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Crítica | Turma da Mônica em Maratona de Natal

Um especial de três episódios sobre a Mônica e seus amigos envoltos pela magia natalina.

por Leonardo Campos
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Os personagens da Turma da Mônica possuem vasta presença na memória cultural brasileira. Ao longo de tantas décadas em quadrinhos e com universo ampliado para diversos formatos narrativos, tais como espetáculos teatrais, filmes em animação e live action, materiais pedagógicos, dentre outros, tornou-se inevitável uma abordagem natalina com estas figuras divertidas e que marcaram a trajetória de tantas pessoas. Com produção da equipe de Maurício de Sousa, em 2010, os realizadores deste projeto criaram a Maratona de Natal da Turma da Mônica, junção de três histórias para o formato longa-metragem, algo já habitual nas animações destes personagens. Divertido, mas pouco provável de ser entretenimento fluente para públicos além do infantil, este especial natalino retrata todos os valores que conhecemos sobre esta época do ano, contados por meio de uma narração e números musicais entrecortados entre as histórias.

No formato adotado, temos Maurício de Sousa conectado em seu computador, numa conversa de abertura com Anjinho, figura que dialoga com o autor deste universo, revelando para os espectadores os valores natalinos: amor, amizade, altruísmo, companheirismo, etc. Versa sobre o nascimento de Jesus Cristo e da verdadeira essência natalina. Enquanto acompanhamos o papo, a edição vai do animado ao espaço de imersão do interlocutor humano, um suntuoso escritório com diversos quadros belíssimos que retratam os personagens da turminha dos quadrinhos mais amados do território brasileiro. Logo após um amplo momento entre animação e ator real, Sousa se despede da ligação que também traz Mônica, Magali, Cebolinha, Cascão, dentre outros.

É a hora da ceia natalina e deste ponto, teremos apenas a junção das três histórias mencionadas, combo que formata o longa-metragem, produções que apresentam alguma variação de qualidade narrativa, em especial, nos textos e temas, sendo a animação padronizada do começo ao fim e melhor que qualquer episódio natalino de universos como o da Barbie, por exemplo. As cores habituais deste universo se fazem presente, com adição de mais elementos para composição da escala e textura natalina. Árvores de Natal, guirlandas, pacotes de presente e outros ícones do período foram inseridos, sem o pecado de incrementar os cenários com neve, mantendo o devido diálogo com a perspectiva cultural brasileira. Este é um cuidado fundamental, adotado aqui.

A primeira história é bastante panorâmica. Em Feliz Natal Para Todos, eles fazem uma viagem panorâmica pelo universo da Turma da Mônica, tocando em pontos diversos do período natalino. O foco no consumismo é criticado, Cascão dá lições sobre como manter as ruas limpas, Mônica narra as suas experiências, Magali se irrita com as escolhas da ceia de sua família, Chico Bento dá as caras e até Horácio aparece para falar do passado e da evolução da história do Natal. Na sequência, As 12 Badaladas dos Sinos de Natal, temos Cebolinha com algumas frustrações, numa pegada musical que reflete sobre o período ser mais de dar do que receber, uma exaltação pedagógica da caridade. Por fim, nos deparamos com Véspera de Natal, o mais desinteressante de todos, na habitual de Cebolinha e Cascão pelo coelho Sansão, da Mônica, culminando numa lição natalina sobre perdão, quando a personagem fica impedida de atacar os amigos depois de uma peripécia com o seu brinquedo favorito. Em linhas gerais, dentro dos padrões deste universo que sempre funcionou melhor mesmo na perspectiva narrativa em quadrinhos.

Turma da Mônica em Maratona de Natal — Brasil, 2010
Direção: Maurício de Sousa
Roteiro: Maurício de Sousa
Elenco: Maurício de Sousa
Duração: 75 min.

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