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Crítica | The Walking Dead: World Beyond – 2X07: Blood and Lies

Revelações e manipulações.

por Iann Jeliel
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Blood and Lies

  • Há SPOILERS. Leiam aqui as críticas de World Beyond e, aqui, as de todo o universo The Walking Dead.

Novamente, World Beyond entrega no sétimo episódio o melhor que pode oferecer. Realmente, já estava na hora de engrenar. Com três capítulos para o fim, a narrativa precisava dar um boost, que poderia ter vindo desde o episódio anterior, pensando numa condução mais intensa dele a ser respaldada neste, mas que acaba não fazendo diferença para a eficácia da tensão aplicada em Blood and Lies. temos revelações relevantes sendo postas, trazendo o sentimento compensatório no cânone em que o spin-off parece ter seu lugar importante no universo de The Walking Dead.

Claro, as explicações são colocadas da maneira mais didática e mastigada possível, além do que, abrem caminhos mais maniqueístas e previsíveis na história, mas pensando na proposta do seriado enquanto obra isolada e produto de franquia, não havia muito como fazer diferente do óbvio sem parecer que o antes não foi pura enrolação, então, que entregassem um “arroz com feijão” no capricho. Esse prato, World Beyond já vinha entregando bem ao longo desta segunda temporada, marcada por uma simples mudança de tom para algo mais sóbrio e que tem seu ápice em Blood and Lies na adição (exploração) de temperos especiais na refeição: Dr. Lyla (Natalie Gold) e Jadis (Pollyanna McIntosh). De um lado, a personagem amplamente misteriosa abre sua dubiedade, mas sem renunciá-la.

Ela sim, se importava com Leo (Joe Holt) de verdade, a ponto de colocá-lo à frente da sua missão ou mesmo de sua vida, mas também se prova como uma manipuladora sem escrúpulos, ao conduzir Hope (Alexa Mansour) e Iris (Aliyah Royale) a ganharem momentaneamente sua confiança, contando sobre o Projeto Votus – os misteriosos experimentos nas cobaias que visavam estudar o processo de reanimação – e fazê-las entregar o frasco roubado por Huck (Annet Mahendru) no episódio passado e devolver para Jadis que investigava seu paradeiro. A questão é que Lyla não é de todo sincera no debate com as irmãs, não dizendo que vai entregá-las junto ao pai depois de receber o frasco, visando convencer/manipular Jadis de que o envolvimento da família é fundamental para a evolução do projeto que estava em progresso. Jadis, no entanto, não come o papo e se prova como uma grande manipuladora também, ao fingir que comprou a ideia de Lyla para matá-la logo em seguida sobre o pretexto de um “acidente de trabalho” com a cobaia – o soldado Barca (Al Calderon) – que estava testando na primeira cena do episódio.

Questionei em Who Are You? qual era sua motivação de ficar de olho em Huck e me parece aqui – dado que matar Lyla foi uma decisão individual sua –, que é uma desconfiança particular advinda da sua personalidade como líder. Sendo assim, ela testa a lealdade da sargento companheira – obrigando-a a entrevistar Joe para saber seu envolvimento no sumiço da substância – até confiar que Huck está seguramente aliada com os objetivos da CRM. Diferente do episódio passado, esse fato gera uma tensão interessante, pois Huck precisa fazer vários malabarismos no interrogatório para não forçar demais Joe a se entregar (logo, entregá-la), nem ser tão leve na abordagem para passar no teste de Jadis. Sua sorte foi que Lyla não viu seu envolvimento no furto do cloro, pois mesmo que soubesse e quisesse poupá-la quando diz  que os responsáveis foram Hope, Íris, Felix (Nico Tortorella) e Joe, isso não iria durar no momento em que vai ser assassinada.

O bom de uma personagem tão ambígua quando a doutora é que não dá para saber até onde ela sabe, tornando aquela sequência bem mais tensa do que já é com Jadis olhando diretamente as reações de Huck para seus comandos de libertar o zumbi e deixá-la trancada na vidraça de testes. Essa morte parece ser a gota d’água para ambas as personagens. Jadis passa a acreditar na companheira a ponto de revelar que a CRM foi a responsável pelo extermínio em Omaha e Campus Colony e pretende fazer o mesmo com Portland para ser a única região avançada em ciência e tecnologia do apocalipse – vale mencionar que é revelado que Mason (Will Meyers) é filho do Major General Beale, comentado algumas vezes durante a série/episódio como o chefão das operações militares da República Cívica e isso vai ser importante na reta final. Huck entra de vez na rebelião contra a comunidade que serve, contando tudo que Jadis lhe contou para Percy (Ted Sutherland) – que passa a informação para os outros igualmente decididos de que a CRM precisa ser detida (inclusive Hope, ainda que ela queira preservar os cientistas dali) – e buscando ajuda de Dennis (Maximilian Osinski) para se juntar a causa.

Dennis mais cedo havia ajudado Silas (Hal Cumpston) a se safar de problemas ao acobertar sua mentira de que havia “se perdido” quando foi encontrado. Percy, diferente do que havia imaginado, não chegou a fugir do local para entregar a mensagem para o Perímetro, somente escondendo no compartimento do veículo mesmo. Não gosto tanto da sua participação no núcleo por serem cenas inúteis, tanto seu romance sem graça com Íris, quanto a  nova tentativa frustrada de matar Huck, que era um conflito que parecia dado como resolvido. Na fila do pão é a vez de Silas resolver suas pendências  com Jennifer, tanto que isso é o grande gancho para o próximo episódio. Não é um gancho exatamente à altura da quantidade de coisas relevantes que aconteceram em Blood and Lies, mas dá a deixa que depois daqui só teremos acontecimentos explosivos. Por enquanto, foi o melhor episódio da temporada e série, mas a tendência (tomara) é só melhorar.

The Walking Dead: World Beyond – 2X07: Blood and Lies | EUA, 14 de Novembro de 2021
Criação: Scott M. Gimple, Matthew Negrete
Direção: Lily Mariye
Roteiro: Sinead Daly
Elenco: Aliyah Royale, Alexa Mansour, Hal Cumpston, Nico Tortorella, Annet Mahendru, Joe Holt, Natalie Gold, Ted Sutherland, Pollyanna McIntosh, Maximilian Osinski, Will Meyers, Al Calderon, Robert Palmer Watkins
Duração: 45 minutos

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