Home TVEpisódio Crítica | The Flash – 8X06: Impulsive Excessive Disorder

Crítica | The Flash – 8X06: Impulsive Excessive Disorder

Nas viagens do tempo o fim da jornada precisa compensar.

por Davi Lima
2,9K views

impulsive

  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

impulsive If screwing up the timeline was a dealbreaker, your dad couldn’t be The Flash. – Jay Garrick

 

Felizmente The Flash está se fazendo literal, simples e romântico em meio as problemáticas físicas, nerds e temporais. Impulsive Excessive Disorder não tem apenas um título auto explicativo, como vai se explicando para nós como público. Primeiro porque serve diretamente como esclarecimentos para o gancho do final de Armageddon, Part 5, segundo porque Bart e Nora se atrapalham tanto para resolverem anomalias temporais num Fixed Point de 2013, que a impulsividade deles vira uma carga negativa para se assistir o episódio. A incapacidade de desenvolver jovens fazendo besteira sem medir o ritmo de drama para isso chega a ser assustador. Porém, na mesma rapidez que o capítulo da semana parece se perder numa empolgação de mostrar os filhos de Barry errando tudo, também resolve-se com simplicidade o retorno da dignidade dos personagens num ato heroico e em pequenas atitudes inteligentes de aprendizado.

Mediante os conhecimentos de viagem no tempo que Legends of Tomorrow ensinou sobre Fixed Point para os fãs da CW, mais o drama que The Flash sempre mostra quando velocistas voltam no tempo, o trabalho de Bart e Nora na história é salvar pessoas sem mudar eventos fixos. O assalto da estilosa e quadrinesca gangue Royal Flush é o ponto fixo, como a nova personagem Avery (Piper Curda) revela para Bart e Nora, mas eles podem evitar que pessoas morram pela variação dos números de mortes no contínuo espaço tempo. É a brecha que uma estudiosa acha para os velocistas serem os heróis, como é costume nas aventuras do time Flash na série. Não há novidade no roteiro que não sejam os irmãos impulsivos em resolver a anomalia de Jay Garrick não estar casado com Joan em 2049, mas a resolução de uma aventura episódica é a de sempre.

O problema é o percurso, a jornada que cria efeitos irritantes quando se trata de Bart e Nora tentarem acertar, e na atuação exagerada de Jordan e Jessica para compensar o tempo de tela. Ironicamente tudo é bastante rápido e impulsivo por parte dos personagens e atores interpretando na primeira metade do conflito temporal de Impulsive Excessive Disorder. Ainda que se possa raciocinar numa coerência deles serem jovens, velocistas e filhos do Barry, pensando na simplicidade do episódio e especialmente em como o episódio se resolve pode-se considerar má qualidade mesmo. Os irmãos velocistas querem criar simpatia, chorar seus dramas e tratar do legado do pai num espaço curto de tempo para manter o caráter episódico. Por sorte, acaba tudo sendo bem autoexplicativo, como se o Thomas Pound, o roteirista, criasse um defeito que pudesse se resolver tão rápido quanto ele se criou.

Inevitável captar o heroísmo e a inteligência de Bart e Nora em resolver o assaltado da gangue. Bart esconde que é do futuro quando a Queen (Agam Darshi) lê sua mente, ele se disfarça de chefe do banco como uma boa tentativa de convencimento e consegue servir de distração para a irmã. Nora não corre atrás, conseguindo pegar todas as bombas que Royal Flush tinha colocado no prédio do banco, além de ajudar o irmão momentos antes com a frase do pai. E se isso não é convincente suficiente, Jay Garrick praticamente dizendo para nós espectadores, possivelmente irritados com a impulsividade e o chororó de Bart e Nora, sobre como Flash já errou muito e nem por isso deixou de ser o Flash, acaba por alongar nossa memória para a série.

De maneira simples, e quase metalinguística, o que pode ser ruim em Impulsive Excessive Disorder serve como argumento do roteiro para mostrar o crescimento de um novo herói em Bart, o famoso Impulso. Isso funciona, mesmo que o início da jornada do episódio crie bastante desgosto. É nessa literalidade de tratar o problema dos personagens como problema técnico do produto audiovisual, ou no romantismo de Bart com Avery, é que a simplicidade ganha pontos, como a referência simples De Volta para o Futuro. Soa honesto, mesmo que Robert Zemeckis, ou até mesmo a série The Flash, já mostrou anos atrás que as tentativas burras de resolver anomalias temporais não precisa ser irritante para criar efeito no público. Mas…consideremos, ainda, a limitação de uma série que tem 8 temporadas mesmo assim.

Ps: quem estava com saudades do Eddie Thawne (Rick Cosnett)? Foi legal revê-lo, especialmente para ver como ele conheceu a Iris. Ah, outra coisa interessante foi a aparição de Booster (Donald Faison) de Legends of Tomorrow. E claro, o gancho do pente mostra que Bart e Nora fizeram alguma besteira, mas era inevitável. E lá vamos nós de novo…ao menos espero que ajude a desenvolver os filhos do Barry em personagens mais maduros. POR FAVOR!

The Flash – 8X06: Impulsive Excessive Disorder — EUA, 09 de março de 2022
Direção: David McWhirter
Roteiro: Thomas Pound
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Rick Cosnett, Jessica Parker Kennedy, Jordan Fisher, Piper Curda, Agam Darshi, Ryan Jefferson Booth, John Wesley Shipp, Megan Peta Hill, Eston Fung
Duração: 43 min.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais