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Crítica | Superman & Lois – 1X07: Man of Steel

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Morram de inveja, meros mortais! Eu não leio nada sobre séries que assisto, sejam informações oficiais, sejam especulações de fãs. Não assisto nem mesmo as “cenas do próximo capítulo”. E essa minha recusa em cavar informações me leva a momentos de completa surpresa como a revelação, em Man of Steel, que o Capitão Luthor, na verdade, é John Henry Irons, o Homem de Aço ou, como mais comumente conhecido, apenas Aço (o mesmo personagem, em tese, vivido por Shaquille O’Neil em Steel – O Homem de Aço), com direito até mesmo ao martelo cinético, arma característica do personagem e à introdução de sua filha Natalie (Tayler Buck) que, nos quadrinhos, se torna a versão feminina do mesmo herói. Foi, portanto, com um sorriso besta que recebi a notícia no episódio, o que tornou tudo ainda mais gostoso.

Mas chega de tirar onda com vocês, pobre coitados que não resistem em cavoucar a internet atrás de fofocas sobre as séries que assistem (brincadeira, gente!!!) e vamos ao episódio que, mais uma vez, foi muito bom, ainda que levemente inferior aos dois imediatamente anteriores. Os maiores problemas de Man of Steel giram ao redor de Jordan Kent, começando pela viagem até a Fortaleza da Solidão que serviu de cliffhanger em Broken Trust. Toda aquela urgência, todo o ataque que o garoto estava tendo resultou em uma paupérrima sequência de alguns míseros segundos lá no Polo Norte, com um corte imediato para a fazenda da família com um Jordan usando fones de ouvido bloqueadores de som. É isso mesmo produção? Superpoder descontrolado agora é resolvido na base de fone de ouvido? É o equivalente a curar Peste Negra com aspirina, não? Precisava ser algo tão barato assim, tão simplista?

E isso me leva ao segundo problema. Era mesmo necessário que o roteiro curasse Jordan em apenas um episódio? Não vi problema em ele conseguir ter algum nível de controle e usá-lo para bisbilhotar o irmão justamente no momento errado e, depois, ajudar o pai a derrotar Irons, mas daí a simplesmente aparecer livre, leve e solto, já com um sorriso no rosto, sem fone de ouvido como se nada tivesse acontecido foi um desperdício da abordagem literal das “dores de crescimento” que fazem da série algo tão especial. Afinal, será cansativo se a rotina for Jordan, a cada poder novo, ter um treco, ser levado à Fortaleza, e ser “curado” como um estalar de dedos.

Dito isso, a história envolvendo a investigação de Lois sobre seu “colega de trabalho” é outro aspecto que merece comenda na série, pois, como eu já disse algumas vezes, Todd Hebling não parece muito interessado em ficar marinando mistérios até não poder mais. Pode até ter sido tudo muito rápido, mas gostei bastante que aprendemos quase tudo que precisávamos aprender sobre John Henry Irons (Wolé Parks está cada vez melhor em seu papel), inclusive com direito a flashbacks para o passado em seu mundo com a destruição de tudo, especialmente o assassinato de sua esposa Lois Lane, por Superman do mal e amigos. E, claro, a sequência climática de pancadaria foi muito bem executada, com uma boa lógica para o Superman apanhar como boi ladrão, seja do lado de seu enfraquecimento pela luz vermelha, seja pela explicação sobre funcionamento do martelo do Homem de Aço. Apesar de eu não ser grande fã de tudo ser resolvido com um atropelamento por dois adolescentes, confesso que foi divertido ver uma solução simplista e conveniente dessas ser usada para criar uma “ação em família” bacana e que gera dividendos para os rapazes que, agora, pelo visto, passarão a saber tudo sobre os inimigos do pai.

A paralelização narrativa usando a super-audição como tema, foi outro aspecto positivo e ao mesmo tempo perturbador. Afinal, mesmo tendo sido interessante ver Jordan afunilando a audição para ouvir só o que quer, essa mesma habilidade sendo usada pela vilanesca Leslie Larr cria um problema prático que não sei como será tratado ao longo da temporada: se ela é capaz disso e sabe que Lois Lane está atrás de seu patrão, então é natural que ela continue bisbilhotando a repórter, o que fatalmente levará à descoberta da identidade secreta do Superman (eu tive que respirar fundo para aceitar que Irons não reconhece Clark como o herói) e até que seu filho Jordan tem poderes, tornando-o valioso para os negócios de Morgan Edge. Será feio, narrativamente falando, se Leslie simplesmente, de uma hora para outra, parar de escutar conversas alheias, pelo que estou aqui esperando sentado para ver como isso será desdobrado.

Dirigido por David Ramsey, mais conhecido como John Diggle, da finada Arrow, em seu terceiro trabalho nesta cadeira, Man of Steel privilegia a ação e sai-se muito bem na empreitada, mesmo que o roteiro tenha problemas aqui e ali. Novamente, Superman & Lois mostra que, com um pouquinho de trabalho e planejamento, tem como sair séries boas da DC lá da fábrica da CW.

Superman & Lois – 1X07: Man of Steel (EUA, 25 de maio de 2021)
Criação: Greg Berlanti, Todd Helbing
Direção: David Ramsey
Roteiro: Jai Jamison
Elenco: Tyler Hoechlin, Elizabeth Tulloch, Jordan Elsass, Alex Garfin, Erik Valdez, Inde Navarrette, Wolé Parks, Dylan Walsh, Emmanuelle Chriqui, Michele Scarabelli, Fred Henderson, Fritzy Clevens-Destiny, Dylan Kingwell, Wern Lee, Tayler Buck
Duração: 43 min.

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