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Crítica | The Handmaid’s Tale – 5X09: Allegiance

Escolhas perigosas.

por Luiz Santiago
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Se eu não soubesse, por algum motivo, que este era o penúltimo episódio da 5ª Temporada de The Handmaid’s Tale, eu julgaria estar no meio de uma temporada, num daqueles capítulos com coisas visivelmente marcantes acontecendo, mas sem um trabalho mais acurado do roteiro para toda a situação. Porque é justamente essa a sensação que Allegiance me passou, sendo para mim, até agora (e torço para continuar, definitivamente) o episódio mais fraco do ano, seguido do anterior, Motherland, do qual gostei apenas um pouco mais. Isso não significa, no entanto, que se trata de um episódio ruim. Mas no montante da temporada, fica atrás porque expõe coisas demais como consequências rápidas para algo sem muito trabalho do roteiro, o que leva a situações que até podem ser melhoradas no Finale, mas nesse momento da narrativa, não são tão legais assim.

Ao que parece, o surto de June para voltar a Gilead, aderindo ao novo projetinho de disfarce do fascismo cristão-fundamentalista daquele país, desapareceu. Eu tenho uma leve suspeita de que a situação pode voltar, tendo Serena e o pequeno Noah como “moedas de troca“, de alguma forma (será?). Mas por enquanto estamos livres dela. June está com muita raiva, especialmente após a derrubada dos aviões americanos. E não é um sentimento egoísta, veja bem. Ela está frustrada porque o resgate da filha e das outras meninas não deu certo, mas o componente da perda da vida dos pilotos tem um peso muito grande nesse contexto. E isso é tão verdade, que serve de gancho para o desfecho do episódio, com um ataque que, ao que tudo indica, foi encomendado pelos Comandantes de Gilead.

Na nação fundamentalista, as coisas parecem chegar a um momento de dificuldade. Lawrence “se casa” novamente, para manter o status social de homem respeitado e aceito pelos pares (como é patética essa ânsia obrigatória em relação ao casamento, não é? E fica ainda pior quando há um componente religioso servindo de impulso), e não consegue convencer June a participar de seu “sonho de reforma” do país. Já o encontro dela com Nick aqui foi rápido, sem graça e desnecessário. Não explorou nada muito bem e o distanciamento entre eles, especialmente por parte de Nick, me parece um exagero de frieza do ator na construção do personagem nessa “nova fase” de sua vida. Eu até entendo o caminho do ator e diretor para entregarem algo assim, mas ainda acho que Nick e June é um par de personagens que, juntos, deveria haver pelo menos o mínimo de faísca. E Nick dizendo, como um robô, “eu te amo“, não conta como faísca não.

O tratamento dado por Alanis Wheeler a Serena alcança aqui o estágio de agressão e dominação opressiva, o que acaba culminando na fuga de Serena e Noah. Isso abre portas muito interessantes para o episódio final, possivelmente colocando-a em contato com June. Diferente de outras temporadas, não consigo ver exatamente que caminho os showrunners vão tomar aqui, a fim de nos levar à última temporada. Estou ansioso e um pouco preocupado, mas tenho quase certeza de que teremos um bom fechamento deste 5º ano, com direito a coração disparando loucamente a cada bloco de ação. Será uma longa semana.

The Handmaid’s Tale – 5X09: Allegiance (EUA, 2 de novembro de 2022)
Direção: Bradley Whitford
Roteiro: Eric Tuchman
Elenco: Elisabeth Moss, Yvonne Strahovski, Amanda Brugel, O-T Fagbenle, Ann Dowd, Sam Jaeger, Max Minghella, Samira Wiley, Bradley Whitford, Ever Carradine, Jason Butler Harner, Genevieve Angelson, Amy Landecker, Lucas Neff, Carey Cox, Jordana Blake, Jonathan Watton
Duração: 52 minutos

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