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Crítica | The Flash – 9X02: Hear No Evil

Libertando Caitlin e Frost, num episódio bem dirigido.

por Davi Lima
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Evil

  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios. 

You should make the decision for yourself. – Barry

 

Caitlin e Killer Frost, personagens da atriz Danielle Panabaker, sempre foram desafios para os roteiros de episódios por vários motivos. Dentre os principais, os poderes de Frost, a personalidade de Caitlin e o drama de dois corpos em um, que mesmo quando as duas irmãs estavam separadas em corpo era necessário muita criatividade para qualificar os arcos envolvendo a atriz Danielle. Não detalharei sua performance ao longo da série, mas comentarei que seus momentos em alguns episódios eram desanimadores. As histórias envolvendo Ronnie, como um romance trágico, animaram a última temporada, enquanto Frost teve seus momentos maduros de vilã. Mas a busca forçada da série de integrá-la como anti-heroína, além de propor dramas familiares ainda mais melosos dela com Caitlin, tornou por vezes alguns fãs revirarem os olhos quando havia centralidade narrativa em Danielle Panabaker – como acontece em Hear No Evil.

Essa revisão é necessária, pois estamos na última temporada, e finalmente, aparentemente, a série resolveu seu problema com Frost e Caitlin, libertando até mesmo a atuação de Danielle. O foco desse episódio da semana em explicar o que houve nos últimos minutos da oitava temporada quanto as irmãs Frost é bastante assertivo. Mesmo que a série apele para suas manias de autoajuda e culpabilidade excessiva a Flash para dar tempo de propor as novas respostas para o que virá a seguir, tanto o diretor e showrunner Eric Wallace dirige muito bem as cenas do episódio como Danielle Panabaker entrega um renovo com a sua nova personagem, uma liberdade cênica, que suprime fragilidades do roteiro.

Hear No Evil completa todos os checks de um possível chato episódio de The Flash. Barry se culpando, conversas reflexivas, frases de autoajuda e protagonismo de Danielle na trama. Porém, em substâncias subjetivas, mas com base objetiva e técnica do audiovisual, Eric Wallace parece ter parado fielmente para gravar esse capítulo da nona temporada com esmero, em que tanto o editor quanto o diretor de fotografia estavam inspirados fluir a narrativa com poucos planos de câmera. Em séries, por causa dos diálogos, orçamentos e metragem controlada, há muita repetição de planos fotográficos e pouca objetividade com eles para contar algo – o que não acontece em bons filmes, selecionando bem o que se quer gravar, na chamada decupagem. Como disse, tem teor subjetivo, no entanto não foi pesaroso ver um episódio de The Flash pela boa escolha do que iria se gravar e como gravar para compor cenas de ação, diálogos e transição de cenas.

Quanto a Danielle Panabaker, sua nova personagem, Khione, que nem é Frost nem Caitlin, coloca-a em uma proposta mais inocente para atuação, trazendo uma simpatia, uma graça natural, um alívio para a melosidade da série. Não apenas isso. Danielle parece mais a vontade, porque tira todo o peso de refletir progressos de temporadas antigas, o que faz parte das grandes raivas que passamos em The Flash: quando uma atitude do personagem parece incoerente ou burra mediante o que ele já aprendeu. Claro, pensando com verossimilhança o ser humano é assim, porém essa série não trata com tanta verossimilhança seus dramas, talvez só os conteúdos deles. Por isso, agora com uma personagem sem memórias de suas outras irmãs, uma página em branco, The Flash mata dois coelhos com uma cajadada só, e inteligentemente deixando Khione literalmente decidir seu destino – uma alforria para a atriz que a interpreta.

Por fim, em meio a esse episódio chuvoso, em que a narrativa toda é dramatizada pela meteorologia – uma literalidade da melancolia bem feita na tela – não podemos esquecer de Hartley, novo amigo de Khione, e a revelação esperada do Morte Escarlate. Hartley, com suas manoplas, faz parte do plot serializado que envolve o vilão da semana, mas também serve para dar suporte a construção da personagem Khione. Então, ele está nos bons momentos de ação e no momento chave que Khione demonstra sua humanidade. Quanto ao Morte Escarlate, apenas digo: comic accurate! Só espero que não seja Tom Cavanagh por trás da máscara, nem Matt Letscher. Por enquanto a temporada está bem para seu encerramento.

The Flash – 9X02: Hear No Evil — EUA,  15 de fevereiro de 2023
Direção: Eric Wallace
Roteiro: Jonathan Butler, Kristen Kim
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Andy Mientus Richard Harmon, Magda Apanowicz, Joel Semande, Jon Cor
Duração: 43 min.

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