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Crítica | Supergirl – 6X16: Nightmare in National City

Impactando com a simplicidade do drama.

por Davi Lima
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  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios da temporada.

 

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Nightmare in National City é um episódio que demonstra como gambiarra funciona nessa última temporada de Supergirl. Pode-se questionar a necessidade da pressa, que se confunde positivamente com objetividade, e do recheio de tramas, herança da quinta temporada, que está movendo o final da série num fechamento de arcos bem episódico. Entretanto, felizmente esse modelo de contar história, nesse capítulo da semana, se favorece do acúmulo dramático deixado nas migalhas da narrativa da série até então. Com os dramas da rivalidade de Nia Nal (Nicole Maines) com sua irmã e da crise de identidade de Kara (Melissa Benoist), o senso de consequência e decisão desses enredos fornecem o gás suficiente para a trama escrita como grande em proporção, mas com pouca noção de correspondência visual disso.

Nessa jornada de achar os totens, há uma grande descompensada que parece tão pouco preocupar os showrunners da série. Ao mesmo tempo que se coloca um novo totem em busca e se descobre seu poder, cresce-se a dimensão dos problemas, abrange-os. Numa medida de ignorância a isso, o que se escreve nos roteiros é sempre uma medida de se desviar dessa responsabilidade de corresponder o grande problema que um objeto mágico conceitual pode causar. Em The Gauntlet a comédia deu uma boa manobra divertida, Magical Thinking o cinismo petulante não teve graça e Hope for Tomorrow deu uma politizada legal. Agora, em Nightmare in National City, ao menos nem tentaram dar escopo com desvios, apenas foram fieis a incapacidade de aumentar o cenário, usando imagens da TV para urgência caótica social alinhada ao drama de Kara para propor o conflito, que nem mesmo tem relação direta com o totem.

Como havia sido dito no texto de The Gauntlet, se delineou o conflito clássico de Supergirl e de seu primo Superman (Tyler Hoechlin) quanto aos seus papeis como super-heróis e humanos. Implicitamente isso tinha sido posto quando ela perde o desafio para Nyxly no Totem da Coragem, em que o heroísmo de Supergirl é questionado por ela mesma. Enfim isso ficou explícito rapidamente em Nightmare in National City, no melhor lugar para desabafar das séries da CW: a famosa sacada de prédio. Quando Kara se prepara para desabafar, falando como sua volta desde a Zona Fantasma não ajudou em nada, em como ela ainda parece presa lá, isso soa tão concreto que o episódio não perde muito tempo com Alex (Chyler Leigh) dando um incentivo para ela ir na entrevista com o chefe governamental da Kaznia, baseado no caso do episódio passado. Nessa hora que a gambiarra funciona, porque na pressa, ou na objetividade, o confronto interno de Kara entre chegar atrasada para a entrevista e lutar contra o monstro estranho que está atacando a cidade se torna simples e direto para fortificar um próximo passo, uma decisão grande para o final da temporada, compensando a ausência de representação de escopo já citada.

Para não haver injustiça com o episódio em relação ao equilíbrio de dimensões da história e do visual, a trama da Sonhadora, vulgo Nia Nal, visualmente comporta uma aventura legal pelo mundo dos sonhos e o além dos sonhos na busca do Totem, dando uma animada na proporção que o roteiro precisava. O drama da heroína com a irmã segue a mesma simplicidade narrativa apresentada no de Kara. Depois de muito tempo que Maave (Hannah James) não aparecia na série, o acúmulo temporal da rivalidade entre as irmãs cria boa intriga para saber como elas vão se relacionar numa missão juntas. O peso dramático disso que dá gás também ao episódio. Há um desenvolvimento da irmandade primeiramente complacente com os erros de Maave com Nia, mas se compreende depois que só um pedido de desculpas não resolve a metafórica LGBTfobia que ela comete desde a quarta temporada.

Assim, Nightmare in National City segue nas águas mornas e gambiarras estranhas que essa última temporada faz com seus enredos nesses recentes capítulos episódicos para encerrar arcos de personagens. Porém, o quesito positivo, o diferencial, é ter conseguido trazer mais consequência dramática com muito pouco, com poucas cenas. Isso subverte o pequeno escopo que a história dos totens e seus impactos tem tido, mesmo ansiando visualmente por construções das tramas conceituais maiores envolta deles e não tendo correspondência. Da mesma forma que a quinta temporada, perdida, pôs Lex Luthor (Jon Cryer) para avivar no centésimo episódio da série, mais uma vez ele volta para chamar atenção. Não que a sexta temporada e última esteja no nível irregular da anterior, mas quando se pensa em encerramento…parece faltar magia da Nyxly (Peta Sergeant) para agitar a série.

Supergirl – 6X16: Nightmare in National City– EUA, 19 de setembro de 2021
Direção: Eric Dean Seaton
Roteiro: Rob Wright, Jessica Kardos
Elenco: Melissa Benoist, Chyler Leigh, Katie McGrath, Jesse Rath, David Harewood, Peta Sergeant, Nicole Maines, Azie Tesfai, Julie Gonzalo, Staz Nair, Jon Cryer, Hannah James, Oleg Anokhine, Tosca Baggoo, Andrew Morgado, David Santana
Duração: 43 minutos.

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