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Crítica | The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

Ocarina of Time é muito mais que um clássico, muito mais que o marco que tirou Link do bidimensional, é simplesmente um dos melhores games já feitos. Um remake, portanto, é algo que vem dotado naturalmente de gigantesca antecipação e medo – afinal, mesmo apenas com uma melhoria gráfica e mecânica, será que o jogo consegue manter o mesmo espírito do original, ou simplesmente será como a refilmagem de Psicose por Gus Van Sant?  Felizmente, não é preciso muito tempo de jogo para termos nossa resposta.

A jornada por Hyrule tem início com um sonho e uma profecia, de que um menino da floresta, o único sem uma fada que o acompanha, irá salvar o mundo. Sem mais delongas, Navi, à pedido da grande árvore Deku, encontra o jovem Link (que, na verdade, tem o nome que escolhermos), o colocando em uma aventura muito maior que qualquer um deles esperava. Das primeiras tarefas – encontrar sua espada e comprar seu escudo – até a épica batalha final Ocarina of Time é uma experiência absolutamente imersiva, que rouba nossas horas como se nada mais existisse no mundo. Com dungeons maravilhosamente bem desenhados, devemos percorrer inúmeros desafios – um mais criativo que o outro, sempre fazendo uso do item obtido em determinado templo. Tudo isso com um crescente nível de dificuldade, que garante uma fluida curva de aprendizado, nos obrigando a quebrar a cabeça em doses certeiras.

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Consegue identificar qual o templo?

Mas e o famoso Templo da Água? Certamente o maior desafio do game em termos de puzzles, o dungeon ganhou uma fama de “quebrar” o jogo se realizado em determinada ordem. A verdade, porém, é que não há como ficar definitivamente preso no local – pessoalmente nunca tive esse problema, mas já ouvi muitas reclamações. Aqui minha dica é: você tem certeza que voltou em todas as salas possíveis? Sempre há solução. A versão em 3D, contudo, dá um tapinha nas costas dos jogadores e facilita o Templo ligeiramente – algo que jamais deveria ter sido feito, mas que muito bem reitera a necessidade de games como Demon’s Souls Dark Soulsque nos lembram a dificuldade dos games na saudosa época do NES e SNES.

Vamos agora para os gráficos, afinal, esse o elemento de maior mudança dentro da versão para 3DS. Devo dizer, sem medo, que o visual realizado está fantástico. O trabalho feito em cima de Link e dos demais personagens vem com um enorme respeito pelo original, melhorando os gráficos sem descaracterizar cada um dos elementos. A movimentação do herói se tornou nitidamente mais fluida, especialmente nos pulos que agora trazem uma animação mais natural. Infelizmente o mesmo afinco não foi utilizado nos elementos do cenário em segundo plano. Quando observamos determinados detalhes dos ambientes, parece que ainda vemos a versão de Nintendo 64, que mesclava o 3D com 2D.

As mecânicas ganham apenas algumas melhorias relativas ao próprio hardware do portátil. Verdade seja dita: Ocarina of Time não precisa de nenhuma melhoria em sua jogabilidade em si. Dito isso, o game introduz a tela “extra” para facilitar diversos pontos, como olhar para o mapa e mudar os itens, algo que somente tornam a experiencia mais fluida. Além disso, os controles de giroscopio do 3DS foram integrados nas miras de estilingue, arco e flecha, etc – o sistema funciona bem, mas nada substitui o velho joystick. Não é preciso muito para se concluir que os simples controles do original perfeitamente se encaixam nos botões do portátil.

Por último, mas não menos importante, contemplaremos a trilha sonora do game. Com um certo foco na música estabelecido desde Link’s AwakeningThe Legend of Zelda sempre nos trouxe inesquecíveis melodias, mas Ocarina of Time definitivamente leva essa ênfase aos céus. Requiem of Spirit, Bolero of Fire, Minuet of the Forest, todas músicas simplesmente inesquecíveis e apaixonantes, que apenas nos causam um aperto no coração por não terem uma versão mais longa dentro do game. Aprender uma nova melodia é um verdadeiro deleite, ao passo que cada uma é tão boa quanto a outra e consegue refletir perfeitamente o tom de cada Templo. Em um toque de mestre, cada uma delas ainda ocupa um importante papel dentro do jogo, funcionando como teletransporte ou simplesmente para fazer chover.

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Dá para ouvir a música só de ver a imagem

Aumentando ainda mais o replay do game, a versão para 3DS ainda vem dotada de Master’s Quest, uma releitura dos puzzles do game, que garante uma maior dificuldade para cada um dos templos, algo que certamente deve ser conferido após o término do original. Além disso, um boss rush mode, ao melhor estilo Castlevania foi acrescentado, permitindo que lutemos, em sequência, contra cada um dos ótimos vilões do game.

The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D respeitosamente mantém o tom do original, melhorando apenas onde deve e deixando a desejar em meros e minúsculos detalhes. Merece e deve ser adquirido por qualquer fã da franquia, ao passo que continua sendo um dos ápices dos games, que dificilmente será superado por outra entrada da franquia, ainda que Wind WakerMajora’s Mask cheguem muito, muito perto. Um clássico é eterno e essa versão de 3DS é a mais recente prova disso.

The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D
Desenvolvedor: Nintendo
Lançamento: 19 de Junho de 2011
Gênero: Ação
Disponível para: Nintendo 3DS

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