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Crítica | Supergirl – 6X02: A Few Good Women

por Davi Lima
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  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

Depois de duas temporadas de Supergirl sem abordar muito o sci-fi intergaláctico kryptoniano, a série retorna às questões familiares de Kara Zor-El. Mas em vez de centralizar mais uma vez em Kara, a temática familiar, ao menos nesse episódio, é usado como método de formulação do heroico e do vilanesco. 

Em A Few Good Women há o reencontro retrospectivo de um parente da Casa de El com Supergirl (Melissa Benoist) na Zona Fantasma e do auto perdão maléfico de Lex Luthor (Jon Cryer) com as mulheres que os cercam, como Eve Teschmacher e Lena Luthor. Enquanto o reencontro de Supergirl busca convencer seu parente contra o medo, o tribunal de acusação dos crimes de Lex, por ter controlado a população de National City, se torna um caso de família que o homem culpa, como sinceridade, a mulher que o ama e a irmã que confiou nele. Traz-se à tona por parte de Lillian Luthor (a mãezona “luthoriana”), assim, o nome Luthor como necessidade ser limpo, em vista que na Primal Earth, pós Crise nas Infinitas Terras, a família Luthor é considerada heroica.

Dessa forma, por mais que o episódio não tenha a boa objetividade bem posta pelo diretor Jesse Warn no primeiro episódio dessa última temporada, ao menos ele traz seus dotes de organização de cenário dramático, dividindo os personagens como encaminhamento básico de narrativa, com as conveniências ilógicas com abertura de serem chamadas de burras. Enquanto Supergirl quer sair da caverna que a protege dos fantasmas da Zona Fantasma, os super amigos Sentinela (Alex), Caçador de Marte, M’gann, Brianic-5 e Sonhadora relaxam e permitem que um desses fantasmas sirvam como um parada dramática no imediatismo de salvar Supergirl. Nisso que é montado aquele luto antecipado da CW que dá uma freiada e coloca o público entre as cercas para esperar o próximo capítulo, criando dramas novos encaixotados entre os extremos que já conhecemos: a vilanesca família Luthor e a heroica Casa de El.

Dentre esses dramas há o vampiro alienígena traumatizado com a Zona Fantasma, os super amigos perdidos sem a liderança de Supergirl e os jornalistas tentando encontrar um novo “Lexposé” para provar que Lex Luthor é um vilão. Todos buscando seus próprios caminhos entre essas duas famílias, tentando formar pares verdadeiros sem o símbolo heroico de esperança por perto e o vilão não julgado. Isso lembra bem os extremos da primeira temporada, quando a Terra sempre ficava entre um confronto familiar dos kryptonianos. Agora a linha sci-fi volta à Zona Fantasma com mais descobertas da Casa de El, enquanto o xadrez dos Luthors se inicia de novo com o peão. 

A expectativa, diante disso, é que os super-heróis se reencontrem cada vez mais sozinhos entre si enquanto Kara tem seu ponto fatídico com a infância na Zona Fantasma e seus medos retomados quanto a destruição da cidade restante de Krypton chamada Argo City (também efeito da Crise nas Infinitas Terras) ao lado da redescoberta do seu antigo parente. Após tanto tempo rodeada por mulheres, Supergirl em contato com esse parente masculino da Casa El demarca uma conexão kryptoniana depois da sua tia Astra na primeira temporada e sua mãe na terceira temporada. Se aviva isso de novo, ainda mais com a discussão familiar mais honesta com o jogo venenoso dos Luthor. Lena Luthor, agora em parceria com Andrea Rojas contra Lex, por exemplo, tira de vez, aparentemente, a função de desmistificação da personagem como substituta do irmão quando havia a amizade de Lena com Kara, e todo o conflito moroso de reafirmação disso na temporada cinco. Apesar do contexto da pandemia, o aperto de mão de Kara e Lena no final da quinta temporada é tão significativo quanto o brinde de Andrea e Lena como frente de batalha contra Lex Luthor.

Logo, parece que a temporada vai se dividir em reconstruções familiares. O que é um verdadeiro Luthor em sinceridade nessa Primal Earth? E o que a Casa de El tem ainda mais para oferecer como princípios e valores a Supergirl? Nem o Caçador de Marte, nem Sonhadora, nem mesmo Alex (Sentinela), conseguem de primeira vislumbrar esse escopo tão aparte de Supergirl nessa Zona Fantasma transformada pós Crise nas Infinitas Terras (essa é a desculpa master do roteiro para aumentar as dificuldades), em que o episódio indica uma longa separação de Kara dos seus amigos ao longo da temporada (também porque Melissa Benoist começou gravar suas cenas só em Janeiro por causa da licença maternidade) e algumas funções determinantes para o futuro dos Legião dos Super-Heróis.

Se a pandemia e a gravidez da atriz Melissa Benoist atrasaram a produção, criando uma divisão de tramas forçadas, pode ser daí que finalmente a série tenha sua apoteose familiar além de jogos e vinhos na casa de Kara Danvers. Se o medo é o conflito na Zona Fantasma, com a Casa de El e seu passado, a verdade perigosa do xadrez dos Luthors para fazer um futuro pode formar uma boa trama ao longo dos próximos episódios.

Supergirl – 6X02: A Few Good Women — EUA, 6 de abril de 2021 A Few Good Women
Direção: Jesse Warn
Roteiro: Derek Simon, Elle Lipson, Jay Faerber
Elenco: Melissa Benoist, Chyler Leigh, Katie McGrath, Jesse Rath, Nicole Maines, Azie Tesfai, Julie Gonzalo, Staz Nair, David Harewood, Jon Cryer, Brenda Strong, Sharon Leal, Robert Baker, Claude Knowlton, Jason Behr
Duração: 43 minutos

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