Home TVEpisódio Crítica | The Handmaid’s Tale – 6X07: Shattered

Crítica | The Handmaid’s Tale – 6X07: Shattered

Ajustes antes do impacto.

por Luiz Santiago
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Shattered dá continuidade à densa trama que estamos vendo se desenvolver neste bloco final de The Handmaid’s Tale, unindo dramas humanos diversos e a já esperada crítica social em um enredo que não nega a proximidade do fim da série, e faz questão de deixar isso bem claro para o espectador. Sob a direção precisa de Daina Reid e com o roteiro afiado de Katherine Collins, o episódio avança a história, intensificando os conflitos e aprofundando os personagens rumo ao desfecho. Traição, resiliência e a luta por liberdade em um mundo opressivo ganham cada vez mais vida, enquanto a série escancara os problemas de Gilead e sua possível queda ou rachadura. Com atuações bárbaras e escolhas visuais marcantes, esse capítulo não só eleva a tensão, mas também provoca reflexões sobre poder, sacrifício e a persistência do espírito humano.

O horrendo massacre em Jezebel’s abre a trama, aniquilando mulheres acusadas de simbolizarem a resistência, consequência da traição de Nick, que entrega o plano de Mayday aos comandantes. June absorve o impacto em silêncio (Elisabeth Moss segue entregando performances incríveis, com intensidade crua), mas logo canaliza a dor para um novo esquema de vingança, mirando o casamento de Serena Joy com o Comandante Wharton. Serena continua sendo uma personagem que transita entre diferentes patamares, marcada pela frieza e pela vulnerabilidade, usando a união para chegar a um ponto de destaque que, mesmo interpretada como dependente do marido, não pode ser ignorada como alguém que claramente manipula o jogo a seu favor. Moira adiciona camadas de solidariedade, enquanto Tia Lydia, consideravelmente perdida nesta temporada, encontra um propósito, embora lamente Janine, como todos nós. E a conversa honesta entre June e Luke sobre o casamento revela a força e a fragilidade dos laços sob pressão.

A trama conecta-se a ideias maiores, ampliando seu impacto para o vindouro desfecho da série. O massacre em Jezebel’s evoca expurgos históricos, e tem como consequência o destino cruel dado a Janine, que acabou virando aia de um comandante que sempre quis dominá-la com crueldade. O casamento de Serena, já com sua promessa de caos, carrega uma tradição interessante, e certamente fará do próximo capítulo um dos mais importantes da série. Se o roteiro seguir com a grande maturidade com que está lidando com todas as questões, devo dizer que um Finale perfeito nos espera. Notem como June não grita, não faz espetáculo, não eleva a um patamar desnecessariamente melodramático a traição de Nick. Os diálogos, a postura e as consequências dessa traição, assim como a relação de June com Luke sendo discutida, são provas de que textos bem escritos conseguem lidar com situações “sem saída” de maneira aplaudível.  

Shattered é um episódio que, mais uma vez, traz a essência do que tínhamos nas primeiras temporadas de The Handmaid’s Tale: uma narrativa que entrelaça o horror da opressão com emoção pura da resistência, preparando um final que ainda pode se quebrar em inúmeras possibilidades, mas que consegue mostrar-se no horizonte como promissor. O roteiro questiona o custo da confiança passional e as escolhas individualistas em oposição às coletivas. Com a vingança de June e de todo o time de sequelados por Gilead a caminho e o poder de Serena crescendo, a série nos deixa ansiosos pelo próximo passo. Neste episódio, tivemos uma boa provocação. No próximo, o resultado dela.

The Handmaid’s Tale – 6X07: Shattered (6 de maio de 2025)
Direção: Daina Reid
Roteiro: Katherine Collins
Elenco: Elisabeth Moss, Yvonne Strahovski, Madeline Brewer, Amanda Brugel, Ever Carradine, Ann Dowd, O-T Fagbenle, Sam Jaeger, Max Minghella, Samira Wiley, Bradley Whitford, Josh Charles, Timothy Simons, D’Arcy Carden, Athena Karkanis, Sebastian MacLean, Kyle Gatehouse
Duração: 42 min.

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