Home TVEpisódioCrítica | The Walking Dead: Dead City – 2X05: The Bird Always Knows

Crítica | The Walking Dead: Dead City – 2X05: The Bird Always Knows

Quando o roteiro dá mais medo que os zumbis.

por Kevin Rick
5,7K views

  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

The Bird Always Knows é uma sucessão de decisões estúpidas mesmo para o nível medíocre de Dead City. É aquele tipo de episódio que te passa raiva, que te deixa abismado com a preguiça da equipe criativa por trás dessa franquia. Logo de cara, temos um bloco inicial com Negan precisando negociar com Christos. Até aí tudo bem, com uma sequência funcional que inclui até um momento superficialmente interessante quando Negan nota que a gangue de Christos protege diversas pessoas vulneráveis. Mas o que começa a acontecer com esse capítulo a partir do momento que o Croata traí a nova aliança com uma emboscada é de dar medo. As coisas vão degringolando de uma tal forma que fico com vontade de parar de acompanhar a série aqui.

Primeiro que o ataque do Croata nasce de uma ideia tão absolutamente ridícula, com o personagem deduzindo que foi Christos que atacou sua fonte de energia por conta de uma faca “esquecida”. A coisa toda é tão óbvia que o roteiro insulta a inteligência dos personagens e da audiência também, que precisa assistir uma conveniência boba dessa ser o nascedouro de um bando de mortes que ninguém realmente importa. A direção melosa do núcleo até tenta vender algum tipo de subtexto sombrio com o Croata matando todo mundo sem titubear, mas o desenvolvimento de todo o evento é tão largado, tão feito de qualquer jeito que a violência é apenas gratuita, sem falar que o descarte da aliança parece não ter qualquer impacto na trama, a não ser para dar palco para a segunda decisão estúpida do roteiro: Negan jogar o Croata contra a Dama.

Com alguns diálogos chinfrins, manipulação de vendedor de rua que não engana nem criança e analogias baratas com ratos, Negan consegue enganar com uma facilidade tão idiota os dois antagonistas – que até vinham sendo um tantinho intrigantes e com algum nível de personalidade aqui e ali -, que a impressão que fica é que o roteiro queria descartar a Dama e posicionar Negan como um “arquiteto malandro”, mas não tinha absolutamente nenhuma ideia de como chegar nesse ponto da trama. Mais uma vez, é tudo tão largado e tão preguiçoso que não dá nem para tentar racionalizar as escolhas do texto e procurar algum tipo de qualidade nos encaminhamentos da trama, com a sequência da morte de Dama sendo outro momento desleixado que não tem qualquer cuidado visual, dramático ou narrativo (parece novela, com a mulher morrendo num “acidente”). A cena final de Negan tirando pedaços de rato da sua botina é o enquadramento perfeito de decisões criativas que se acham espertas e transgressoras, mas que na verdade são um desserviço a tudo que essa franquia já representou.

Se não bastasse, o bloco da Maggie consegue ser PIOR AINDA. É I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L o que o roteiro faz nesse lado narrativo. Começamos com um vai e vem da irritante e burra Narvaez querendo prender e usar Maggie para fazer mais um plano mirabolante sem sentido dessa “expedição” da Nova Babilônia, com Ginny traindo duas vezes a protagonista sem nenhuma necessidade, até termos a sequência do enforcamento. Tirando as filosofias de botequim da líder do culto – toda vez que ela abria a boca, dava vontade de chorar -, o que o diretor Edward Ornelas e a roteirista Sarah Nolen “constroem” nos momentos posteriores à tentativa da execução de Maggie é, de longe, a pior cena que já assisti na franquia. A maneira como os zumbis invadem o local por conta dos gritos do culto; a forma como ninguém faz absolutamente nada para pará-los; a facilidade com a qual Narvaez é morta ou então como Maggie e cia. se desviam das criaturas que simplesmente decidem não atacá-los… é tudo um contraste trágico do que TWD fazia com o exercício de gênero de terror.

O bloco chega a ser inadvertidamente cômico de tão estúpido que é, dos olhares dos personagens um para o outro, da vontade da direção em criar tensão em uma cena que é vazia de qualquer elemento de perigo ou de drama, e de um desfecho que não leva a absolutamente nenhum lugar. E a piada não para aí, com Maggie decidindo, na parte da manhã, simplesmente sair pela porta aberta para dar de cara com Bruegel. The Bird Always Knows é, talvez, o pior capítulo que assisti na franquia e olha que eu já vi muita coisa horrenda nesse universo. Com personagens descaracterizados, todo mundo agindo como idiota e uma  abordagem que ofende a inteligência do espectador, esse capítulo é para esquecer e para dar medo do que vem nas próximas semanas.

The Walking Dead: Dead City – 2X05: The Bird Always Knows (EUA, 01 de junho de 2025)
Desenvolvimento: Eli Jorné
Direção: Edward Ornelas
Roteiro: Sarah Nolen
Elenco: Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan, Gaius Charles, Željko Ivanek, Mahina Napoleon, Logan Kim, Lisa Emery, Dascha Polanco, Keir Gilchrist, Kim Coates, Jake Weary
Duração: 48 min.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais