Home QuadrinhosOne-Shot Crítica | Turma da Mônica – Clássicos do Cinema: Batmenino Eternamente

Crítica | Turma da Mônica – Clássicos do Cinema: Batmenino Eternamente

O telor dos ladlões!

por Luiz Santiago
700 views

Originalmente publicada no Gibizão Turma da Mônica #1, no ano de 1995, esta história é a primeira de uma trilogia de paródias da série Turma da Mônica – Clássicos do Cinema — onde vemos icônicas produções da Sétima Arte ganharem uma versão cômica e caótica protagonizada pela Turminha do Limoeiro — para o Universo do Morcegão. Nesse caso, como fica bem óbvio a partir do título, o filme-base para a construção do roteiro foi Batman Eternamente, e todo o encadeamento da história procura trazer os personagens da maluquice dirigida por Joel Schumacher. Aliás, esse é o tipo de filme perfeito para ser parodiado, e os criadores desta aventura que nos apresenta o Batmenino (vivido pelo Cebolinha), perceberam e aproveitaram todas as deixas do original, modificando ou acrescentando coisas que pudessem combinar melhor com o que se espera de uma história da Turma da Mônica.

Apesar de a diagramação das páginas ser desnecessariamente confusa em diversos momentos — o que é um pecado, porque os desenhos, a finalização e as cores dessa edição são muito bons! — o leitor avança de maneira muito rápida pela história, chegando a lamentar, no final. Temos a sensação de que a maioria das partes do enredo foram devidamente fechadas, sobrando algumas bolhas dispersas de foco narrativo, como a do Jotalhão, que vive o Comissário Jota (acompanhado de sua companheira, Rita Najura) e as relações externas do vilão Do Combus, criado através de uma fusão entre Do Contra e Nimbus. A história de origem deles é muito bem contada, por sinal. São dois irmãos que trabalhavam numa fábrica de chicletes e estavam no processo de criação de uma poderosa goma de mascar, quando ocorreu uma explosão e os grudou, transformando-os no equivalente ao Duas-Caras.

Apesar de este ser o principal vilão, temos também a presença do Franjada (Charada) na edição, e ela consegue ser tão interessante e, talvez, até mais empolgante do que a do Do Combus. Talvez isso aconteça pelo fato de o texto mostrar primeiro a jornada do Franjinha, sua relação com Bruce Ceboleine e a humilhação passada nas mãos do chefe. Os simbolismos que a gente conhece dos quadrinhos do Batman ou das adaptações para outras mídias aparecem aqui, e essa persona rejeitada, mas muito inteligente, se volta contra o Sr. Ceboleine, numa jornada que, em dado momento, cruza com a de Do Combus. Este encontro acaba sendo mais interessante visualmente do que narrativamente, e ainda bem que o roteiro soube aproveitar esses personagens em diferentes blocos, não colocando todas as fichas nessa interação, que não é tão legal quanto promete ser.

A presença de “Dona Mônica” aqui é o ponto mais fora da curva entre os protagonistas. Ela vive o equivalente ao papel de Nicole Kidman no filme, ou seja, a Dra. Chase Meridian, interesse amoroso de Bruce Wayne. Mas o roteiro, na presente versão, parece que não sabe o que fazer com a menina. Em alguns momentos, vemos a Mônica tradicional, brava com os apelidos maldosos e dando coelhada para todo lado. Em outros momentos, ela é apenas uma acompanhante de Bruce Ceboleine, e seu comportamento parece não encontrar-se de forma nenhuma. Até a Magali, que está apenas como coadjuvante, compondo o time de minions do Duas-Caras, foi melhor escrita.

Gosto bastante de como a história vai colocando todos os personagens no caminho de alguma situação grave que precisa ser resolvida. O caso do Cascão (Cascóbin) é de longe o melhor de todos. Seu trabalho no circo, sua relação imediata com Bruce, seu treinamento como Robin e sua saída para combater o crime juntamente com o mentor Batmenino faz a gente ver o ciclo se fechar de uma maneira que conhecemos bem. Traz a sensação de que estamos em casa, e esse tipo de sensação é uma das provas de que o roteiro foi bastante feliz na maneira como construiu a finalização da história. Um bom início de trilogia batmaníaca para a Turma da Mônica.

Turma da Mônica – Clássicos do Cinema: Batmenino Eternamente (Brasil, 1995)
Originalmente publicado em: Gibizão Turma da Mônica #1 (Editora Globo)
Republicação na série Clássicos do Cinema: Editora Panini, 2008
Roteiro: Não indicado na edição
Arte: Não indicado na edição
42 páginas

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais