Home QuadrinhosArco Crítica | Star Wars: The Old Republic – Sangue do Império (#4 a 6)

Crítica | Star Wars: The Old Republic – Sangue do Império (#4 a 6)

por Guilherme Coral
281 views

estrelas 5,0

Espaço: Dromund Kaas, Peragus, Begeren, Lenico IV, Korriban.
Tempo: 3678 anos antes da Batalha de Yavin.

Os quadrinhos de The Old Republic, lançados no intuito oferecer um tie-in para o game da Bioware, começaram, em Ameaça de Paz, com um dos eventos mais importantes que marcaram esse período da galáxia: o saque e o posterior Tratado de Cosruscant. O grande problema da obra, contudo, é o fato de que ele oferece pouco para aquele que não é jogador do mmorpg, não nos entregando uma história capaz de agradar a qualquer um, por no contar com um desfecho bem amarrado. Sangue do Império, que fora posteriormente relançado como o volume 1 dessa publicação, corrige isso, ao nos trazer um pequeno arco com início, meio e fim.

Teneb Kel, um aprendiz dos Sith, é chamado de volta para Dromund Kaas pelo Conselho Sombrio. Lá ele recebe a missão que irá definir seu futuro dentro do Império Sith: caçar a ex-aprendiz do Imperador, que o traíra há pouco tempo. Exal Kressh, a Sith Puro Sangue fugira das garras de seu Mestre após descobrir algo perturbador. Rapidamente, Kel descobre que sua missão não será nada fácil e lhe custará mais do que as habilidades que já porta para vencer sua oponente. Em uma jornada que o leva para locais distantes da galáxia, inclusive setores controlados pela República, ele deve descobrir o que ele próprio pode oferecer ao Conselho Sombrio para sobreviver.

O que mais nos chama a atenção em Sangue do Império é a forma como os Sith são abordados de forma mais humana, existe menos maniqueísmo e uma exploração maior da psiquê do protagonista. Teneb Kel está longe de ser um guerreiro valoroso como o clássico Jedi, mas também não é a representação pura da maldade, como Palpatine. Um bom exemplo disso é a forma como trata seu escravo, Maggot, que encara como um companheiro de viagens e não um simples servo. Essa é apenas uma das provas da pluralidade de The Old Republic.

A forma como a narrativa progride também nos lembra muito dos games da Bioware. Há uma progressão na trama bastante orgânica, um evento acaba puxando o outro com bastante naturalidade, estabelecendo uma forte coesão nos quadrinhos. A introdução das visões do futuro do protagonista são muito bem resgatadas na edição final, permitindo que o roteiro se desvencilhe de um típico deus ex machina e nos entregue algo condizente com toda essa sociedade Sith, que é tão recompensadora quanto imperdoável e opressora. Aqui entramos em uma forte crítica à meritocracia, que se estabelece em segundo plano – o sistema “funciona” nesse Império, mas a que custo? Quanto são perdidos no processo? Definitivamente teríamos inúmeros outros fortes guerreiros do Lado Negro em atividade não fosse essa linha de pensamento.

A arte, nas mãos de Dave Ross, já apresenta uma identidade visual muito mais similar ao que vemos no mmorpg. De fato sentimos como se estivéssemos diante de um trecho tirado direto do game e a trama em si oferece um olhar maior sobre um dos aspectos principais acerca do Imperador no jogo, que é uma das figuras mais misteriosas de sua história. O design tanto das naves quanto dos personagens se encaixa perfeitamente com a obra principal e, embora Kel tenha sido criado especificamente para os quadrinhos, conseguimos enxergá-lo facilmente dentro de The Old Republic.

Sangue do Império expande de maneira magistral o universo de The Old Republic, mas não deixa de oferecer uma ótima leitura para quem não é jogador do mmorpg. Aqui temos um olhar mais aprofundado sobre a sociedade Sith e um olhar que abandona o costumeiro maniqueísmo presente na saga Star Wars. Com apenas três edições, temos aqui um arco curto, ágil e muito bem amarrado, com uma história com início, meio e fim que certamente irá cativar qualquer fã da franquia.

Star Wars: The Old Republic – Sangue do Império (Star Wars: The Old Republic – Blood of the Empire) — EUA, 2011
Roteiro:
Alexander Freed
Arte:
Dave Ross
Letras:
Michael Heisler
Cores:
Michael Atiyeh
Capas:
Benjamin Carré
Editora original:
Dark Horse Comics
Editora no Brasil:
Não publicado no Brasil até o lançamento da crítica
Páginas: 
84

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais