- SPOILERS do episódio e da série. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.
Por conta do nome do episódio, estava na esperança de que Rick apareceria. Infelizmente, não aconteceu. Acho meio estranho que o antigo protagonista do seriado não esteja na reta final, ou a própria forma como personagens principais (Maggie, Ezekiel, e até Daryl e Carol antes desse episódio) não estão ganhando um foco dramático. É como se a obra estivesse caminhando para finalizar o núcleo de Commonwealth e não o seriado em si, se me entendem. Aposto que muita coisa será simplesmente jogada para o turbilhão de spin-offs que receberemos.
Eu noto isso na forma como a história está dando espaço para personagens secundários que não importam muito, como Yumiko e seu irmão médico. As cenas com eles se encaixam bem nas minhas reclamações de Variant sobre muitos discursos expositivos e apelativos em detrimento de uma construção de tensão para o clímax da temporada final. Aliás, o grande clímax de uma série tão icônica será o julgamento de Eugene?
Se ganharmos um drama de tribunal nos últimos quatro episódios, os roteiristas realmente perderam qualquer senso de interesse em um desfecho minimamente satisfatório. Se o lado político da história fosse pelo menos criativo e não tão genérico, talvez fosse uma ideia bacana. E assim, dar esse tanto de espaço e minutagem para Eugene dentre tantos protagonistas melhores é uma escolha duvidosa para dizer o mínimo, até porque não consigo comprar as cenas sentimentalistas com o personagem (a sequência dele emocionado na prisão é péssima, seja em diálogos, seja nessa direção que quer forçar algum tipo de emoção com a câmera aproximada).
Pelo lado positivo, porém, a narrativa pelos menos traz algum tipo de progressão com Daryl e Carol procurando seus amigos sequestrados. É uma situação que já vimos dezenas de vezes na série, feitas de formas mais engenhosas, mas há uma pontinha de nostalgia e animação em ver a dupla trabalhando junta, sempre com boa química e ótimas interpretações. É uma pena que a direção não consiga dar algum tipo de urgência para essas sequências, com os soldados de Commonwealth sendo mais incompetentes que Stormtroopers – a cena de Daryl matando eles por trás é completamente sem graça…
A falta de perigo aos personagens é um problema que tenho notado com antagonistas ruins, seja a caricatura de Hornsby ou a falta de carisma e vilania de Pamela. Nesse episódio mesmo, temos Hornsby tendo um monte de devaneios sobre sua ideologia perturbada, nada que acrescente substância para o personagem, que se despede do seriado de uma maneira anticlimática. Gostei, porém, da cena com os zumbis sem pele, apesar de ter durado pouco tempo.
O conceito com o trem e a expansão de Commonwealth, se for bem explorado, pode render um episódio curioso, principalmente se tivermos algum tipo de set-piece ou uma aventura de salvamento de Daryl e Carol bem-dirigida. Não nutro esperanças considerando a chatice e a falta de entusiasmo visual dos episódios recentes (sem falar das malditas elipses para as ações), mas, bem, o conceito é bacana. Por enquanto, só torço para que a narrativa se encaminhe para algum tipo de clímax e não foque em um drama de tribunal com Yumiko e Eugene.
The Walking Dead – 11X20: What’s Been Lost | EUA, 23 de outubro de 2022
Diretor: Aisha Tyler
Roteiro: Erik Mountain
Elenco: Norman Reedus, Lauren Cohan, Josh McDermitt, Seth Gilliam, Ross Marquand, Khary Payton, Jeffrey Dean Morgan,
Nadia Hilker, Cassady McClincy, Lauren Ridloff, Lynn Collins, Josh Hamilton, Margot Bingham, Laila Robins, Angel Theory, Medina Senghore, Okea Eme-Akwari, Avianna Mynhier, Teo Rapp-Olsson, Gonzalo Menendez, Matt Bushell, Kien Michael Spille, Gustavo Gomez, John Gettier
Duração: 45 min.
