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Crítica | Supergirl – 6X14: Magical Thinking

por Davi Lima
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  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

 

magical So I’m going to cover the story my way. – William Day

Um argumento que muitos usam para as séries CW do universo DC e Arrow é que elas parecem uma novela juvenil. Muito disso vem da estranha infantilidade de como tratam a temática dos heróis com o drama exacerbado que se coloca em tela entre os personagens, num formato serial realista. Então, quando um episódio de Supergirl como esse Magical Thinking parte para uma história mais heroica, mais episódica e mais quadrinhos, a corda bamba entre o formato de novela e a temática de personagens vestidos de uniformes coloridos cede e tudo vira bizarramente empolgante. No entanto, quando esse tipo de história só acontece para ser um comentário interno da série sobre os Super-Amigos investigado pelo jornalista William Day, temos aí um PORÉM.

Se torna muito conveniente o anseio de alguns fãs constantemente assistirem essas séries, esperando por uma referência aos quadrinhos, por uma narrativa mais grandiosa – como pretensamente são os crossovers – e um episódio da semana como esse de Supergirl mediar com o público uma diversão para causar um arco realista mais cínico sobre como o tema dos super-heróis é consumo cômico. Lá no episódio Dream Weaver tinha sido interessante Andrea Rojas (Julie Gonzalo), chefe da revista CATCO, interessada nos Super-Amigos com uma vibe de mostrar ao público sobre os heróis. Isso é algo bem comum nas histórias de quadrinhos dos super-heróis, sempre tendo uma cobertura jornalística, um Front Line que aproxime os supers aos humanos. Mas de que adianta propor essa dinâmica se para isso o tema quadrinesco é posto como uma piada?

Atente-se a narrativa de Nyxly (Peta Sergeant) e do totem da humanidade, de como a vilã, mesmo com seus já característicos traços cômicos e irônicos, emana como novidade discursos humanitários como piadas no mesmo episódio que felizmente temos uma cena maravilhosa de Supergirl (Melissa Benoist) sendo a Girl of Steel em frente a um assaltante atirando balas. Numa mão a vilã vira comédia por ser desafiada pelo totem a sentir as dores da humanidade, assim como a protagonista kriptoniana empaticamente sempre está preocupada, na outra mão o episódio se apronta para o heroísmo ter cenas mais elaboradas pelo iniciante diretor Simon Burnett, que trabalha como dublê oficialmente.

Apresentando assim em paralelo não parece ter nada de contraditório ou ruim, até porque Nyxly sofrendo pela humanidade realmente parece engraçado, e a série ter momentos elaborados de ação de salvamento é algo bom. Mas se isso tudo estivesse numa matéria jornalística que é referenciada no episódio com a própria Kara Danvers lendo a CATCO? E a editora chefe dissesse para o jornalista que isso é diversão e consumo numa cena de uma série pertencente a CW que usa o formato realista novelesco para manter o orçamento menor e humanizar seus heróis?

O ponto é que Magical Thinking parece um colírio para os olhos, de um dublê tendo a chance de ser diretor e se empolgando com cenas de ação e tendo na montagem mais cenas de efeitos visuais que aumentam o escopo da história do roteiro; ao mesmo tempo essa empolgação parece uma armadilha para o espectador para a série comentar sobre si própria como passatempo, sobre sua temática dos heróis, para se assumir “tosca” com seus personagens com poderes conversando numa torre sem questionamento da população sobre seus atos. Os roteiristas Karen Maser e Derek Simon voltaram a ler HQs apenas para lembrar que escrevem sobre uma série de supers e isso ser comentado pelo jornalista William Dey (Staz Nair).

Magical Thinking não é um episódio de maior proporção e de maior bizarrice num formato de novela CW porque nessa reta final Supergirl abraçou mais a diversão dos quadrinhos e menos o drama de Lena (Katie McGrath) e Kara sobre um livro de magia, ou menos as metáforas sociais LGBTQIA+ com as heroínas Sentinela (Chyler Leigh) e Guardiã (Azie Tesfai). É apenas apelativo e autorreferente para comentar um artigo de jornal. Talvez os showrunners e o diretor foram intencionalmente honestos em propor um episódio mais heroico, mas pareceram debochar do próprio material nas entrelinhas, estranhamente.

Lá vamos nós para mais um episódio próxima semana sobre o totem do sonho, ou será da esperança? Sem dúvida encontraram o pote de ouro de ideias para pessoas sem ideias com essa história de totens. Com Nixly e Supergirl numa relação bem Harry Potter e Voldemort, vamos esperar para que os últimos momentos de “deslumbrantes” da magia e da mitologia da série não seja só um comentário petulante sobre como a humanidade e o heroísmo são temas engraçadinhos para o público consumir as histórias.

Supergirl – 6X14: Magical Thinking – EUA, 05 de outubro de 2021
Direção: Simon Burnett
Roteiro: Karen Maser, Derek Simon
Elenco: Melissa Benoist, Chyler Leigh, Katie McGrath, Jesse Rath, David Harewood, Peta Sergeant, Nicole Maines, Azie Tesfai, Julie Gonzalo, Staz Nair, Matt Baram, Mila Jones, Nickolas Baric, Lisa Chandler, Sawyer Fraser, Jay Hindle, Carol McCauley Jackson, James Michalopoulos, Andrew Morgado, Adrian Persad, Alana Hawley Purvis
Duração: 43 minutos

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