Home TVEpisódio Crítica | The Walking Dead – 11X18: A New Deal

Crítica | The Walking Dead – 11X18: A New Deal

Sobre paizões e corrupção.

por Kevin Rick
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  • SPOILERS do episódio e da série. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

A New Deal começa imediatamente onde o episódio passado terminou, resolvendo o conflito com o antagonista Hornsby. Indo ao encontro da proposta política do arco de Commonwealth, a solução narrativa é um acordo feito entre Carol e Pamela. A estratégia das personagens é simples: culpar Hornsby pelo ataque para absolver Sebastian, enquanto o grupo de Daryl e companhia deixam de ser perseguidos pela comunidade. Dessa forma, todos ficam felizes para sempre… certo?

Bem, claro que não. Temporariamente, porém, há uma espécie de paz velada, com os personagens do seriado lidando com questões políticas e alguns problemas pessoais em A New Deal, um episódio extremamente tedioso e melodramático que praticamente não avança a narrativa da produção até seus momentos finais. Em linhas gerais, o que assistimos é uma história burocrática, que também tenta produzir alguns dramas desinteressantes com despedidas e relacionamentos parentais.

O lado político do seriado continua embaraçoso. Os diálogos são péssimos no debate entre Pamela e Hornsby no início do episódio, e ainda piores na cena em que Eugene vai até a cadeia para conversar com o antagonista. Entre conversas de “jogadores”; falsos discursos; e confissões gravadas, o episódio é uma sucessão de clichês previsíveis das histórias políticas mais genéricas possíveis. A construção das cenas temáticas nessa proposta também são pobres, como a sequência em que Pamela apresenta Hornsby como culpado e todos aceitam sem muita contextualização ou desenvolvimento dramático, seguindo a mesma onda daqueles protestos bobos do capítulo passado.

A direção de Jeffrey F. January também é muito inexpressiva, seja a falta de um toque sutil ou sentimental nas cenas mais introspectivas (o roteiro não ajuda também, vamos combinar), seja a escassez de tensão em encenações terrivelmente enfadonhas, como a gravação de Sebastian ou a cena final com a entrada dos zumbis. Não entendi o trabalho do cineasta na invasão dos mortos-vivos, com o público correndo aleatoriamente para cima das criaturas (?), e uma câmera sem senso de direcionamento ou espaço. O momento todo me soou mais cômico do que algum exercício de terror/suspense.

Tudo fica tão pior quando se nota as sacadinhas genéricas do roteiro, como a cena de Sebastian morrendo sem ninguém ajudá-lo ao som do seu próprio discurso – se alguém me dizer que aquilo é catártico, eu nem respondo… – ou a sequência pobre de “pão e circo” com aquele WWE para feirantes – a cena nos quadrinhos é muito melhor, com um jogo de futebol americano em um estádio, demonstrando como os cortes de orçamento destruíram o escopo do seriado. Em suma, tudo é politicamente superficial demais, sem nenhum tipo de reflexão dramática ou social para além do óbvio e gritante “aqueles no poder são corruptos, e o povão é idiota”.

A New Deal também tem muitas cenas descartáveis de melodramas rasos, como despedidas sem emoção e um tema de paternidade seguindo a história. Confesso que até gosto dos momentos entre Daryl e Judith, o único drama empático no episódio, pois não consigo extrair qualquer sentimento das sequências do Ezekiel ou de Gabriel, e nem vou gastar tempo criticando aquele segmento ridículo, estúpido e forçado de Negan – Negan que tinha várias mulheres, muitas obrigadas a ficar com ele – emocionado com ultrassom. Enfim, o contexto político é idiota e mal executado, a direção é medíocre, o roteito não tem uma linha de diálogo bem escrita, as protelações narrativas estão à todo vapor e o terror/suspense é inexistente. Animados para o restante da temporada?

The Walking Dead – 11X18: A New Deal | EUA, 09 de outubro de 2022
Diretor: Jeffrey F. January
Roteiro: Nicole Mirante-Matthews
Elenco: Norman Reedus, Lauren Cohan, Josh McDermitt, Seth Gilliam, Ross Marquand, Khary Payton, Jeffrey Dean Morgan,
Nadia Hilker, Cassady McClincy, Lauren Ridloff, Lynn Collins, Josh Hamilton, Margot Bingham, Laila Robins, Angel Theory, Medina Senghore, Okea Eme-Akwari, Avianna Mynhier, Teo Rapp-Olsson, Gonzalo Menendez, Matt Bushell, Kien Michael Spille, Gustavo Gomez, John Gettier
Duração: 45 min.

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