Home TVEpisódio Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 2X05: Sepultado

Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 2X05: Sepultado

Planeta do tesouro.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

Estamos já na terceira missão dos Malfeitos nesta segunda temporada e, até agora, eles não obtiveram sucesso em nenhuma. Perderam a carga e quase morreram diversas vezes na dobradinha Sobras da Guerra e Marcas da Guerra, mal conseguiram ficar no “zero a zero” em Acelera e, agora, em Sepultado, retornam de mãos vazias da caça ao tesouro que empreendem ao lado da pirata Phee Genoa. Ironicamente, o único Malfeito que obteve sucesso na temporada foi Crosshair, em O Clone Solitário, resultando, não coincidentemente, no melhor episódio até agora.

Mas as derrotas sucessivas dos Malfeitos não é o maior problema desse segundo ano do spin-off de The Clone Wars. A questão é a falta de rumo, algo que já era sensível, mas aceitável, na temporada inaugural e que, agora, tornou-se algo mais complicado de engolir. Não tenho muitas dúvidas de que Dave Filoni tem um “grande” plano para tudo convergir para uma linha narrativa só, inclusive o gigantesco e poderoso mecha ancestral que é revelado neste episódio, mas tudo vem sendo jogado para os espectadores sem maiores objetivos, sem que sequer uma linha mestra mesmo que tênue seja apresentada. Chega ao ponto de a única coisa que faz sentido de verdade são as mudanças sutis – ou nem tanto – nas armaduras dos protagonistas que, claro, servem para vender mais bonequinhos…

Esse meu ponto torna Sepultado um episódio ruim? Não, certamente que não, mas quase. Afinal, o artifício de “caça ao tesouro” é sempre divertido e, para um capítulo com essa premissa funcionar, basta pegar emprestada inspiração de uma infindável quantidade de fontes, sejam clássicos como O Tesouro de Sierra Madre e os filmes do Indiana Jones, cópias baratas como As Minas do Rei Salomão e A Lenda do Tesouro Perdido e até de outras animações como DuckTales. E, de fato, o roteiro de Christopher Yost faz justamente isso, só que de maneira burocrática, cansada, nada inspirada que a direção de Nathaniel Villanueva não consegue melhorar. É o tempo todo Hunter se bicando com Phee ou Ômega desvendando como em um passe de mágica quebra-cabeças que envergonhariam qualquer videogame da franquia The Legend of Zelda e os demais clones apenas fazendo comentários aleatórios. Nem mesmo o “8º Passageiro” que aparece para atazanar a vida do grupo no interior do templo que, na verdade, é um mega-robô, serve para algo mais do que alguns segundos de ação genérica.

Se estou sendo chato demais com o episódio, então faço a pergunta: para que ele serviu? Ah, pode ser que no futuro o mecha venha a ser usado – assim espero, aliás! -, mas restrinjamo-nos ao que temos na mão no momento para responder à pergunta que coloquei. Não tem outra resposta que não seja “nada”, não é mesmo? Não aprendemos nada sobre a civilização antiga que construiu o tal Skara Nal, o que aquele Coração da Montanha realmente era, porque ele derreteu no final e porque o MechaGodzilla parecia interessado em destruir tecnologia. Foi como assistir a um episódio completamente solto que caberia basicamente em qualquer franquia de ficção científica com algumas modificações aqui e ali.

Nem mesmo aprendemos nada sobre Phee Genoa para além de ela contar lorotas como um pescador particularmente inspirado e parecer, de longe, mas muito longe mesmo, uma antepassada da Doutora Aphra que, pelas minhas contas, não é nem nascida nesse momento temporal (aliás, cadê uma série live-action da arqueóloga e seus androides sádicos???). A pirata, que fora apresentada no começo da temporada, serve apenas de guia e de “explicadora” de mitologias sem aplicação imediata que não parece ser particularmente hábil em seu ofício para além de, provavelmente, ser uma boa babá para Ômega. Em resumo, faltou estofo à personagem que, sem muito esforço, poderia encaixar-se muito bem no grupo e até fazer parte fixa dele se o roteiro tivesse sido mais cuidadoso (não que isso não possa acontecer, mas o que quero dizer é que, do jeito que a coisa foi feita, eu nem sei se quero que isso aconteça).

Portanto, Sepultado é, para todos os efeitos, mais um filler em uma temporada que parece só ter fillers. Mas o pior é que, mesmo com sua premissa promissora de caça ao tesouro que, ainda por cima, é normalmente fácil de trabalhar e de desenvolver na base da pura aventura à la Nathan Drake, o episódio sequer consegue ser bom, ficando lá na incômoda linha mediana que parece ser a regra para a série. Confesso que já estou bem cansado disso e torço para que melhore, ainda que não tenha muitas esperanças…

Star Wars: The Bad Batch – 2X05: Sepultado (Star Wars: The Bad Batch – 2X05: Entombed – EUA, 25 de janeiro de 2023)
Criação: Dave Filoni
Direção: Nathaniel Villanueva
Roteiro: Christopher Yost
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Wanda Sykes, Liam O’Brien, Sam Riegel
Duração: 28 min.

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