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Crítica | The Walking Dead: World Beyond – 2X03: Exit Wounds

Zumbis vasos de planta?

por Iann Jeliel
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Exit Wounds

  • Há SPOILERS. Leiam aqui as críticas de World Beyond e, aqui, as de todo o universo The Walking Dead.

Não parece, mas Exit Wounds já é um episódio de preparação para um meio clímax que eu esperava demorar um pouco mais para acontecer, visto que faltava ainda reintroduzir dois personagens na história: Elton (Nicolas Cantu) e Percy (Ted Sutherland). Imaginava algo próximo ao que aconteceu com Silas (Hal Cumpston) no episódio passado, quando ele foi apresentado conhecendo um personagem novo, Dennis (Maximilian Osinski), que poderia levá-lo a reencontrar Hope (Alexa Mansour), por ter uma conexão passada com Huck (Annet Mahendru) – conexão romântica explorada sem muita clareza no episódio. A primeira impressão quando Elton e Percy conhecem Asha (Madelyn Kientz) e Dev (Abubakr Ali) é a mesma, de que essa dupla nova deve conhecer alguém que eles conheciam. Isso ficaria exposto no decorrer da situação, e após resolvê-la, encaminharam no próximo episódio um modo de reencontro.

Felizmente já no próprio Exit Wounds ocorre esse encaminhamento. Ambos são os filhos de Indira (Anna Khaja), a chefe do “Perímetro”, a comunidade onde Íris (Aliyah Royale), Felix (Nico Tortorella) e Will (Jelani Alladin) se abrigam. Eles já sabiam quem eram Elton e Percy e estavam, a pedido dos amigos, na busca de ambos. Tudo bem que é uma informação que desconstrói a situação de tensão ali criada de maneira desonesta, sendo que ela estava funcionando bem. Elton tenta negociar amigavelmente comida com os dois, enquanto Percy atrapalha o diálogo furtando mais comida. Uma divergência ideológica que podia ter custado caro a Elton, já que ele acaba tendo que fugir junto a Percy, e ambos parecem ser perseguidos com algum perigo de vida – aquele machado acertado na árvore ao lado da cabeça de Elton indicava isso. Colocar, depois que os jovens estavam apenas brincando com as pessoas, que nem conheciam é pouco plausível, ou pelo menos no papel, beira o estúpido. Seria melhor colocar esse encontro por conveniência e, como mencionei, elaborar uma circunstância por diálogos que de algum modo fariam os filhos de Indira descobrirem que eles eram os amigos dos quais Íris (ou Felix) havia comentado. Lembranças de descrição por fisionomia, alguma informação confessada, que fosse. Contudo, mesmo com essas reclamações, na prática, não achei a mudança de tom nas cenas ruim.

Muito pela química automática entre Asha e Elton, já aproveitada na metade posterior do capítulo com todo mundo reunido na comunidade. Honestamente já acho um casal bem mais interessante que Percy e Íris, mesmo que tenhamos também com ele um triângulo amoroso – visto que Elton gosta de Hope –, ou a depender até um quadrado – pois Hope parece estar gostando cada vez mais de Mason (Will Meyers). Enfim, disputa de casais à parte, gostei da personagem e da filosofia introduzida por ela dos zumbis não sendo “vazios” como o grupo de Elton costuma chamar. O ritual dela tirando os olhos e colocando flores no lugar, como se fossem vasos de planta – denominando o nome que ela e sua comunidade os colocam –, com a explicação de serem almas presas entre o mundo terreno e o espiritual, é um conceito interessante que queria ver sendo explorado mais na temporada ou até em outras séries. Assim como foi utilizado aqui o conceito dos zumbis adormecidos introduzidos pelo primeiro episódio da série principal, desta vez com o plus de colocá-los para se fundirem com a natureza, trazendo aquela setpiece bem legal das duas duplas os matando.

Esse disfarce de amplo progresso é também presente no outro núcleo. Ao maturar o posicionamento otimista de Hope acerca da CRM, mas não o concluir. Interrompendo-o na metade, em que ela está mais conflitante – embora esteja tendenciosa para um lado –, já a jogando contra Íris no próximo episódio. Com um tempero especial para apimentar o conflito para os demais personagens que estão com ela: Huck igualmente conflitante sobre quem quer ao seu lado. Por mais que não goste do desenvolvimento de ambas no episódio, pois são reguladas por construções românticas (ou cenas toscas como aquela da aula em que Hope “paga de inteligentona”), o efeito do crossover com todos aqueles personagens que acompanhamos com diferentes mentalidades é inegavelmente efetivo enquanto gancho. Só faltou juntar Silas efetivamente ali, embora Dennis tenha comentado com Huck sua fisionomia e ela pode ter associado e já jogá-lo como assunto no que pode ser uma conversa derradeira.

As consequências para ela, inclusive de estar fazendo aquilo escondida como filha de Elizabeth (Julia Ormond), são as que me despertam mais curiosidade, especialmente porque a comandante pode ir procurá-la nesse meio-tempo. Contudo, saber como Percy e Felix irão lidar com Huck, ou como Elton e Íris irão lidar com Hope, quem vai convencer quem a ir para o seu lado, me deixa bem empolgado para ver o que vai acontecer. Nesse sentido, apesar dos problemas apontados, Exit Wounds se legitima como um ótimo capítulo de preparação.

The Walking Dead: World Beyond – 2X03: Exit Wounds | EUA, 17 de Outubro de 2021
Criação: Scott M. Gimple, Matthew Negrete
Direção: Aisha Tyler
Roteiro: Rayna McClendon
Elenco: Aliyah Royale, Alexa Mansour, Nicolas Cantu, Nico Tortorella, Annet Mahendru, Joe Holt, Ted Sutherland, Maximilian Osinski, Madelyn Kientz, Abubakr Ali, Will Meyers, Gissette Valentin, Lee Spencer, Allan Edwards, Terence Archie, Christopher Nathan, Wes Jetton
Duração: 45 minutos

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