Home TVEpisódio Crítica | The Walking Dead: Dead City – 2X04: Feisty Friendly

Crítica | The Walking Dead: Dead City – 2X04: Feisty Friendly

Banquete de ratos.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Um episódio curto, Feisty Friendly é um interessante, ainda que repetitivo e claudicante desenvolvimento da guerra pelo metano. O conceito de um conflito de recursos, em especial algo importante como eletricidade, segue sendo um ponto positivo por trás da narrativa melodramática de Dead City, com boa parte desse episódio focando na apresentação de Bruegel (Kim Coates), o líder de uma importante gangue local, do qual a Dama precisa da aliança para concretizar seus planos de reconstrução de Manhattan e proteção contra a Nova Babilônia. Não diria que é um capítulo necessariamente político, mas tem negociações, jogos de interesses e traições numa mesa da nova civilização com os mesmos problemas de antes do ataque zumbi. Tudo isso acontece enquanto Maggie e companhia tentam se infiltrar na reunião para pegarem informações com Negan.

Bruegel é excêntrico e relativamente divertido. Todo o bloco em sua fortaleza num museu de arte carrega um tom extravagante com discursos de pinturas e História, metáforas com eventos da Antiguidade e um desfile por obras artísticas que sobreviveram ao apocalipse. O texto consegue ser cafona e brega em determinados trechos, mas aprecio o esforço em trazer algum tipo de personalidade para os personagens, para o cenário e para uma guerra que emula elementos históricos se repetindo. Temos até uma pequena batalha de “gladiadores” zumbis, com Negan voltando ao seu modo sagaz e sádico por alguns instantes, bem como uma revelação perturbadora sobre o campeão de Bruegel, que na verdade é um ser humano tratado como uma criatura selvagem. A cena final entre eles é bem bizarra e dá palco ao que aparenta ser um bom e cruel antagonista secundário para a temporada, além de Dalma e o Croata.

O desenvolvimento da aliança me perde um pouco. Não fica exatamente claro porque a Dalma depende tanto dessas alianças menores, ainda mais quando consideramos seu poder de fogo, tampouco o que a narrativa pretende fazer com um conflito entre facções que parece mais e mais genérico à medida que a temporada avança, com Christos e sua gangue à vista para o próximo episódio, com uma nova reunião. Como disse, gosto do conceito da luta por recursos, sendo um diferente tipo de survival, olhando para o crescimento e evolução do cenário pós-apocalíptico com novas sociedades, mas muito do que vemos aqui temos assistido desde o núcleo da prisão na série original e com ideias mais inspiradas, personagens melhores desenvolvidos e, claro, bom exercício de gênero, com Feisty Friendly sendo outro episódio que não apenas nega o terror, como também tem pouquíssimo senso de urgência.

A facilidade com o qual o grupo de Maggie entra e sai do local (a cena dela passando por pilastras chega a ser engraçada de tão boba), ou então a sem graça batalha de zumbis (muito mais uma metáfora do que algo visualmente tenso), são exemplos da falta de imaginação da produção. O ritmo também segue sendo ruim, com a minutagem curta do episódio ainda soando cansativa na abordagem bastante expositiva e pouco cinemática que a franquia tem tido há um bom tempo. Entendo o valor de paciência narrativa, principalmente em uma série conhecida por desenvolvimentos atropelados, mas estamos indo para o quinto episódio e tudo parece uma grande preparação de elementos repetidos da primeira temporada. Isso fica claro no reencontro de Negan e Maggie, que voltam a mesma dinâmica de se ajudarem enquanto Maggie nutre seu ódio e Negan continua com sua cara de culpado, mas sem resolução e sem evolução da mesma rixa que vemos desde a série principal.

Tentando se desviar dos problemas – e eu me esforço bastante para ver valor nessa série -, Feisty Friendly tem sim boas ideias nessa trama de velho mundo vs novo mundo que são de muitas formas extremamente semelhantes, com Hershel no centro da discussão e do projeto da antagonista principal. Mais uma vez, não compro por completo as motivações do garoto e seu estranho relacionamento com Dalma, mas o drama familiar da traição dele à Maggie segue me mantendo curioso desde que foi revelado – a participação de Ginny nesse trama também é interessante. O entorno do conflito é fraco, com pouco envolvimento visual, com pouco nível de tensão e com repetições dramáticas pouco atrativas para um público cansado com a franquia, mas vamos ver o que deve acontecer à medida que essas alianças sucumbirem, quem sabe com um ritmo melhor. O que quero mesmo ver é Negan arrebentando a cabeça dessa mulherzinha que segue ameaçando sua família sempre que pode.

The Walking Dead: Dead City – 2X04: Feisty Friendly (EUA, 25 de maio de 2025)
Desenvolvimento: Eli Jorné
Direção: Edward Ornelas
Roteiro: Keith Staskiewicz
Elenco: Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan, Gaius Charles, Željko Ivanek, Mahina Napoleon, Logan Kim, Lisa Emery, Dascha Polanco, Keir Gilchrist, Kim Coates, Jake Weary
Duração: 48 min.

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