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Crítica | The Walking Dead – Vol. 7: Momentos de Calmaria

por Guilherme Coral
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estrelas 4

Aviso: contém spoilers

– Leiam as críticas dos demais volumes da série em quadrinhos, aqui.

Após dois volumes angustiantes, repletos de vilania e perversidade por parte do Governador, Robert Kirkman decide acalmar um pouco a situação, nos oferecendo uma falsa sensação de segurança e, é claro, quebrando qualquer tipo de reviravolta graças ao título original The Calm Before. Naturalmente nenhum de nós esperava que Woodbury não daria as caras novamente, isso era evidente e é justamente tal questão que permite a angústia das edições anteriores transparecer aqui em Momentos de Calmaria. Kirkman já mostrou que sabe o que faz e tanto na ação quanto na quase ausência dela consegue deixar The Walking Dead uma leitura prazerosa que nos obriga virar página após página.

Limitar esse volume sete apenas à expectativa do que está por vir, contudo, seria um equívoco. Aqui o autor utiliza seu texto para a progressão de seus personagens. É interessante notar como Rick é deixado quase como coadjuvante em diversos momentos, enquanto a relação de Andrea e Dale é trabalhada, ou então Maggie e Glenn. Em ponto algum é nos passada a sensação de que existem mais personagens do que a história consegue lidar com. Esse aspecto é crucial para a manutenção de um roteiro desse calibre, no qual a morte permanece constantemente à espreita. Sabemos que, a qualquer momento, nosso personagem preferido pode dar adeus e o foco individual em cada um deles permite que nos aproximemos deles.

twd-vol7-pcAcima disso tudo, Momentos de Calmaria poderia ser chamado de momentos de preparação. Robert prepara o terreno para o que está por vir, não só lidando com o imaginário do leitor, como dos próprios indivíduos ficcionais aos quais garante vida em suas páginas. O embate com Woodbury está por vir e cada ação lida aqui parece estar correlacionada a esse fato – desde a busca por armas na guarda nacional até o nascimento do bebê de Rick e Lori. Vejam como tudo parece se resolver até os momentos finais do volume, as pontas soltas (Carol inclusive) são atadas, preparando para o desfecho que se dará no volume seguinte. Trata-se de um roteiro pensado, com consciência de início, meio e fim – o arco da prisão está para se encerrar e Kirkman trabalha em cima disso de forma coesa e coerente, não trazendo nenhuma reviravolta “do nada”. Basta analisarmos o incidente envolvendo a perna de Dale – que ele é velho já sabíamos, mas a condição é reiterada quando o filho de Hershel pede ajuda a ele e o senhor conta com dificuldade para correr.

Diante desse texto praticamente impecável, a arte que, sim, dá alguns deslizes. Determinadas expressões ou contornos faciais dos personagens acabam deixando a desejar, parecem distorcidos ou até mesmo dramáticos demais, o que acaba prejudicando nossa percepção de The Walking Dead como uma história que retrata situações da forma mais humana possível – o personagens se tornam o que eles são, apenas personagens, enquanto deveriam ser percebidos como pessoas. Há uma exagerada teatralidade em determinados rostos e, diante do progresso que vimos de Adlard e Rathburn nos números anteriores, isso acaba chamando nossa atenção e não de forma positiva.

Dito isso, Momentos de Calmaria ainda reforça a posição do arco da prisão como um dos melhores da obra de Kirkman. Angustiante do início ao fim, chegamos à beira do clímax, nas portas do desfecho desse longo período da vida de Rick e os outros sobreviventes. Somos deixados com um gigantesco cliffhanger, que, por si só, não é nenhuma reviravolta, mas que tira de nós qualquer previsão do que acontecerá. Quem sobrevive, quem morre, somente descobriremos no próximo volume.

The Walking Dead – Vol. 7: Momentos de Calmaria (The Walking Dead – Vol. 7: The Calm Before)
Contendo: The Walking Dead #37 a 42
Roteiro: Robert Kirkman
Arte: Charlie Adlard
Arte-final: Cliff Rathburn
Capas: Tony Moore
Letras: Robert Kirkman
Editora nos EUA: Image Comics
Data original de publicação: Maio a setembro de 2007
Editora no Brasil: HQM
Data original de publicação no Brasil: dezembro de 2011
Páginas: 148

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