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Crítica | Ultraman: The Ultimate Hero (Ultraman Powered) – 1X01: Em uma Missão de M78

Depois da Austrália, os EUA.

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna semanal dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 1
Número de episódios: 13
Período de exibição: Lançada originalmente em vídeo doméstico em 16 de dezembro de 1993 no Japão (e depois como série por lá em 1996).
Há continuação ou reboot?: Sim. Foi precedida por dez outras séries e foi sucedida por quase 40 outras séries nas décadas seguintes, até hoje em dia.

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No longo intervalo entre Ultraman 80 e Ultraman Tiga, o super-herói japonês foi levado para outras paragens, primeiro para a Austrália em Ultraman: Towards the Future (ou Ultraman Great), e, depois, para os EUA, em Ultraman: The Ultimate Hero (ou Ultraman Powered), em duas tentativas de ocidentalizar o personagem por meio de coproduções internacionais que tiveram vida curta, mas que ajudaram a mantê-lo vivo no imaginário popular japonês, já que ambas aportaram primeiro no Japão, por meio de vídeo doméstico e, depois, em forma serializada na televisão de lá, sendo responsáveis, depois, pelo efetivo retorno de Ultraman na Era Heisei (ironicamente, apesar de ser uma coprodução com os EUA e de ela se passar nos EUA, sendo filmada por lá, a série nunca passou no país). No entanto, infelizmente, essas duas produções têm em comum sua completa falta de qualidade, pelo menos julgando pelo episódio inicial de cada uma. Se Towards the Future trouxe um herói um pouco mais volumoso do que de costume, The Ultimate Hero o faz retornar à forma física tradicional, mas falha fragorosamente no que há de mais importante em obras desse tipo: a pancadaria.

Em termos de roteiro, o episódio piloto segue o padrão quase imutável de começos de novos personagens Ultra: há uma entidade bondosa espacial que, para atuar na Terra, precisa fazer uma parceria à la Capitão Marvel (ou Shazam, se preferirem) com um terráqueo valoroso, trocando de corpo com ele e transformando-se em um temporariamente superpoderoso ser prateado e vermelho para lutar contra ameaças monstruosas variadas. O humano da vez é Kenichi Kai (Kane Kosugi), membro da WINR, sigla de Worldwide Investigation Network Response, que não tem uma tradução ao pé da letra em português muito boa, mas que é, como de praxe, uma agência de patrulhamento e defesa da Terra, desta vez sediada nos EUA, que se transforma em Ultraman usando a Cápsula Beta quase que exatamente da mesma forma que Shin Hayata na série original de 1966. O monstro da vez é um Baltan, inimigo clássico de Ultraman que, para mim, parece uma enorme lagosta.

Se em termos de figurino, esse novo Ultraman é bem superior ao imediatamente anterior, revertendo ao modelo clássico de seu uniforme e, em termos de criatura, ela se segura até bem, tudo o que existe ao redor deles quando estão gigantes é abissalmente ruim. As maquetes da cidade que, como sabemos, nunca foram o suprassumo dos efeitos práticos ao longo das décadas dos tokusatsu japoneses, aqui caem diversos níveis de qualidade, em momento algum sequer se aproximando de convencer o espectador de que Ultraman e Baltan estão lutando em algum lugar diferente do que justamente um cenário feito de maquetes recortadas em papelão. Chega a ser vergonhoso. Mas nada se compara às lutas em si que são lentas, cansadas e sem nenhuma inventividade a ponto de elas realmente atrapalharem a experiência. E não, não estou exigindo nada especial, apenas algo parecido com a média do que produções anteriores da franquia conseguiram colocar na tela. Não tenho certeza se é uma questão exclusiva desse primeiro episódio ou se isso se mantém ao longo da série toda, mas os 25 minutos de duração tornam-se torturantes com a pancadaria decepcionante que é mostrada.

Ultraman: The Ultimate Hero pode ter o mérito de, juntamente com Towards the Future, ter auxiliado na renovação do interesse pela propriedade e no que três anos depois viria a ser Ultraman Tiga, o que talvez seja suficiente para justificar sua existência, mas, quando olhamos isoladamente pelo menos para esse começo de série, é de coçar a cabeça como é que isso aconteceu, pois não teria me espantado em nada se tivessem enterrado de vez qualquer coisa com o prefixo Ultra. Fica bem claro que os fãs de Ultraman são capazes de sublimar todo o tipo de problema que a franquia tenha para que ela se perpetue, o que, não tenho dúvida, tem suas vantagens, pois, de tanto insistir, é matematicamente provável que alguma coisa realmente boa saia do lodaçal de mesmice.

Ultraman: The Ultimate Hero – 1X01: Em uma Missão de M78 (Ultraman: The Ultimate Hero – 1X01: On a Mission from M78 – Japão/EUA, 16 de dezembro de 1993)
Direção: King Wilder
Roteiro: King Wilder
Elenco: Kane Kosugi, Harrison Page, Robyn Bliley, Sandra Guibord, Rob Roy Fitzgerald
Duração: 25 min.

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