- Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.
Inspiring people is your superpower. – Barry para Joe
A grande vilã Morte Escarlate se torna uma grande decepção, imaginando que seria um desafio velocista realmente difícil e trágico para The Flash. Porque no final, serviu para que a história de Joe ir embora do elenco se confirmasse, e para reafirmar os ares novelescos da série, em que tudo se resolve com um diálogo positivo, coach e confortador. Em The Mask of the Red Death, Part 2 a vilã não é tão relevante, em que Joe e Grood são os personagens que de fato importam. Entre uma boa luta de CGI – bem videogame – entre Flash e Morte Escarlate, e uma conversa entre Joe e Cecile, temos mais episódio de The Flash teoricamente urgente, mas sem urgência bem desenvolvida.
Quando se pensa no roteiro de Dan Fisk para esse episódio, claramente há um objetivo de finalizar o arco do vilão novo o mais rápido possível, enquanto é necessário dispensar o ator Jesse L. Martin como Joe. Então, há pelo menos uma resolução da edição de roteiro que é aceita por causa das agendas feitas na TV. O plano vilanesco, utilizando antenas para criar medo nas pessoas de Central City, mas sem muito efeito dramático, pois pouco se mostra sobre isso. Esse plano desencadeia eventos que são puramente convenientes, como a vilã entregar o gorila Grood como parte do plano, para criar uma armadilha. Porém, a vilã escondendo o Grood o Team Flash não conseguiria encontrar a fonte das antenas, e a telepatia da Morte Escarlate. Tudo bem que isso acontece em várias histórias divertidas, no entanto, diferente de um vilão do 007 que conta seu plano como orgulho, aqui só parece uma armadilha mal feita, em que Barry no final convence Grood que ele é um herói, mudando-o de lado.
Grood é um deus ex machina numa tentativa de ser plausível, dando brechas de perceber qual ruim foi o plano da vilã. Além disso, todas as conversas no episódio, especialmente de Joe e Barry, não carregam urgência com o que Morte Escarlate faz na cidade, e dessa conversa que Barry tem a ideia de convencer Grood. Mesmo que The Flash já tenha feito isso em outros episódios, a dimensão posta no deboche e no desespero do bat-velocista desproporciona tudo. É um episódio estranho, em que há mudanças de personagens, de atitude, por conveniência, sobrando apenas coerência no Gorila e em Joe.
O gorila Grood, em que a série utiliza a base das temporadas anteriores para justificar o personagem, tem sua motivação muito básica, sendo compreensível mudanças no seu status, sempre buscando ajudar seu povo de gorilas. Da mesma forma, Joe é o personagem que se vê sem poderes e sem necessidade de contribuir com o Team Flash, especialmente vendo as habilidades da sua esposa. Os arcos desses personagens tomam decisões minimamente lógicas. Mas tanto o Grood é conveniente para devolver os poderes de Barry, como Joe é conveniente para a conversa coach de sempre entre ele e Barry. E no final, o plano vilanesco, Mark com Khione e os outros vilões envolvidos estão como figurantes de um episódio que tentar ter grande proporção, mas é tudo sobre duas conversas: com Grood e com Joe.
Só não fica tudo pior porque The Flash conhece sua fórmula de despedida e festas caseiras para fechar histórias – clássico da CW, e de uma cultura americana também nas séries de TV. Você revela a gravidez de Íris, o romance de Allegra e Chester e despede de vez Joe. Isso sempre funciona, porque é como se fosse um roteiro escrito para isso, tentando amarrar agendas para esse momento na casa de Joe e Cecile, enquanto o resto do episódio é uma junção de partes engembradas. Nem melhorou, nem piorou em relação ao episódio anterior. Talvez fosse até melhor um desses extremos.
The Flash – 9X05: The Mask of the Red Death, Part 2— EUA, 8 de março de 2023
Direção: Rachel Talalay
Roteiro: Dan Fisk
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jon Cor, Javicia Leslie, Jesse L. Martin, Andy Mientus, Paul Anthony, Max Adler, Damion Poitier, David Sobolov, Carmen Moore, Richard Harmon, Magda Apanowicz, Alexandria Wailes, Stephanie Izsak
Duração: 43 min.
