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Crítica | The Handmaid’s Tale – 4X06: Vows

por Luiz Santiago
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  • SPOILERS! Confira as críticas para os outros episódios da série e para o Universo criado por Margaret Atwood  aqui.

Juntamente com o piloto da série e o episódio da fuga das crianças, eu acredito que Vows seja o episódio mais importante de The Handmaid’s Tale. Ele traz algo que sempre esteve nos sonhos mais distantes, nas discussões mais esperançosas em relação ao show e o que poderia (ou deveria) ter acontecido com June em outras temporadas. Diferente do que muita gente poderá argumentar ou mesmo entender, não se trata apenas de uma “compensação dramática“. A série já vem nos alimentando com algumas delas desde o final da 3ª Temporada. O valor do que acontece aqui deságua na validação imediata de mais uma temporada, agora sim, com um novo horizonte para ser explorado, com novidades, com coisas que verdadeiramente valem uma extensão do programa.

Na crítica de Chicago eu levantei algumas hipóteses sobre a fuga de June e os possíveis dilemas morais envolvidos com essa fuga. Janine é um fator de responsabilidade para ela, pois June assume, diante das amigas, uma espécie de figura materna revolucionária, feminista e líder. Além, é claro, de Hannah, que desde o início foi quem segurou June em Gilead. A filha que ela teve com Luke, o fruto de um casamento amoroso e muito feliz que June nunca quis deixar para trás, dentro de um outro contexto. Passadas, portanto, três temporadas, tanta coisa aconteceu e tantas novas coisas então em jogo, que a decisão acabou se dando e June, enfim, conseguiu sair do inferno.

Teve um determinado momento do episódio em que eu não conseguia mais parar de chorar. Apesar de ser um capítulo bastante simples em sua condução — e entendo perfeitamente a crueza na direção de Richard Shepard, que precisava focar toda a força do visual no impacto dramático que essa fuga de June deveria ter — o poder de Vows está num nível muito mais íntimo, muito mais pessoal do que o que tivemos em outros momentos da série. Notem que a linha paralela da história é um flashback para o momento da mudança de June, quando resolveu casar-se com Luke. A escolha, mais uma vez, foi impecável. O bloco não só coloca em cena questões psicológicas e emocionais da personagem em relação à maternidade, mas também em relação a Moira e Luke (amizade e amor, juntos), de modo que quando os reencontros e a própria ideia de sair de Gilead acontece, o simbolismo de tudo explode na tela e nos deixa embasbacados.

Fora o poder dessa fuga, há também a existência desse fato como decisão extra-série! Os produtores realmente tiveram a coragem de fazer essa mudança acontecer logo agora (vejam, nem é o final da temporada ainda!) e, como disse antes, conseguiram reacender todo um novo tipo de referência em relação ao show. Para mim, é o episódio que verdadeiramente revoluciona a série porque quebra uma das expectativas iniciais (de que a saída de June seria o fim da série, acontecida com a queda de Gilead) e basicamente faz a abertura de um gigantesco portão de novas variações para a história. Seja a série renomeada ou não, seja a próxima temporada a última da série ou não, com essa saída impactante e absolutamente emotiva, The Handmaid’s Tale troca completamente de pele. Será maravilhoso acompanhar essa “nova Era” do show a partir de agora.

The Handmaid’s Tale – 4X06: Vows (EUA, 19 de maio de 2021)
Direção: Richard Shepard
Roteiro: Dorothy Fortenberry
Elenco: Elisabeth Moss, O-T Fagbenle, Samira Wiley, Zawe Ashton, Nadeem Phillip, Michael Ayres, Eileen Li, Sean Rey, Alia Jackman, Malube Uhindu-Gingala, Kat Khan, Kenny Wong, Jailin Daley
Duração: 47 minutos

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