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Crítica | The Walking Dead: World Beyond – 2X05: Quatervois

Quando o plano vira uma encruzilhada.

por Iann Jeliel
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Quatervois

  • Há SPOILERS. Leiam aqui as críticas de World Beyond e, aqui, as de todo o universo The Walking Dead.

Chegamos na metade do fim e meus sentimentos com relação a World Beyond ficam muito divididos. Enquanto a série avança sistematicamente a narrativa em uma melhoria considerável de qualidade em relação à sua primeira temporada, me questiono nessa proximidade do encerramento o quanto esse spin-off é deveras relevante na expansão da mitologia de The Walking Dead como produto. Parece pouco pensar que somente agora em Quatervois temos indícios de acontecimentos que podem ou não trazer um status modificador ao universo da série.

Essas expansões ainda são apresentadas em detalhes e ficam muito na promessa. Exemplificando: o retorno da personagem Anne/Jadis (Pollyanna McIntosh) nas cenas pós-créditos, pode trazer pequenas respostas do paradeiro de Rick Grimes (Andrew Lincoln) nos próximos episódios, nem que sejam pequenos ganchos para sua trilogia de filmes solo – o que particularmente ainda vejo como muito pouco e duvido que ocorra aqui, já que esses filmes nem foram planejados ainda –; aquela fórmula de decomposição discutida entre os cientistas que Hope (Alexa Mansour) mencionou episódios atrás, pode ser a base para o fim do apocalipse; a iminente descoberta dos demais personagens que a CRM realmente foi a responsável pelo genocídio da cidade pode dar fim a maneira misteriosa a qual a série coloca suas motivações, logo, teremos brechas para descobrimos realmente mais sobre a República Cívica.

Faltam cinco episódios para fechar essa história. Ou ela é fechada direito, ou o cânone fica mais em aberto do que respondido. Desse modo, por mais que possa ser satisfatório enquanto obra isolada, o telespectador fica ainda mais refém da franquia, basicamente se forçando a assistir ao próximo produto de The Walking Dead, mais pela incompletude canônica do anterior do que pela vontade de ver um novo conteúdo. Enfim, desabafos à parte, falando agora de Quatervois em si, este ainda mais que o antecessor é um famoso “episódio de meio”, desta vez, inegavelmente preparatório ao que promete ser um grande clímax daqui para frente, ou no mínimo, uma sequência mais intensa de acontecimentos. Basicamente é a execução parcial do plano dos refugiados do Perímetro em invadir a CRM para resgatar Hope e Leo (Joe Holt) e irem todos juntos a Portland denunciar o genocídio em Omaha.

Não é uma execução completa do plano porque são inseridos elementos, tanto auxiliares, quanto dificultadores aos personagens, afetando sua orquestração e, evidentemente, gerando tensão durante o episódio. Uma tensão que alterna níveis conforme é entrecortada com certos desenvolvimentos mais mornos e com um tanto de conveniência. No início do episódio, onde ocorre o reencontro com Silas (Hal Cumpston), o suspense poderia estar presente com a iminência dos outros companheiros dele flagrarem a sua conversa com Iris (Aliyah Royale), Percy (Ted Sutherland) e Elton (Nicolas Cantu), mas foca-se apenas numa divisão momentânea de Silas em decidir se deve trair a CRM, visto que ele, assim como Hope, estava percebendo por dentro que não eram, de todo, ruins assim. 

Contudo, diferente de Hope que passou uns bons episódios até ter sua virada de chave agora (uma virada que nem sei dizer se está por definitivo, pois foi motivada por devaneios bizarros de Leo sendo morto), ao decidir contar para seu pai sobre o plano, Silas não teve tempo para pensar, meio que agindo por impulso por gostar de Iris (uma motivação para lá de simplória) e, novamente, se dando mal por isso, sendo capturado pelos soldados e jogando o plano para o alto. Em contrapartida, o plano podia ter dado errado muito antes, quando Percy irresponsavelmente decidiu se juntar a Íris e Felix (Nico Tortorella) como “capturados” pelo perímetro, contando com a sorte de Huck (Annet Mahendru) não os entregar porque pouco antes decidiu investigar o quarto da mãe (Julia Ormond) encontrando papéis que realmente podem incriminar a CRM, consequentemente mudando a personagem de lado. 

Huck também “salva” (como diria o Chaves: “sem querer, querendo”) Leo de cometer a besteira de se despedir de Lyla (Natalie Gold) – que em episódios passados foi estabelecido que sua missão é manter Leo ali a qualquer custo – e entregar o plano que ainda é contornável por Silas não ter encontrado ninguém no ponto de espera, tendo Dennis (Maximilian Osinski) de confiança para forjar uma mentira, especialmente se ele descobrir que Huck mudou de lado também. A expectativa maior talvez esteja em descobrir como Leo vai reagir quando souber que Lyla é a responsável pelo projeto de experiências em cobaias também descoberto por Huck na papelada roubada de Elizabeth. Pelo jeito, isso era confidencial mesmo dentro da CRM, o que pode gerar desdobramentos internos interessantes, agora que Jadis vai entrar na trama. 

Quatervois (do francês, “Encruzilhada”) segue de acordo com a tradução do seu título, montando encruzilhadas ao inserir daqui para frente um panorama de maior intensidade no enredo até o fim.

The Walking Dead: World Beyond – 2X05: Quatervois | EUA, 31 de Outubro de 2021
Criação: Scott M. Gimple, Matthew Negrete
Direção: Heather Cappiello
Roteiro: Ben Sokolowski
Elenco: Aliyah Royale, Alexa Mansour, Hal Cumpston, Nicolas Cantu, Nico Tortorella, Annet Mahendru, Joe Holt, Natalie Gold, Jelani Alladin, Ted Sutherland, Julia Ormond, Maximilian Osinski, Anna Khaja, Madelyn Kientz, Abubakr Ali, Gissette Valentin, Al Calderon, Allan Edwards, Pollyanna McIntosh, Susan Savoie, Ry Chase, Kellen Joseph
Duração: 45 minutos Quatervois

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