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Crítica | Star Wars – The Old Republic: Shadow of Revan

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

Contém spoilers do game Knights of the Old Republic.

Darth Revan, ou apenas Revan, é um dos personagens mais bem construídos de Star WarsEvidente que grande parte disso é porque nós chegamos a controlá-lo em Knights of the Old Republic, game no qual a Bioware sabiamente criou toda uma mística em volta dele para, no fim, revelar, no segundo maior plot-twist da saga (o primeiro todos sabemos qual é, não é?), que ele era ninguém mais do que aquele que vimos no centro da tela durante todo o jogo. A história do Jedi, que se tornou Sith e depois seguiu um caminho totalmente diferente, porém, não acaba por aí. Em Knights of the Old Republic II descobrimos mais sobre ele, seu treinamento e um pouco de seu destino após os eventos do primeiro game, algo que é continuado no livro, agora tido como Legends (fora do cânone oficial), Revan.

Essa segunda expansão focada na história de The Old Republic traz um capítulo extra à saga do antigo cavaleiro da Velha República, ao mesmo tempo que, é claro, continua a história do indivíduo que controlamos no MMORPG.

A história tem início na frota Imperial/ Republicana. Através de Theron Shan (República) ou Lana Beniko (Império) descobrimos que tanto o templo Jedi quanto a Academia Sith foram saqueados pela facção oposta e, através de flashpoints (missões especiais que podem ser repetidas e completadas em grupo ou sozinho) tomamos parte desses eventos. Pouco a pouco, contudo, descobrimos que os Revanites estão por trás disso tudo e não demora para tomarmos conhecimento de que o próprio Revan está por trás deles. Em seguida somos levados ao planeta Rishi, dentro da galáxia anã Rishi Maze (já mencionada em Ataque dos Clones), onde o antagonista parece estar montando um plano para destruir toda a galáxia como a conhecemos.

O que mais chama atenção em Shadow of Revan é a forma como a Bioware respeita tudo aquilo que veio antes no que tange o icônico personagem aqui abordado. Sabiamente eles não deixam claro qual o caminho escolhido pelo indivíduo em Knights of the Old Republic e lida primariamente com questões demonstradas no livro que fora lançado posteriormente, mas sem, é claro, exigir que o jogador precise ter o lido antes. Esse respeito se estende até para a fantástica trilha do game, que utiliza temas do jogo original como tema do grande vilão da expansão, que sempre aparece como uma figura extremamente poderosa, sendo reconhecida e temida tanto pelos Jedi quanto pelos Sith.

Em termos de jogabilidade, a escolha de criar flashpoints como parte da história foi uma escolha mais que acertada. Essas são missões mais dinâmicas, que nos levam para um ambiente à parte do restante do jogo, permitindo a criação de um cenário mais condizente com o que ocorre à volta de seu personagem. Ainda temos dois planetas específicos no qual grande parte da ação se desenvolve, Rishi e Yavin-4 (um belo de um fan-service bem inserido), similarmente ao que vimos em Rise of the Hutt Cartel, mas as missões desses são consideravelmente menos repetitivas que a da última expansão de história e apresentam um grau de urgência muito maior.

Outro ponto a favor de Shadow of Revan são os personagens únicos que nos acompanham em toda a empreitada: Lana, Theron, Jakarro e C2-D4. Todos contam com personalidades bastante distintas e rapidamente ganham nosso afeto, nos fazendo até sentir falta deles no jogo base. Felizmente, eles retornam para as expansões subsequentes e para o interlúdio que se passa após lidarmos com Revan. Além disso, existe a possibilidade de criar um romance entre nosso personagem e Lana ou Theron, independente do sexo, algo cuja falta sentimos em The Old Republic, o que chega até a ser bastante estranho, considerando que em Mass EffectDragon Age, a Bioware trouxera personagens homo e bissexuais.

Algo digno de nota, também, é o tamanho da expansão, que mais que justifica a empreitada do jogador. Atualmente ela não precisa ser adquirida separadamente, basta que a pessoa seja um assinante do jogo, mas só pela história já mais que vale o investimento, contanto que o jogador seja um fã de Star Wars e de games do gênero, é claro. Estamos falando de um conteúdo que soa como um game separado e que garante mais de 10 horas de jogo, especialmente para aqueles que desejam completar todas as missões secundárias.

Infelizmente, não estamos falando de uma obra perfeita e seu maior defeito é justamente a batalha final. Ainda que Revan, como já mencionado anteriormente, seja tratado com o merecido respeito, a luta final dura tempo demais e conta com umas fases nada menos que insuportáveis se você optar por jogar sem outros jogadores ao seu lado. Isso acaba diminuindo o impacto dramático do acontecimento, prejudicando o tom épico almejado pelos desenvolvedores. Estamos falando de um embate que começa muito bem, mas que vai nos cansando conforme avançamos nele. Felizmente, isso é contrabalanceado pelos eventos que vem logo a seguir, trazendo um desfecho que verdadeiramente merece palmas.

Através de Rise of the Hutt Cartel a Bioware aprendeu o caminho das pedras para criar uma ótima expansão de seu MMORPG que recentemente completara cinco anos e demonstrou toda sua experiência em Shadow of Revan, um conteúdo adicional com uma fantástica história que ganha uma automática profundidade através dos games e livro que o precederam. Perfeitamente inserido dentro da trama geral de The Old Republic, temos aqui uma expansão que simplesmente deve ser jogada, levando a história da guerra entre a República e o Império Sith para caminhos completamente distintos do que vimos anteriormente.

The Old Republic: Shadow of Revan
Desenvolvedor:
Bioware
Lançamento: 09 de dezembro de 2014
Disponível para: PC, Mac
Gênero: MMORPG

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