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Crítica | Superman & Lois – 3X01: Closer

Um começo estranho...

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Apesar de eu adorar o lado pessoal e familiar de Superman & Lois, o que decididamente foi o foco de Closer, o episódio acabou sendo… estranho demais para realmente funcionar. E sim, já estou levando em consideração que ele, por ser o primeiro da temporada, inclusive com alteração no elenco principal – Jonathan Kent, agora, é vivido por Michael Bishop e não mais por Jordan Elsass que pediu para sair para cuidar de sua saúde mental -, naturalmente carrega o ônus de ser o botão de reset, de começo de uma nova história. Mas, mesmo assim, é bom constatar que a série, no geral, continua fiel às suas raízes e consistentemente acima do mediano.

A estranheza vem principalmente da investigação de Lois Lane sobre o vilão Bruno Mannheim (Chad L. Coleman) que a leva a uma consulta médica com a Dra. Irons (Angel Parker), irmã do John Henry Irons deste universo. A consulta investigativa, digamos assim, não é o problema e faz absolutamente parte do que esperamos da repórter, mas o que resulta dela, uma suspeita de gravidez, é trabalhada da forma mais tosca possível. Primeiro, a médica acha que ela está grávida pelos sintomas informados e recolhe sangue para confirmar e, antes que o resultado saia, Lois já conta para seu marido, que é pego por John Henry comprando testes de farmácia, além de ela mesma, depois, contar para Lana, somente para uma ligação telefônica, ao final, desfazer tudo.

Mesmo que essa gravidez – verdadeira ou não, pois não podemos descartar algum plano maligno por trás – tenha importância para a temporada como um todo, não faz sentido algum, em pleno século XXI, alguém “achar” que está grávida e sair contando para todo mundo como se estivesse e mesmo antes de fazer um simples teste de farmácia para ter algum elemento mais concreto. E não estamos falando de um casal recém-casado que está louco para ter filhos e sim de um casal que tem gêmeos de 16 anos, ou seja, com experiência nesse processo. Sei lá, pode parecer uma besteira minha, mas o drama construído durante os 42 minutos de episódio sobre esse tópico me deixou bastante irritado, demonstrando, para mim, um descaso do roteiro com o mínimo de verossimilhança que se pode esperar em situações parecidas (e eu sequer vou entrar no mérito que o Superman poderia usar sua visão de raio-X ou levar Lois para a nova Fortaleza da Solidão para confirmar a questão).

Ultrapassado esse aspecto, que é onipresente no episódio, gostei como a questão da separação entre Lana e Kyle continua sendo trabalhada sem que a série enverede por soluções fáceis. Aqui sim vemos um ótimo exemplo de como lidar com uma situação comum no cotidiano de muita gente de maneira consideravelmente realista, seja Kyle tendo um caso de uma noite só com a solitária Chrissy Beppo, seja Lana relutando em assinar os papeis do divórcio e usando como desculpa sua vida de prefeita (aliás, a introdução do problema sobre as finanças de Smallville pode ser bem interessante se não houver nada “super” por trás), seja a forma como ela e Kyle conversam, claramente demonstrando que ainda há uma forte conexão entre eles. Não duvido nada que, mais para a frente, haja uma reconciliação, o que obviamente é um clichê, mas o simples fato de isso não ter acontecido de imediato quando a traição de Kyle foi descoberta, já eleva essa linha narrativa a um patamar raro de se ver, especialmente em séries de super-herói.

No lado adolescente, não há muito o que falar, pois o episódio apenas reitera basicamente o que já sabíamos: Sarah continua querendo ser só amiga de Jordan, que tem dificuldade de aceitar isso (e de se segurar para não ficar usando seus poderes de qualquer jeito) e Jonathan (o novo ator ainda precisa de tempo para se provar, então vamos esperar) luta para tirar sua carteira de motorista para dirigir aquele monster truck que seu tio Tal-Rho o presenteou (mesmo com poder de voo, não é realista que Jordan tenha simplesmente devolvido o dele, mas tudo bem…). Apenas Natalie Irons tem algum tipo de desenvolvimento relevante quando Sam Lane, sob a desculpa de se conectar com a “neta”, a convida para ir ao cinema somente para recrutá-la para uma escola para superdotados, irritando a menina, que só queria mesmo conexão familiar e, também, John Henry. Mesmo Sam sendo um grosseirão por natureza, sua atitude foi um tanto quanto sem tato mesmo para ele…

Finalmente, no lado super-heroico de verdade, o que é mostrado desaponta por ser, em tese, apenas mais do mesmo. Ver Henry Miller novamente na série, só que desta vez com os poderes do Superman, foi de rolar os olhos… Até quando esse tropo de transformar humanos normais em seres com poderes kryptonianos continuará sendo usado? Espero que a breve introdução de Bruno Mannheim seja apenas a ponta do iceberg de um plano minimamente mais elaborado do que esse, ainda que eu tenha poucas esperanças nesse sentido. A presença do nada de Onomatopeia na história, porém, pode ser indicativo de que há algo mais nesse caldo. Tomara!

Entre altos e baixos, Closer foi um começo claudicante de temporada. Fica evidente que não há intenção alguma em reduzir o foco familiar da série – ainda bem! -, mas é necessário que mesmo nesse lado a narrativa encontre bases sólidas para continuar. No lado super-poderoso, teremos que esperar, pois ainda é muito cedo para bater o martelo, ainda que o que foi mostrado nesse começo seja decepcionantemente repetitivo.

Obs: Acompanharei a temporada e farei as críticas de acordo com o lançamento da série no Brasil, pela HBO Max, que está lançando os episódios com uma semana de atraso. Peço encarecidamente aos mais afobados que não façam comentários sobre o episódio da “semana seguinte” na crítica do anterior para evitar spoilers.

Superman & Lois – 3X01: Closer (EUA, 14 de março de 2023 nos EUA e 23 de março de 2023 no Brasil)
Criação: Todd Helbing
Direção: Tom Cavanagh
Roteiro: Brent Fletcher, Todd Helbing
Elenco: Tyler Hoechlin, Elizabeth Tulloch, Alex Garfin, Michael Bishop, Erik Valdez, Inde Navarrette, Wolé Parks, Tayler Buck, Sofia Hasmik, Chad L. Coleman, Dylan Walsh, Emmanuelle Chriqui, Mariana Klaveno, Angel Parker
Duração: 42 min.

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