- Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios. Still Force
I need you to promisse me one thing…that we won’t fail. – Mark Blaine
Into the Still Force é o tipo de episódio que grande parcela do público que acompanha The Flash vai gostar, pois a história explora o mundo da energia cósmica Still Force, o chamado Deon, e coloca mais lenha na fogueira quanto a intriga do personagem com seus irmãos – mesmo que isso tenha se apaziguado. Além disso, ver Barry descobrindo novos ativos para seus poderes, entendendo como a Still Force estava com ele o tempo todo e vendo objetividade na trama da doença de Iris, tudo isso realmente proporciona uma animação, principalmente depois do ultra melancólico Funeral for a Friend. Mas quando se observa o todo, é uma grande “conversa para boi dormir”.
Para quem não conhece a expressão, vamos primeiro observar os fatos do episódio e depois entender. Primeiro fato: Flash vai para a Still Force para descobrir que tem acesso a ela, mas não sabe o que aconteceu com Deon e Iris – apenas sabe que ela está bem. Segundo fato: Chester vai a Academia de Polícia para descobrir que não é do mal e que não fez uma bomba eletromagnética – embora alguém esteja roubando informações dele. Terceiro fator: Mark não aceita Caitlin ressuscitar Frost, porque ele está processando a morte dela, e depois arromba a casa de Caitlin dizendo que aceita ajudar a Caitlin porque Frost completa ele, além de colocar uma imposição de cientista não errar a ressurreição. Esses três casos são um exemplo de conversa fiada, para boi dormir.
O diretor Eric Wallace, que também é showrunner da série, pode até entender de drama, sabendo dirigir bem os atores, mas utiliza isso como uma grande farsa. O episódio em si é um vai e vem para o mesmo lugar. Isso poderia ser uma qualidade se a relação das tramas dos personagens estivessem alinhadas a temática da simultaneidade do presente, passado e futuro – que Barry aprende na Still Force. Mas não. A produção do episódio aproveitou a história do Deon, a aparição de Nora West-Allen e o conhecimento do mundo de uma energia cósmica para disfarçar uma progressão na narrativa da série. Porém, isso nem caracteriza um filler, nem uma continuação, criando, talvez, um propósito de episódio chamado dúvida-promessa. Ironicamente falando, parece que Into the Still Force “inova” pessimamente em propor dúvidas como novos ganchos e promessas como finais de episódio.
Se torna até um pouco engraçado ver Joe e Cecile perguntarem a Barry e Nora sobre Deon e Iris e eles não saberem nada, porque eles descobrem tanta coisa, mas o mais importante…nada. Ou seja, a história de Iris quando parecia caminhar se torna outro gancho e abrem-se mais desconhecimentos. No entanto, esses desconhecimentos são como vazios que se abrem, não intricamento de suspense. The Flash prefere dizer que Iris está bem por algo que Barry sentiu na Still Force e colocar uma promessa de Caitlin como o verdadeiro suspense, num trama bem menos central e bem mais concreta. Isso sem falar do computador roubando informações de Chester, que pelo menos é algo novo e se tornar interessante.
Assim, Into the Still Force tem até sua parcela de qualidade, nos entretendo com a Still Force e as cenas com Deon entortando a realidade, mas isso não sustenta um roteiro furado, repetitivo e nada progressivo. É um episódio que corre e o bicho pega e fica para o bicho comer. Não escolhe qual risco vai dar e acaba tendo efeito nulo, mesmo com sua aparência animadora.
The Flash – 8X15: Into the Still Force — EUA, 18 de maio de 2022
Direção: Eric Wallace
Roteiro: Christina M. Walker, Lauren Barnett
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Jessica Parker Kennedy, Carmen Moore, Christian Magby, Jon Cor, Rachel Drance, Mika Abdalla, Meghan Gardiner
Duração: 43 min.
