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Crítica | Stargirl – 2X04: Summer School – Chapter Four

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Quatro episódios seguidos de Stargirl em que a série acerta direitinho o tom que precisa manter e que teria elevado a temporada inaugural a algo especial, ainda que certamente não tanto quanto a de Superman & Lois. Ainda é cedo – bem cedo – para cantar vitória, mas o caminho que vem sendo adotado por Geoff Johns até aqui é merecedor de todos os elogios, especialmente por governar este segundo ano com leveza e galhofa benigna, daquelas gostosas de ver em cena, mesmo quando, quem diria, Courtney, a adolescente que se recusa a crescer, fica em evidência.

E, justiça seja feita, a jovem protagonista nem tem gozado de tanto destaque assim, permitindo que a temporada diversifique um pouco os enfoques, mesmo que ainda falte coesão geral em razão dos personagens que são introduzidos e, imediatamente depois, completamente esquecidos como o doppelgänger do Sylvester, Jakeem e o gênio da caneta e, claro, Jade, esta sequer ganhando alguma mençãozinha que seja além da cozinha arrebentada. Mas quero quer que, em breve, haverá a necessária convergência narrativa, ainda que fique aquele constante receio de que vão adiar o máximo e correr com tudo no terço final.

Pelo momento, porém, o que realmente importa é que Summer School tem conseguido se dar ao luxo de dedicar a linha narrativa principal de um episódio inteiro à relação entre pais e filha na família Crock, com direito a fuga de prisão, uma hilária conexão hesitantemente amistosa com Pat e Barbara, tudo para criar uma historinha de origem simpática para Artemis como vilã do grupo sendo formado por Cindy com a ajuda providencial da boa e velha voz incorpórea e maléfica chamada Eclipso. Afinal, é impagável ver Crusher confraternizando com Pat na sala de estar da casa do eterno sidekick, enquanto Paula e Barbara encontram nas respectivas filhas um ponto em comum. Acho que eu poderia muito facilmente ver um episódio inteiro só disso.

Mas, lá no fundo, ainda bem que não há dedicação exclusiva a esses momentos de conexão entre mocinhos e vilões. Muito ao contrário, muita coisa acontece ao redor disso, com a direção de Lea Thompson, a eterna Lorraine Baines da Trilogia De Volta para o Futuro, manejando muito bem cada acontecimento, seja a reveladora conversa entre Court e o Penumbra em um sebo em que não só descobrimos que ele até é mau, mas definitivamente não mal e que pretende se livrar de Eclipso, como também que o fim do Dr. Meia-Noite não foi realmente o fim, como justamente a descoberta, por Beth, sobre a origem da voz em seus óculos, com direito até mesmo a vermos o super-herói clássico nas sombras, ecoa. E, claro, há ainda o processo de recrutamento de Cindy que ganha passo acelerado aqui, talvez por ter sido negligenciado quase que completamente antes, mas sem realmente parecer corrido.

Surpreendentemente, em momento algum o episódio parece “quebrado”, como costuma acontecer quando muitas linhas narrativas são abordadas. O roteiro de Taylor Streitz certamente também ajudou muito no trabalho de Thompson, que soube dar o tempo certo para cada núcleo, mantendo a coesão dada pelo fio guia que é a história dos Crocks com os Whitmores. Até mesmo Court ganhou um verniz de amadurecimento ao processar de forma bastante adulta a informação – ainda incompleta – sobre Eclipso e reunir seus amigos para pesquisar à moda antiga sobre o vilão. Duvido muito que a postura da jovem mantenha-se assim por todo o tempo, mas o que vimos aqui definitivamente foi um avanço.

Ainda há muito o que acontecer e a ser revelado, pelo que a temporada sem dúvida corre o risco de se perder como aconteceu com a primeira, mas é inegável que esse terço inicial – um pouco menos, já que serão 13 episódios – é superior em todos os aspectos ao terço inicial do ano inaugural que só melhorou de verdade mais para a frente. Já há um bom delineamento de propósitos, de conceitos, de novos personagens do bem, do mal e de algo no meio, além de um definitivamente mais equilibrado núcleo adolescente que tem a decência de não esquecer os adultos. Se estou empolgado com Stargirl como fiquei com Superman & Lois? É inegável que sim. De maneiras diferentes, diria, mas sim de toda forma.

Stargirl – 2X04: Summer School – Chapter Four (EUA, 31 de agosto de 2021)
Showrunner: Geoff Johns
Direção: Lea Thompson
Roteiro: Taylor Streitz
Elenco: Brec Bassinger, Luke Wilson, Yvette Monreal, Anjelika Washington, Cameron Gellman, Trae Romano, Meg DeLacy, Amy Smart, Hunter Sansone, Nick Tarabay, Ysa Penarejo, Joel McHale, Stella Smith, King Orba, Milo Stein, Jonathan Cake, Jim Gaffigan, Henry Thomas, Neil Hopkins, Joy Osmanski, Max Frantz, Alkoya Brunson, Nick Tarabay
Duração: 42 min.

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