Home TVEpisódio Crítica | Supergirl – 6X13: The Gauntlet

Crítica | Supergirl – 6X13: The Gauntlet

por Davi Lima
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gauntlet

  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

 

gauntlet Face the moment you lacked true courage – voz do Totem

Após uma certa travada no conto dos Super-Amigos na caça de Nyxly (Peta Sergeant) e sua busca de poder pelos totens, o episódio The Gauntlet não perde tempo e direciona a luta contra a vilã e organiza com ela a triangulação de forças dramáticas com Supergirl (Melissa Benoist) e Lena Luthor (Katie McGrath). Num capítulo bem engraçado, mágico e objetivo, quase apressado, o tema da coragem com os outros personagens criam, na verdade, bastante confusão e fragilização cômica. Tendo esse escapismo em prol de uma boa delimitação do escopo para o final da temporada, às vezes a pressa pode ser amiga da qualidade para disfarçar gambiarras de nivelações de tramas num campo de batalha que contar histórias pode se tornar.

Depois de 4 episódios reestruturando a base progressiva para a temporada terminar, a medida do tempo não parece diminuir para o encerramento da série, em que The Gauntlet parece ser a lapidada final de temática e posicionamento de personagens para o front narrativo de encerramentos dramáticos. As utilidades, as mitologias e os desafios parecem prontos. Lena Luthor vai juntar magia e ciência, assim como nas HQs o irmão Lex já mexeu com os dois pilares; Nyxly ilustrou seu drama com o totem da coragem e aprendeu mais sobre a mitologia da Quinta Dimensão para se sobrepor a Supergirl; a protagonista se conecta, à la Harry Potter e Voldemort, com a vilã enquanto busca se encontrar com mais uma camada do seu heroísmo em criar novas alternativas de vencer Nyxly, que tem uma trágica história familiar e reforço vingativo contra Supergirl. 

Focando um pouco mais do texto nesse drama da Kara Zor-el, a retrospectiva do seu desafio de coragem com o totem no episódio The Gauntlet traz de volta algumas similaridades temáticas que o começo da sexta temporada traz da primeira temporada. O passado com o pai, o tempo na Zona Fantasma e sua origem como heroína; todos esses fatores põem a prova quem é Kara Danvers e quem é Supergirl implicitamente. Isso ainda não foi posto como central, mas a dúvida sobre o desafio da Nyxly com seu tempo de experiência como heroína, sua ausência no começo da temporada e sua volta da Zona Fantasma não parecem ajudar para trazer resoluções, provocam a personagem a prova. Logo, se o espectador complementar a história de traição do reino dos duendes da vilã com os conflitos familiares que a Kara já teve com a tia na primeira temporada, talvez aí esteja o caminho de vulnerabilidade que Supergirl precisa encontrar para evoluir como heroína na próxima caça de totens. 

Quanto a Lena, apesar de soar conveniente esse lance de bruxa exatamente quando The Gauntlet apresenta verbalmente energia e poderes alienígenas dos duendes como magia da Quinta Dimensão, além da volta com tudo da fanfic do fandom com Supercorp, o tal romance shippado entre Lena e Kara; o ponto positivo é que a personagem é muito altiva numa proporção que a diretora do episódio, chamada Tawnia McKiernan, parece dinamizar para a história. Tawnia dá dignidade a essa nova sessão de Supergirl dando urgência na trama com Nyxly e nas consequências que o totem da Coragem causa, ilustrando bem o escrito no roteiro. Da mesma forma, Lena parece sempre a espreita para completar qual caminho de resolução de conflitos – dramáticos da trama, ou técnicos da organização – que o episódio precisa seguir em plausibilidade. Enquanto a diretora dá celeridade a história e dirige bem os atores para os momentos cômicos com os efeitos da coragem excessiva no Caçador de Marte (David Harewood) e em Alex Danvers (Chyler Leigh), a personagem Katie McGrath sempre tem uma utilidade nos pontos cegos da narrativa no combate com os problemas que o totem da Coragem causa. Como Lena mesmo se revela para Kara, a personagem é importante para lutar contra Nyxly pelo seu aprendizado novo da magia que está a entender, e isso se reflete durante o episódio. 

Por fim, Nyxly persevera-se como vilã estimulante para que um episódio de Supergirl seja bem movimentado. Desde o começo da temporada ela trouxe reviravolta quando machucou Zor-El para sair da Zona Fantasma com Kara, depois isso foi dramatizado por sua história de princesa envolver um golpe político do seu pai entre os duendes da Quinta Dimensão, e agora ela traz toda essa quest adventure atrás de totens, com bruxaria, mitologia sci-fi, tudo misturado. Se não bastasse o envolta que a personagem traz à série e traz em The Gauntlet, a atriz Peta Sergeant ainda denuncia sua alta capacidade de chamar atenção quando está em cena, mais uma vez.

Ela tem por ser uma vilã ainda maior por isso, pois entre a duende e a Supergirl há uma oposição de personalidade, com Nyxly irônica, lúdica e maléfica, enquanto Kara ao longo das temporadas foi ficando mais dramática, cautelosa e madura. Assim, o episódio parece ter uma briga de braço por atenção, em que o alto nível de comédia desse episódio – envolvendo a ideia de coragem díspar do comum conceito, chegando a algo bobo – parece contágio do jeito Nyxly, enquanto Supergirl reage preocupada e assustada, que vai amenizando o efeito contagiante em equilíbrio.

Não que Nyxly não tenha seu momento dramático de coragem vulnerável – o ponto-chave de sua vitória na quest em disputa com a heroína protagonista pelo totem – do mesmo jeito Kara tem seu momento cômico – quando olha com cara estranha para sua amiga Lena por ela não acreditar em magia, por exemplo. Mas a simetria divergente entre as personagens, vilã e heroína, parece mais forte nesse episódio, até porque isso serve como sustento de disfarce para a organização das subtramas, com propósito de um sequenciamento mais linear para o final da temporada (espero).

The Gauntlet acaba por ser muito bom em triangular essas três personagens em destaque enquanto resolve o drama de William Dey (Staz Nair) para se envolver com os Super-Amigos e o drama romântico de Alex e Kelly (Azie Tesfai), agora ambas heroínas, dupla fora e dentro dos uniformes. São pausas na boa agitação do episódio? Sim, e desbalanceia significativamente. No entanto, a diretora segura bem a peteca, algo que não sabemos até onda a CW vai segurar a sua trama na insistente pressa que vai se acumulando nesses últimos episódios.

PS: bastante cético, mas intrigado com esse romance anunciado entre Lex Luthor (Jon Cryer) e Nyxly, embora discorde dos showrunners que ela seja igual a ele. Ela é melhor.

Supergirl – 6X13: The Gauntlet– EUA, 28 de setembro de 2021
Direção: Tawnia McKiernan
Roteiro: Jay Faerber, Brooke Pohl
Elenco: Melissa Benoist, Chyler Leigh, Katie McGrath, Jesse Rath, David Harewood, Peta Sergeant, Nicole Maines, Azie Tesfai, Julie Gonzalo, Staz Nair, Matt Baram, Rosemary Hochschild, Adrian Hough, Holly Deveaux, Spencer Borgeson, Scott Button, Jessie Liang, Andrew Morgado, Ronald Patrick Thompson
Duração: 43 minutos

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