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Crítica | The Walking Dead: Dead City – 2X08: If History Were a Conflagration

Infelizmente, uma nova era que fede a desgaste.

por Kevin Rick
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  • spoilers. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Para a infelicidade do público que ainda persevera com The Walking Dead, o último episódio da segunda temporada de Dead City é tudo que esperávamos: decisões implausíveis, personagens com comportamentos questionáveis e uma sensação geral de que a trama foi montada de forma preguiçosa para gerar momentos dramáticos frágeis, sem consistência interna ou lógica narrativa. As conveniências atrapalhadas aparecem logo no bloco inicial de Maggie, com Dama e Hershel “manipulando” a protagonista a matar Negan, com a personagem bem descaracterizada em todas as cenas e submissa de uma forma que não faz sentido, além de que todas as ações e motivações do seu filho beiram o absurdo. Todo o conceito de um “novo mundo” é pobre, com uma Manhattan mais uma vez subutilizada dentro das ideias do roteiro, junto de um plano meia boca de uma antagonista que devia ter morrido e que agora mais parece vilã de novela.

A “missão” de Maggie é intercalada com o clímax superficial do conflito entre os Burazi e a gangue de Bruegel, em um briga que não tem contextos realmente interessantes (toda a linha narrativa do metano virou maquiagem e as motivações de ambos os lados são, no mínimo, ilógicas), tampouco algum senso de criatividade quando a luta efetivamente começa. Todo o lance da mesa virada (a pior “emboscada” de todos os tempos), uma direção protocolar com o ataque de alguns zumbis molengas e uma falta de sensação de urgência dão o tom de uma “guerra” de facções que não importa, que não tem credibilidade dramática e que pouco entrega em termos de terror ou ação. Talvez seja interessante ver o Negan clássico em uma ou outra performance teatralmente espalhafatosa do maquiavélico Jeffrey Dean Morgan, mas nada além disso.

Os trechos são arrastados ao máximo para o capítulo ganhar a minutagem mínima, com longos recortes que nada agregam à história, como a passagem de Perlie sendo enquadrado novamente ou então do historiador que está fazendo hora extra. Depois de toda a ginástica que o início de temporada fez com a apresentação de novos grupos, a desculpa esfarrapada para voltar à ilha e o conflito em torno de recursos, voltamos à estaca zero com a relação estagnada de Maggie e Negan, no eterno morde e assopra da dança entre os dois desde que o Glenn morreu (a memória dele parece mais e mais manchada à medida que vejo esse derivado). É tão cansativo termos o mesmo encaminhamento desgastado de Maggie ponderando se mata ou não um Negan que, por sua vez, também não sabe o que quer ser.

Entre uma redenção forçada e uma heroína escolhendo agir com nobreza, ganhamos um desfecho que vai contra a natureza desse universo para voltarmos à máxima “vingança é ruim”. É incrível como essa série roda, roda e roda para sempre chegar na lição moral do Seu Madruga. Aqui, a vítima da vez é Ginny, que até protagoniza a cena mais intensa e trágica da temporada, mas que serve apenas para a epifania de uma Maggie que mata todo mundo, menos o assassino do seu marido. Já não há surpresa nem crescimento, apenas repetições do mesmo desgaste entre os protagonistas, que terminam o ano prontos para reconstruírem o mundo juntos, com direito a voice-over e montagem do cenário destruído que irão reerguer. Só faltou eles beijarem.

The Walking Dead: Dead City – 2X08: If History Were a Conflagration (EUA, 22 de junho de 2025)
Desenvolvimento: Eli Jorné
Direção: Michael E. Satrazemis
Roteiro: Eli Jorné
Elenco: Lauren Cohan, Jeffrey Dean Morgan, Gaius Charles, Željko Ivanek, Mahina Napoleon, Logan Kim, Lisa Emery, Dascha Polanco, Keir Gilchrist, Kim Coates, Jake Weary
Duração: 48 min.

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