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Crítica | The Flash – 4X03 a 07: Luck Be a Lady, Elongated Journey Into Night, Girls Night Out, When Harry Met Harry… e Therefore I Am

Iniciando a temporada com leveza e apresentando um vilão bastante dramático.

por Davi Lima
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Infelizmente o Flash é mais rápido que a disponibilidade de escrever sobre ele e suas aventuras. Por isso, eis aqui um compilado de alguns episódios da quarta temporada e chegar na linha de chegada junto com o super-herói durante a semana. Não se preocupe, tudo voltará ao normal, na velocidade certa rsrsrs. The flash

– Há spoilers. Leiam as críticas dos demais episódios de The Flash, aqui.

 

                   4X03: Luck Be a Lady the flash
the flash luck be a lady

Após a seriedade ainda carregada da volta de Barry da Força da Aceleração – o grande encerramento dramático da 3ª temporada -, essa 4ª temporada, especialmente nesse episódio Lucky Be a Lady, introduz uma nova dinâmica mais cômica dentro da mesma dinâmica de sempre. Como é de costume em séries de TV aberta americana, há os resets que vão sendo aplicados para se adequar ao público. Com Wally (Keiynan Lonsdale), Jesse (Violett Beane),  Harry da Terra-1 (Tom Cavanagh) e a Caitlin (Danielle Panabaker), esses personagens exemplificam bem essas mudanças para se adequar ao terceiro ano da série, entre desculpas para alterações e desaparecimentos deles. Mas para compor tudo isso a comédia, uma certa displicência, um certo amadorismo toma conta de The Flash. Há um molejo, uma graça que desarticula qualquer drama pesada que a série tinha, criando um refresco meio desajeitado, mas muito divertido de assistir.

Há uma leveza no ar nesse início de temporada, que nesse episódio, com a vilã da semana sobre azaração meta-humana, acaba tornando cenas ridículas/engraçadas o mais interessante de assistir The Flash, desde que nós espectadores aprendemos tanto sobre novela que esgotou a fórmula. Apesar da série basicamente está repetindo as primeiras temporadas, com esse evento da abertura da Força da Aceleração por onde Flash voltou, tornando um monte de pessoas em meta-humanas, Barry (Grant Gustin) parece mais desapegado com essa trama, diferenciando da carga dramática que funcionava por ser tudo inusitado. Agora, a repetição está estranha mas soa legal mesmo assim, exatamente por não precisar trabalhar com surpresas, e sim como novos vilões provocam novas aventuras como foco.

Em geral, Lucky Be a Lady é como se fosse o recomeço da série em muitos pontos. A vilã Becky Sharp (Sugar Lyn Beard) é uma ajuda e tanto para um refresh da série, com uma comédia pouco sólida, mas perfeita para criar a dúvida clássica entre a ciência e a superstição quanto a sua sorte em relação ao azar de quem ela tocava ou desejava que tivesse má sorte. A direção de Armen V. Kevorkian ilustra bem a confusão humorada envolta disso tudo, especialmente com a atriz Sugar mais caricata. É um bom episódio, afinal.

The Flash – 4X03: Luck Be a Lady — Estados Unidos, 24 de outubro de 2017
Direção: 
Armen V. Kevorkian
Roteiro: Sam Chalsen, Judalina Neira
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Keiynan Lonsdale, Neil Sandilands, Jesse L. Martin, Patrick Sabongui, Kim Engelbrecht, Jessica Camacho, Tom Cavanagh
Duração: 43 min

 

                4X04: Elongated Journey Into Night the flash
the flash - homem borracha

Em meio a evidência do repeteco das temporadas anteriores com meta-humanos como jornada básica de ter um vilão da semana, é interessante como The Flash não parece mesmo não se levar a sério como antes, criando exageros visuais e uma atuação estranha de Grant Gustin como uma renovada naquele peso dramático e heroico – novelesco principalmente – da série. Isso não quer dizer que a série melhora exatamente por isso, mas neste episódio, quanto ao sogro de Cisco (Carlos Valdes), Breacher (Danny Trejo) e o Homem-Borracha (Hartley Sawyer), qualquer drama é dispensável, ou mínimo em efeito para quem assiste. 

Primeiro falemos da clássica história do sogro perseguir o cunhado, que se torna ainda mais divertida pelos poderes envolvidos. Na vibe de Entrando numa Fria, de Breacher com um desafio para que Cisco precisa passar para ficar com sua namorada Gypsy (Jessica Camacho), a direção de Tom Cavanagh media bem um tom cômico, mesmo que algumas vezes se torne infantil demais. Ao mesmo tempo, a graça dessa trama pelo menos termina em afinidade com o romance fofo, seguindo a harmonia desse arco secundário, mesmo que importante para Cisco. Mas o principal arco da história mesmo é como Barry não gosta do personagem que se tornaria Homem-Borracha, em que ele quer torná-lo vilão de várias maneiras, mesmo o personagem, Ralph, sendo cinza, pendendo mais para a incompreensão da justiça heroica do que ser contra ela.

Apesar do momento auto-ajuda da Caitlin acerca desse tema, o episódio nunca parece parar aí, nesse antigo modo The Flash de ser. As oportunidades de risada ou de estranhamento com algumas cenas é bem mais favorável do que para se emocionar com algo. Há planos de fotografia frontais com Cisco ou com Caitlin que até parecem formar uma unidade de estranhamento sobre tudo para criar um senso de comédia mais elaborado, assim como Iris e seu pai estranham tudo relacionado ao novo meta-humano. Os arcos realmente parecem brincadeira de criança – até Flash usando poderes acaba parecendo, quando ele perpassa o piso de um cômodo. Ao fim, mesmo com o humor, ainda parecem artifícios em teste do que um abraço para modelar isso.

The Flash – 4X04: Elongated Journey Into Night — EUA, 31 de outubro de 2017
Direção: 
Tom Cavanagh
Roteiro: Sterling Gates, Thomas Pound
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Keiynan Lonsdale, Neil Sandilands, Jesse L. Martin, Patrick Sabongui, Kim Engelbrecht, Jessica Camacho, Tom Cavanagh, Danny Trejo
Duração: 41 min.

 

4X05: Girls Night Out
the flash girl power

Girls Night Out tem um misto de vergonha alheia e girl power realmente interessante. A sensação é que há emulação das sufragistas para a despedida de casamento de Iris (Candice Patton) com Caitlin (Danielle Panabaker), Cecile (Danielle Nicolet), e a aleatória Felicity (Emily Bett Rickards) da série Arrow. Paralelamente,  a despedida de solteiro de Barry e os homens da equipe – Cisco (Carlos Valdes), Ralph (Hartley Sawyer) e Joe (Jesse L. Martin) acontece em um clube de strip tease. Nessa dinâmica é que o episodio se perde na sua tentativa de ser engraçado e engajado. Numa classicação etária PG-13, mais o plus de ares feministas com inserções fora do tom humorado, acaba sendo um episódio que se desvia de tudo do que propõe tematicamente, mesmo que não seja um desastre.

Embora haja uma dificuldade de manter um tom e tente-se ser ousado em tratar do feminismo e do machismo, sempre se segurando em abordar algo mais sexual, ao menos no lado das mulheres, na despedida de solteiro, o que se descobre sobre Caitlin e seu tempo que passou fora da equipe Flash tem seu lado positivo. Sejam as cenas de ação, seja a maneira como o girl power é desenvolvido pela ausência dos homens presos numa cela, há um alívio em o feminismo ser politicamente correto, o que não prejudica o PG-13, e só tem algo a contar de legal sobre as personagens femininas. Já com os homens soa como uma trama secundária desperdiçada, porque não pode ir além em nada, nem em desconstrução masculina, nem em caçoar de Ralph, o mais machista.

Logo, é um episódio como se fosse um filme retalhado, como provavelmente vai ser esse novo filme da Liga da Justiça que sai esse mês, porém, na série tem intuitos propositais bastante estranhos. Coloca-se até uma história de uma conhecida de Joe dentro do bar de strip tease, e a festa de Iris se torna uma rave de jovens drogados. Repito: não é um desastre, mas sem dúvida é constrangedor assistir Girls Night Out.

The Flash – 4X05: Girls Night Out — EUA, 7 de novembro de 2017
Direção: 
Laura Belsey
Roteiro: Lauren Certo, Kristen Kim
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Neil Sandilands, Jesse L. Martin, Emily Bett Rickards, Tom Cavanagh, Katee Sackhoff, Danielle Nicolet, Hartley Sawyer
Duração: 43 min.

4X06: When Harry Met Harry…
the flash harry

Depois de Lucky Be a Lady ser um frescor para a 4ª temporada com um novo método de comédia, When Harry Met Harry… parece a confusão de como usar esse humor introduzido. O problema drástico do episódio não se refere ao ridículo, e sim como não há contexto para as ações cômicas da história, elas são apenas convenientes. Vamos ao ponto principal que é o teste do futuro Homem-Borracha (Hartley Sawyer) como herói. A cena do assalto no começo da história tem um caminho longo de uma piada ruim, pois depende do excesso de tempo, de indecisão quanto a melhor forma de parar um assalto. Infelizmente não tem contexto, é apenas a personalidade do personagem inexperiente, fazendo com que Barry (Grant Gustin) pareça fora de ritmo, ironicamente, em relação ao humor.

Isso acontece semelhante com a trama de Cisco (Carlos Valdes) e Harry (Tom Cavanagh). Ainda que a repetição seja o drama de Harry não ter amigos, contribuindo para que tenha um contexto além da personalidade do personagem, a repetição começa a se tornar problema quando esse humor quanto do Homem-Borracha são levados a sério com contexto, em que o primeiro não tinha e outro é extremamente relevante para encontrar o vilão DeVoe (Neil Sandilands). Mesmo que você, leitor, não esteja entendendo nada o que eu digo, lembre da vilã da semana que torna estátuas inanimadas em vivas. A partir disso, imagine esse efeito de animação sem a explicação de Caitlin, por exemplo, além da curiosidade provocada com o vilão DeVoe, que vai tornando os passos do episódio mais sérios. Enquanto isso, Barry e Ralph se envolvem num drama heroico, que um não leva nada a sério na ação. E os Wells, apesar de tiradas muito boas, demandam um tempo que parece muito mais ocupar o episódio da semana do que narrativamente contribuírem para a comédia geral do episódio que não conversa com Ralph.

Enfim, realmente sou muito chato com esse episódio, apesar de momentos engraçados, porque é uma fórmula que deu muito certo no começo da temporada e parece tornar risível à própria estrutura dos episódios. Aí é demais! Nem o que estou assistindo deve-se levar a sério? Engajamento na base de pontos cômicos? É uma tentativa da temporada, mas que chegou o momento de falhar.

The Flash – 4X06: When Harry Met Harry… — EUA, 14 de novembro de 2017
Direção: 
Brent Crowell
Roteiro: Jonathan Butler, Gabriel Garza
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Keiynan Lonsdale, Neil Sandilands, Jesse L. Martin, Patrick Sabongui, Kim Engelbrecht, Jessica Camacho, Tom Cavanagh
Duração: 43 min.

 

4X07: Therefore I Am
the flash de voe

Apesar do final extremamente conveniente em relação a redenção de Barry (Grant Gustin), como se o episódio estivesse demorando demais com a neurose do protagonista sem um cronômetro, quando ele fala algo e todos acreditam quando não acreditavam até ele desesperadamente mostrar provas de estranhezas; ainda assim há um esforço novelesco para tornar o episódio dramaticamente empolgante. Todo o processo envolta da desconfiança crescente e os pontos de dúvida assumem exageros que servem bem a efeitos de criação de um vilão, só não é muito realista para os amigos do herói, apesar das falhas de Flash.

Primeiramente é difícil consumir uma história recheada de flashbacks e Barry insistindo em DeVoe como o vilão como algo minimamente não criativo, apenas acumulando irritantemente uma descrença no presente e uma prova composta com flashs do passado.  Em aparência se torna tudo repetitivo quando se pensa nos acontecimentos de Therefore I Am, mas aí que os atores entram para diminuir essa maquiagem dramática má feita, junto com as transições das cenas contribuindo também para que haja um esforço de fluidez em uma construção engasgada. São ambos dramas de obsessão, de Barry por DeVoe e DeVoe, no passado, por ter todo o conhecimento. A repetição de movimentos dos personagens que acontece na série acaba remetendo sempre, também, às novas descobertas de flashback que nos motiva a estar do lado do Flash. Isso é extremamente bem feito quando se descola os dois polos temporais tentando se provarem, e sim um propondo o outro.

No entanto, o final marginaliza isso à conveniência, pois a experiência de Barry é a nossa, de acompanhar os dois tempos e no passar da duração do episódio desenvolve-se uma fluidez. Já a visão dos amigos do time Flash não chega nem perto de  estar acreditando que DeVoe é o vilão, na verdade crescia um sentido contrário muito grande a isso. Rola uma facilitada narrativa bem amadora, porque não se formula uma reviravolta, apenas puxa-se a seta concorrente para perto sem argumento diferente do que se apresentava antes: a palavra de Barry.

The Flash – 4X07: Therefore I Am — EUA, 21 de novembro de 2017
Direção: 
David McWhirter
Roteiro: Eric Wallace, Thomas Pound
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Keiynan Lonsdale, Neil Sandilands, Jesse L. Martin, Patrick Sabongui, Kim Engelbrecht, Jessica Camacho, Tom Cavanagh
Duração: 43 min.

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