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Crítica | Stargirl – 3X08: Infinity Inc. Part Two

O força do amor sempre pode tudo!

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Eu sei das circunstâncias que levaram ao anúncio do cancelamento de Stargirl, mas é revoltante ver uma série simpática dessas ter esse fim quando, por exemplo, Titãs chega à sua quarta temporada. Mas é a vida, até porque não sou de choramingar pelo cancelamento de séries para além de obras que realmente valiam a pena como, em ordem de preferência, Deadwood, Roma, Firefly e The Sarah Connor Chronicles, e porque, ao que tudo indica, Geoff Johns já estava preparado para esse possível destino de sua obra e porque é tecnicamente possível que ela encontre outro lar, talvez o próprio HBO Max se o David Zaslav não continuar cortando material roteirizado para pagar as dívidas da descontrolada Warner.

Comecei com uma reclamação que não tem relação alguma com o episódio sob análise (mas tem com a série, então não é tão deconectado assim!) e continuarei com outra reclamação, desta vez sobre o episódio em si, ainda que ela seja uma reedição de minha reclamação sobre a Parte Um: o que raios essa história da Helix, com a Jenny, seu irmão Todd, a Enfermeira Love e o Sr. Bones, além de vislumbres de Tao Jones e Tenebra e um name drop safado de Sandy Hawkins tem a ver com Stargirl, especialmente considerando que, conforme descobrimos ao final, o voyeur em Blue Valley não é o cosplayer de Caveira Vermelha? A pergunta, obviamente, é retórica, pois o objetivo muito claramente foi fazer que os dois episódios servissem de “piloto porta dos fundos” (minha tradução literal para backdoor pilot) da Corporação Infinito, supergrupo dos quadrinhos da DC do qual até mesmo Sideral (o nome brazuca de Stargirl) fez parte, mas há maneiras muito melhores de se fazer isso que não exija que a linha narrativa principal seja completamente interrompida e ignorada para satisfazer os desejos de seu showrunner.

Pelo menos a Parte Dois foi melhor do que a primeira, ainda que não muito. Ao tentar simplificar as coisas para manter a atmosfera mais, digamos, infanto-juvenil que a série inegavelmente tem, Johns simplificou demais, seja na “reviravolta” sobre a verdadeira função da Helix, que nada mais é do que uma Mansão Xavier da vida, a história para chorar sobre a origem do Sr. Bones, a forma como tudo se resolve na base do “poder do amor” e a função conciliadora de Court, que se revela uma terapeuta de mão cheia, mais eficiente sem seu cajado do que com ele. Infelizmente, o showrunner decidiu jogar um jogo muito raso, muito básico que somente se destaca quando Pat é alvo de um roteiro inclemente que pode ter repercussões interessantes diante de sua família, especialmente Mike, mas que, desconfio, será resolvido com uma conversa chorosa e um abraço.

Em outras palavras, o cliffhanger da temporada anterior foi diluído e desperdiçado ao mesmo tempo em que a temporada atual, que já não estava indo maravilhosamente bem, temos que lembrar, foi paralisada para contar outra história para vender uma possível nova série – que, ironicamente, a julgar pela situação da CW e também da Warner, não deve acontecer -, deixando tudo o que estava sendo construído esfriar quase que completamente (sem trocadilho em relação ao Picolé Filho). E afirmo isso com pesar, pois tanto Stargirl quanto a nova Sociedade da Justiça são interessantes de seus jeitos adolescentes de serem, e, vou além, até mesmo ver a Corporação Infinito em live-action poderia ser bacana, mas não com uma coisa sacrificando a outra como ocorreu nesta dobradinha de episódios perdida no meio de uma temporada sobre outra coisa completamente diferente.

E, nesse mesmo diapasão, meu interesse sobre a identidade da pessoa que vigia os heróis e vilões de Blue Valley e que provavelmente matou o jogador desapareceu como um passe de mágica. Pode ser quem for ali com luva de couro que não vai mudar nada para mim, mesmo que ele ou ela tenha profundas conexões com Court ou que até tenha sido o/a causador(a) do fim da Sociedade da Justiça original. Entre a notícia de cancelamento e um desvio narrativo despropositado que nem sequer teve a qualidade que precisava ter para se justificar, Stargirl entrou na lista de séries cujo destino me é indiferente. Uma pena.

Stargirl – 3X08: Infinity Inc. Part Two (EUA, 26 de outubro de 2022 nos EUA e 03 de novembro de 2022 no Brasil)
Showrunner: Geoff Johns
Direção: Glen Winter
Roteiro: Paula Sevenbergen, Robbie Hyne
Elenco: Brec Bassinger, Luke Wilson, Yvette Monreal, Anjelika Washington, Cameron Gellman, Trae Romano, Meg DeLacy, Amy Smart, Hunter Sansone, Nick Tarabay, Ysa Penarejo, Joel McHale, Stella Smith, King Orba, Milo Stein, Jonathan Cake, Alex Collins, Keith David, Alex Collins, Kay Galvin, Jim France, Tim Gabriel, Lynne Ashe, Keith David
Duração: 38 min.

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