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Crítica | Taboo – 1X07: Episode #1.7

por Luiz Santiago
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estrelas 5,0

Contém spoilers! Confira outras críticas para os outros episódios aqui.
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Eu sugiro que vocês saiam bem rápido e em silêncio… ou fiquem para esperar a extrema violência que está vindo em direção a vocês.

Não é todo dia que nós vemos um enredo de série histórica conseguir tanta coisa em tão pouco tempo, principalmente quando o Universo em questão é um drama familiar e de Corte, misticismo e vingança. O passo atrás que vimos no Episódio 6 foi, como eu havia previsto, uma forma inteligente de manter a ação um pouco fora de órbita e preparar as linhas narrativas para que se confrontassem nesse penúltimo capítulo da série, o melhor até agora.

A grande pergunta sobre a morte de Winter foi o combustível para que as traições aparecessem e fizessem com que o personagem interpretado por Tom Hardy ressaltasse a sua fama de imprevisível. Mesmo a um passo do final da temporada, não sabemos qual é a verdadeira intenção dele com tudo isso, ou como pretende sair [vivo] da Torre de Londres, onde foi parar por ter sido pacificamente capturado, acusado de traição. Mais curioso ainda é que ele anteviu os movimentos da Companhia das Índias e do Príncipe Regente, a partir da denúncia de Helga e, mesmo assim, deixou que o rio corresse por este lado. O que esperar disso?

Diferente do episódio anterior — aliás, diferente de qualquer outro episódio da série até agora — este sétimo capítulo define, sem frases prontas ou interromper personagens, aquilo que já havíamos comentado desde que George Chichester (excelente personagem interpretado por um cínico Lucian Msamati) apareceu na série: James estava no navio negreiro que afundou na costa africana e, até onde sabemos, é o único sobrevivente da tragédia. Aí já é colocado o tempo do personagem na África, sugerindo o “aprendizado de feitiçaria”, o roubo de diamantes e o retorno a Londres. Notem que no mesmo episódio, cheio de incertezas e talvez com uma luz lançada sobre a personalidade de James, temos a noção de que ele ainda tem muitas cosas a nos oferecer em termos de drama.

O fato de ter deixado o plot de traição avançar, de ter dado a chave do cofre de diamantes para (o filho?) Robert e de ter escrito cartas antes de partir para uma meditação na mata e, em seguida, para a casa das travestis, mostra que toda a ideia de “parte de um plano”, levantada no Episódio 4, é verdadeira, e melhor ainda, não sabemos para onde ela nos levará. A imprevisibilidade do personagem tem sido uma das melhores coisas da temporada e neste final se torna um dos ingredientes que deixa tudo ainda mais instigante.

Uma coisa que nos faz pensar é: a denúncia de Helga é parte de um plano de James? Isso e a recepção fria e incoerente com o restante dos episódios — ao menos em termos de justificativa, não o rompimento em si — do protagonista com a meia-irmã Zilpha, me pareceram… orquestradas demais. Não em um sentido negativo, claro, e digo que não será ruim se a resposta que tivermos no desfecho for outra, mas o timing e o caráter dessas ações tiveram peso grande demais aqui, considerando o todo a série, para se fecharem em apenas um sentido. Penso que as “tarefas” que James tem para diferentes pessoas também se aplicam a coadjuvantes que passaram rapidamente nesse episódio, como o ainda misterioso plano com Atticus e a frase misteriosa de Dumbarton.

Muitíssimo bem dirigido por Anders Engström e escrito com extremo cuidado por Steven Knight, este sétimo episódio de Taboo nos deixa com uma grande expectativa para o que deve vir no finale. Com cenas intensas de tortura e mais um ótimo trabalho de arte e fotografia, o episódio nos deu a chave de ouro para abrirmos a porta de encerramento do show. Resta esperar para ver se fecharemos o ano com a mesma chave.

Taboo – 1X07: Episode #1.7 (EUA, Reino Unido, 18 de fevereiro de 2017)
Direção: Anders Engström
Roteiro: Steven Knight
Elenco: Tom Hardy, Franka Potente, Richard Katz, Stephen Graham, Tom Hollander, Louis Ashbourne Serkis, David Hayman, Jessie Buckley, Lucian Msamati, Oona Chaplin, Jonathan Pryce, James Greaves, Leo Bill, Richard Dixon, Edward Hogg, Jason Watkins, Nicholas Woodeson, Michael Kelly, James Oliver Wheatley, Mark Gatiss
Duração: 60 min.

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