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Crítica | Superman – O Homem de Aço #3: Uma Noite em Gotham City

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

Criada como parte do reboot de 1986 da DC Comics, a minissérie O Homem de Aço foi criada para dar uma nova origem a Superman, adaptando-a para uma narrativa mais moderna e, colocando o herói como último sobrevivente de Krypton. Suas seis edições, portanto, nos mostram momentos pontuais da história do Homem de Aço e nesta terceira revista chegamos a um evento crucial: a primeira vez que se encontra com Batman.

Como o próprio subtítulo já deixa explícito, somos levados a Gotham City, onde, logo nas primeiras páginas, somos apresentados à “maneira gentil” como o Homem Morcego lida com criminosos. O sujeito a quem o vigilante interroga, contudo, consegue fugir, o que nos leva a uma perseguição que é rapidamente interrompida pela chegada do herói de capa vermelha. Superman captura Batman, considerando-o um criminoso. No restante da trama, acompanhamos Bruce e Clark debatendo sobre as diferenças entre seus métodos e como Metrópolis e Gotham são cenários completamente distantes entre si. Ao mesmo tempo a investigação vista nos primeiros momentos de leitura é dada continuidade, dessa vez, com os heróis trabalhando juntos.

Logo na metade dos quadrinhos já fica claro que o roteiro de John Byrne insere este caso somente para poder se aprofundar nos argumentos do Homem Morcego, que considera que seus métodos são necessários naquela cidade. Dessa forma, a narrativa flui com uma notável naturalidade, com diálogos convincentes que realmente nos colocam diante de um verdadeiro debate. Esse realismo cai por terra em determinados pontos quando entramos em alguns gadgets mirabolantes do vigilante encapuzado, como seu campo de força invisível que, se violado pelo Superman (e somente por ele!) explode uma bomba em algum ponto da cidade, matando uma pessoa inocente. São estes detalhes que quebram completamente nossa imersão, ainda que se enquadrem dentro da personalidade “prevenida” de Batman.

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Vai uma carona?

Felizmente, contudo, tais deslizes são escassos na obra e, graças ao traçado do próprio Byrne, aliado às cores de Tom Ziuko, nossa atenção é resgatada. Trata-se de um trabalho bastante realista, que utiliza o contraste para definir o tom de cada quadro. As cores ocupam um papel de destaque e facilmente chamam a atenção, com cenários de diferentes tonalidades, em geral escuras, tornando o plano de fundo não somente um preenchimento de espaço, como algo para ser apreciado à parte e, é claro, em conjunto com a ilustração em geral.

Curto, dinâmico e belo, Uma Noite em Gotham City é uma daquelas histórias que nos deixam com um gosto de “quero mais”. Nela, presenciamos um roteiro verdadeiramente simples, provando que nem sempre precisamos de tramas incrivelmente complexas para sermos entretidos. Distanciando-me da questão se o reboot foi necessário ou não, esta é uma narrativa que, definitivamente, vale a pena ser lida, trazendo um convincente primeiro encontro do Homem de Aço com o Homem Morcego, colocando cada detalhe de suas personalidades na mesa, garantindo um efetivo debate entre os dois, que certamente consegue ofuscar os deslizes do texto.

Superman – O Homem de Aço #3: Uma Noite em Gotham City (The Man of Steel #3: One Night in Gotham City)
Publicação original: EUA, 1986
Roteiro: John Byrne
Arte: John Byrne
Arte-final: Dick Giordano
Cores: Tom Ziuko

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