou verdadeiramente feliz no episódio, foi justamente constatar que o showrunner não seguiu essa trilha. Na verdade, melhor ainda, ele sequer encerra a jornada do personagem, deixando-o ainda do lado do Império quando tudo acaba, mas certamente com muita coisa para pensar e mastigar na vindoura segunda temporada.

Claro que o roteiro de Jennifer Corbett não se desvia de fazer o óbvio ululante, que é deixar Crosshair em uma situação periclitante da qual Ômega e AZI o salva, somente para que ele, mais para o final, faça o mesmo pela dupla. Mas é normal, faz parte do processo e era absolutamente esperado. O bom é que, mesmo fazendo o clichê, o resultado foi muito eficiente, com a direção de Saul Ruiz mantendo um ritmo que capaz de construir um nível bacana de tensão e de dúvida sobre qual será exatamente o fim dos personagens naquele desastre todo – estou falando de Crosshair e AZI, claro, já que os demais jamais teriam mesmo um milionésimo de chance de morrer -, além de lidar muito bem com a fotografia essencialmente escura em razão de eles estarem no fundo do mar de Kamino, em meio aos destroços da cidade.

O CGI novamente merece destaque não só por lidar com ambientes em constante mudança dada a corrida que os Mal Feitos têm que empreender para sobreviverem, como também por fazer maravilhas com a iluminação. Sem os reflexos de lanternas e de aparelhos ainda ligados ou do pouco de luz que é possível ver nas tomadas que apontam para o exterior, com os destroços ainda caindo da superfície, a imersão (sem trocadilho) seria impossível, mas a equipe técnica tira isso de letra e entrega um episódio muito bem trabalhado nesse quesito.

É interessante notar como a dinâmica fica apenas entre Ômega e Crosshair, com AZI correndo por fora, o que faz dos demais Mal Feitos coadjuvantes em sua própria série. Mas isso, aqui, é algo positivo, algo que realmente traz valor para Kamino Perdido, pois o episódio não se dispersa entre linhas narrativas desnecessárias. Por outro lado, se Crosshair ganha o desenvolvimento que merecia, Hunter e companhia ainda desapontam por não receberem o tipo de atenção que talvez devessem receber, algo que os colocasse mais claramente de um lado ou de outro da dominação do Império. É bem claro que eles reconhecem os malefícios da nova ordem da galáxia, mas não é nada claro o que eles pretendem fazer com essa realização (que demorou demais a vir, diga-se de passagem) e era de se esperar que o encerramento da temporada apontasse para algum caminho novo para eles. No entanto, muito ao contrário, justamente por eles ficarem quase que no banco de reservas do capítulo, isso fica completamente enevoado, sem um fim qualquer, nem que seja um cliffhanger.

Mas não se pode ter tudo, não é mesmo? Já me dou por satisfeito por Crosshair ter sido bem tratado e por Ômega ter, ao longo de 16 episódios, mostrado seu valor e agregado ao conjunto, mesmo que ainda não realizando seu potencial, potencial esse que ainda não sei muito bem qual é, mas, assim como no caso da chatíssima Ahsoka Tano no início de The Clone Wars, darei um voto de confiança a Filoni. Só que o voto infelizmente é maior do que só o que toca Ômega, já que a temporada como um todo não me empolgou como achei que me empolgaria. Mesmo assim, Filoni, toma aí meu voto!

Star Wars: The Bad Batch – 1X16: Kamino Perdido (Star Wars: The Bad Batch – 1X16: Kamino Lost – EUA, 13 de agosto de 2021)
Criação: Dave Filoni
Direção: Saul Ruiz
Roteiro: Jennifer Corbett
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Ben Diskin
Duração: 29 min.

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