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Crítica | The Walking Dead: Dead City – 2X06: Bridge Partners Are Hard to Come by These Days

Pontes de papel.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Depois do horrendo The Bird Always Knows descartar um monte de personagens de qualquer jeito e entregar algumas das piores sequências de toda a franquia, o sexto capítulo é um episódio meio que de transição, lidando com algumas das consequências dos eventos que envolveram a morte de Dama e dos remanescentes de Nova Babilônia, enquanto prepara o conflito que vem borbulhando desde o começo da temporada. Infelizmente, o roteiro segue pífio, com uma narrativa incoerente e desenvolvimentos esquisitos. Não chega a ser o show de horrores da semana passada, mas não é lá muito melhor também…

Os resquícios da morte boba de Dama aparecem aqui, com o Croata demorando demais para ligar os pontinhos. Parece que o QI dos personagens diminuiu severamente no meio da temporada para servir às conveniências do texto. Quando o antagonista secundário finalmente percebe que foi Negan quem arquitetou o desentendimento, o confronto não poderia ser mais mal escrito. Temos uma lutinha mequetrefe, alguns diálogos redundantes de quem fez quem e um desfecho estranho na maneira que o Croata simplesmente decide cair fora, enquanto os soldados da Dama decidem seguir Negan seja lá por qual razão. Nunca vi misericórdia ser recompensada nesse universo, tampouco nesse ambiente. Do nada, Negan é o cabeça da operação, no draminha chato que essa temporada tem “desenvolvido” do personagem ficar com conflitos internos entre seu passado sendo recriado agora que mudou completamente de personalidade.

Todo esse bloco fica marinando, com pouca coisa acontecendo depois da saída do Croata. A falta de construção desse lugar, seus personagens e tudo que circula o império caído de Dama é de virar os olhos, com mais um episódio que lida muito mal com contextos. Tudo só vai acontecendo, sem rumo algum, algo exemplificado pela chegada da família de Negan, só para o personagem mandá-los embora novamente. Era pra ser uma cena suspostamente melancólica, mas beira o ridículo pela forma mal estabelecida que chega e pela maneira como Negan, mais uma vez do nada, decide que precisa ser uma espécie de mártir. O diálogo dele com a Maggie, com direito a monólogo de bom moço atribulado, mantém a linha superficial e expositiva da falta de evolução do seu arco. Se tenho um pequeno elogio, é seu encontro com Ginny, outra coadjuvante perdida na história, mas que funciona como dupla do antigo vilão.

No núcleo de Maggie, as coisas não são melhores. O plano de Bruegel não é bem explicado, não faz muito sentido a presença dele, a não ser para mover a trama para uma guerra que não tem lógica de acontecer depois da morte da Dama e da fuga do Croata. A revelação de que tudo saiu de uma conversa com a Narvaez – que aparentemente tinha muito tempo de vida para ter esclarecido tanta coisa (haja suspensão de descrença com essa série) – deixa tudo contextualmente ainda pior. E isso sem falar no arco de Hershel, com mais encaminhamentos forçados dessa “lavagem cerebral” que ele passou que nunca foi abordada a contento. Com a morte de Dama, não faz nem sentido esse drama ainda existir, por mais que o jovem não saiba da morte da sua “mentora”. Tudo parece uma construção narrativa artificial para repetir o mesmo mote da temporada anterior: Maggie precisar da ajuda de Negan para encontrar seu filho, com mais monólogos de como ela odeia o assassino de seu marido, de como isso a acompanha, mas mais uma vez sem qualquer resolução dramática que chame a atenção. Cansado de rever esses mesmos conflitos aflorarem novamente, algo que vem sendo repetido desde a série original.

Por fim, Bridge Partners Are Hard to Come by These Days é outro episódio com zero senso de urgência, nenhum uso criativo dos zumbis ou do gênero de horror, e mais tentativas falhas de expansão de mitologia (notem como as facções, o metano, a ideia de uma nova civilização, tudo não importa mais em meio a melodramas ruins). Para mascarar a falta de imaginação, temos outra escolha despirocada e quase cômica à la o divertido canhão de zumbis: um urso atacando Maggie e Hershel. Soa tão bobo quanto parece, com uma sequência muito mal pensada – seja logicamente, com ninguém ouvindo o animal; seja espacialmente, com uma direção fraca da própria Lauren Cohan em uma luta mal ensaiada; seja contextualmente, com a presença do bicho soando como um obstáculo deslocado que não agrega em nada. Os zumbis viraram enfeites mesmo, ein? Vamos ver quais tragédias vamos assistir nas próximas semanas…

The Walking Dead: Dead City – 2X06: Bridge Partners Are Hard to Come by These Days (EUA, 08 de junho de 2025)
Desenvolvimento: Eli Jorné
Direção: Lauren Cohan
Roteiro: Eli Jorné
Elenco: Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan, Gaius Charles, Željko Ivanek, Mahina Napoleon, Logan Kim, Lisa Emery, Dascha Polanco, Keir Gilchrist, Kim Coates, Jake Weary
Duração: 48 min.

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