Home TVEpisódio Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 2X06: Tribo

Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 2X06: Tribo

Uma árvore fala mais que mil palavras.

por Davi Lima
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Tribo

  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

A primeira pergunta que vocês leitores estão fazendo é: cadê o Ritter? Eu não tenho capacidade de responder sobre isso, sobre um ser tão supremo dentro desse mundo do Plano Crítico. Mandem email para ele, vasculhem os confins da internet para ver se o encontram. Ele não é muito fã de The Bad Batch, diferente de mim que me entusiasmo com esses clones defeituosos, tentando se encontrar na galáxia após o fim de uma guerra que eles foram criados para lutar. Essa segunda temporada começou e soa pouco propositiva, mas é assertiva no sentimento de Hunter, Echo, Tech, Wrecker e Crosshair depois de se estabelecer com Omega.

O Clone Solitário, aquela história sobre Crosshair, foi um capítulo objetivo sobre essa minha descrição da segunda temporada, meio morna, mas muito verdadeira com sentimentos. Em meio a cenas de ação performadas como um live action na animação há uma melancolia, um vazio que esses clones, pós Kamino, não sabem tratar se não com mais e mais missões. Mesmo que eles necessitem fazer missões para cobrir dívidas com Cid, episódios como esse Tribo mostram que a verdadeira missão ainda está se revelando. Não é obedecer ordens, não é cuidar da nave, não é achar tesouros, e com certeza não é resgatar Jedi do Purgo.

Mais uma vez vemos a capacidade de Omega se meter em enrascada – costumeiro dessa criança desde a primeira temporada -, mas sempre fica no limite entre o irritante e o intrigante. Como gosto de dizer, ela é o Anakin do Episódio I ajeitado. Salvar um Wookie se torna não apenas o plot do episódio, como mais uma oportunidade de Star Wars brincar com seu cânone. Essa também é a diversão dessas séries animadas, mostrando o planeta Kashyyyk com uma qualidade gráfica cada vez melhor, trazendo o youngling  Gungi de Star Wars The Clones Wars e mostrando mais uma faceta da Força e dos wookies em relação as árvores. E nessa diversão há a Omega, que não é “apelona” para ganhar numa corrida de Podracers, nem é madura para resistir ficar na nave de vigia. Ela é uma criança, uma escolhida entre os clones.

A conexão entre ela e Gungi, a conversa de Hunter com o wookie Yanna, líder da tribo, tem um ar de reflexão sobre como encaixar crianças com infâncias perdidas na sociedade, na galáxia. E isso também direciona para os nossos protagonistas. É a mesma dúvida da primeira temporada, e que a segunda temporada começa com isso também. O que eles podem fazer? Se alinhar aos rebeldes? Cuidar de Omega? Fugir? Sempre há a pergunta sobre qual a missão. Por isso, nós espectadores podemos chegar na conclusão do sentimento de repetição ou pouca inspiração da história. Porém, o estilo de The Bad Batch, com o aspecto episódico, vai acumulando um drama muito verdadeiro sobre os clones pós-guerra e o que muda ao redor deles – ainda mais para clones “anormais”.

Só nesse episódio Tribo vê-se a milícia dos trandoshanos contra o Império, querendo se apossar da missão de purgar Jedi, e já vimos os separatistas evidenciando ainda mais a violência imperial. Enquanto isso, Echo, no começo da temporada, sugere o grupo lutar contra o Império, e agora uma árvore propõe o plano de ação contra os trandoshanos, unindo clones e Wookies, em meio a um planeta que essa aliança não é normal. São detalhes pequenos, mas é o que torna The Bad Batch bonito. Aproveitando meu espaço para falar sobre essa animação legado de Dave Filoni, é nessas resoluções episódicas de encontrar a missão que o universo Star Wars vai se criando com esse esquadrão de ataque cada vez mais melancólico.

Tribo é um episódio menos objetivo que O Clone Solitário, mas ajuda a série a medir seus objetivos em qualidades semelhantes. Aparecer um Jedi é sempre um evento numa série de protagonistas céticos na Força, mas que também ajuda a lembrar, perto da metade da temporada, que a missão real desses clones está sendo montada. Se antes Omega era dúvida sobre ser a escolhida na primeira temporada, isso vai se tornando mais certeza nessa segunda. Vamos acompanhar comigo esse mês de The Bad Batch antes do “homim” Ritter voltar.

Star Wars: The Bad Batch – 2X06: Tribo (Star Wars: The Bad Batch – 2X06: Tribe – EUA, 01 de fevereiro de 2023)
Criação: Dave Filoni
Direção: Steward Lee
Roteiro: Matt Michnovetz
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Shelby Young, Noshir Dalal, Jonathan Lipow, JP Karliak
Duração: 28 min

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