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Crítica | Stargirl – 2X01: Summer School – Chapter One

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

E Stargirl retorna para mais uma temporada, com mais outra já aprovada, depois do fracasso do DC Unlimited e a entrada do HBO Max na estrutura de produção, juntamente com a The CW que ficou com a prioridade no lançamento nos EUA. Mas as mexidas de bastidores não parecem ter alterado o espírito da série, ainda que julgar apenas pelo primeiro episódio de sua 2ª temporada seja obviamente injusto. Até porque, devo esclarecer, quando eu digo que “não alterou o espírito”, quero dizer negativamente, pois ela precisava justamente de uma sacudida maior do que nomear a temporada de Summer School (pelo menos até o quinto episódio será assim) para não ser aquela sucessão de altos e baixos do ano inaugural.

Seja como for, independente de qualquer outro fator, começos de temporada de qualquer série são quase sempre compreensivelmente complicados e não é diferente aqui neste episódio, já que o roteiro de Geoff Johns está muito mais preocupado em lidar com o novo status quo resultante dos eventos anteriores e introduzir novos personagens e novas ameaças do que entregar algo que seja narrativamente fluido, com a direção de Andi Armaganian fazendo o que pode para driblar o problema e criar coesão, tentando disfarçar – mas não conseguindo sempre – a natureza picotada do que vemos passar em tela nos rápidos 42 minutos de duração.

O que funciona melhor no capítulo é a forma como ele lida com as consequências da derrota da Sociedade da Injustiça pela versão adolescente da Sociedade da Justiça. É interessante o cuidado em criar pontas narrativas para cada um dos quatro super-heróis estreantes, com Beth lidando tanto com a falta que sente de Chuck como com o divórcio dos pais; Yolanda sofrendo estresse pós-traumático depois do que teve que fazer com o Onda Mental; Rick tentando encontrar Solomon Grundy e Courtney… bem… sendo Courtney. Sim, ao passo que seus amigos mostram sinais claros de desenvolvimento, de amadurecimento, a protagonista continua a adolescente egoísta e cansativa que apenas algumas poucas vezes deixou de ser, com sua insistência em patrulhar sua pacífica cidade detraindo de seu tempo de estudo (e certamente de seus colegas, menos Beth, claro) e criando problemas para a família Whitmore no processo, que precisa cancelar as férias de verão para que a jovemzinha faça Curso de Verão – daí o nome da temporada – em razão de sua reprovação em duas matérias.

Mesmo com a abordagem de Courtney sendo repetitiva e frustrante, os personagens ao seu redor funcionam bem, até mesmo Pat que acaba deixando que o abelhudo Zeek (King Orba) descubra S.T.R.I.P.E. escondido na garagem e sugerindo modificações e melhorias que certamente serão bem-vindas quando as ameaças começarem a aparecer. E o mesmo vale dizer para o sinistro preâmbulo em que vemos, em um flashback, a jovem Rebecca McNider (Olive Abercrombie), cuja relação com o Dr. Meia-Noite original existe, lógico, mas não ficou clara qual é, sendo morta(?) por Eclipso em sua “versão” Bruce Gordon (Milo Stein) das HQs, algo que conversa bem com o final do capítulo com Cindy e Eclipso começando o recrutamento para o Injustiça Ilimitada, grupo sucessor da Sociedade da Injustiça.

No entanto, toda a firmeza que o episódio mostra ao lidar com esses elementos começa a ser fragmentada pela insistente introdução de novas situações, sejam elas completamente novas, sejam desdobramentos que serviram de cliffhanger no ano inaugural. Com isso, temos a chegada de Jade (Ysa Penarejo), filha de Alan Scott, o Lanterna Verde original, que resulta em uma desnecessária pancadaria que destrói a casa de Courtney, revemos Sylverster Pemberton (Joel McHale), ou alguém que se parece muito com ele, achando a ex-esposa de Pat como ponte para levá-lo até o sidekick e a reintrodução de Artemis Crock (Stella Smith) em uma sequência absolutamente nada a ver na cafeteria da escola. Pode não parecer, mas é muita coisa para um episódio desses e o picotamento resultante quebra o ritmo da história e faz desse início algo que tem a inafastável cara de um prólogo.

Mas está valendo. Confesso que já estava e fiquei ainda mais curioso pela presença de Pemberton (ou de “um” Pemberton) na série e gosto do conceito invertido da primeira temporada, com Cindy agora tendo que montar sua própria equipe adolescente para vingar-se. Eu só espero que as elucidações de eventuais mistérios e a montagem do grupo vilanesco não demorem demais, pois seria repetir o erro original. Stargirl tem a vantagem de já estar renovada para mais uma temporada, pelo que não há desculpa para que se repita, aqui, a falta de planejamento que atrapalhou demais o desenvolvimento de seu primeiro ano.

Stargirl – 2X01: Summer School – Chapter One (EUA, 10 de agosto de 2020)
Showrunners: Geoff Johns, Greg Berlanti
Direção: Andi Armaganian
Roteiro: Geoff Johns
Elenco: Brec Bassinger, Luke Wilson, Yvette Monreal, Anjelika Washington, Cameron Gellman, Trae Romano, Meg DeLacy, Amy Smart, Hunter Sansone, Nick Tarabay, Ysa Penarejo, Joel McHale, Stella Smith, Olive Abercrombie, King Orba, Milo Stein
Duração: 42 min.

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