Home QuadrinhosEm Andamento Crítica | Uncanny X-Men # 1 – Marvel NOW!

Crítica | Uncanny X-Men # 1 – Marvel NOW!

por Ritter Fan
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Todos os comentários abaixo devem ser considerados como potenciais SPOILERS para quem somente vem acompanhando as publicações Marvel pelo que sai no Brasil. Assim, cuidado!

Depois de três meses sem o principal título dos mais famosos mutantes da editora, a Marvel volta, finalmente, com Uncanny X-Men em uma edição escrita por Brian Michael Bendis que também comanda a fantástica All-New X-Men. Bendis parece ter um plano muito bem orquestrado para os heróis e seu controle de duas das mais importantes publicações do projeto Marvel NOW! demonstra a confiança da Casa das Ideias na caneta do homem que criou sucessos como o Homem-Aranha do universo Ultimate, Secret War e Invasão Secreta.

A linha desesperançosa de All-New X-Men foi de certa maneira quebrada com a vinda dos X-Men do passado, que trouxeram uma carga mais leve – mas não tanto – à revista. Assim, Bendis pode focar sua mira dark emUncanny X-Men,  título que efetivamente foca na queda de Cíclope. Os dois títulos, pelo menos até o momento, podem ser lidos independente um do outro, mas é claro que a leitura dos dois é altamente recomendável, especialmente porque são dois sólidos trabalhos do autor.

Como quem já acompanha All-New X-Men (que teve mais do que um arco inteiro publicado antes de Uncanny sair) sabe que Cíclope, junto com Magneto, Emma Frost e Magik (Ilyana Rasputin, a irmã de Colossus), vem recrutando os novos mutantes que passam a pipocar pela Terra depois que a Força Fênix foi dissipada no evento Vingadores v. X-Men. Ciclope quer, do seu modo, reconstruir a escola Charles Xavier para mutantes e, para isso, enfrenta a polícia e outros heróis. Assim, Bendis reconta essa trama, mas usando de um artifício que nos prende à narrativa: Maria Hill, diretora da S.H.I.E.L.D. interroga um misterioso e aparentemente perigoso homem que está lá para falar de Ciclope e sua turma. O que vemos, assim, é o que ele conta, até a surpreendente revelação de quem é (não, não vou dizer aqui).

Com isso, o tabuleiro está montado. De um lado, temos Ciclope fazendo o que bem entendem pela comunidade mutante e, de outro, a S.H.I.E.L.D., municiada de informação trazida pelo tal homem misterioso, tem a oportunidade de tentar impedir os planos do mutante caolho. E essa maneira de tratar Uncanny X-Men é especialmente interessante, pois permitirá que as duas linhas narrativas (essa e a de All-New X-Men) se complementem, sem necessariamente cruzarem.

A arte de Chris Bachalo, que desenha e colore esse número, é muito boa, ainda que peque por ir um pouco para o lado da caricatura, o que não combina exatamente com o tom da publicação. O quadro de abertura, com Maria Hill ao lado de Nick Fury Jr. (sem comentários…) e um agente da S.H.I.E.L.D. deixa isso muito claro: ela parece uma menina, quase adolescente, muito diferente dos traços fortes e adultos que vemos em O Indestrutível Hulk. No entanto, Bachalo mais do que compensa esse problema nas cenas de ação, ao trabalhar os quadros de maneira original, separando-os mais em determinadas páginas e juntando-os em outras, mas sempre manipulando a diagonal, como se quisesse reproduzir o ângulo holandês usado no cinema. O estranhamento natural que esse tipo de diagramação causa combina muito bem com os problemas nos poderes mutantes de Ciclope e de Magneto, causados pela Força Fênix.

Não poderia, porém, encerrar essa crítica sem falar nos novos uniformes tanto de Cíclope quanto de Magneto.

UncannyXMen_1_Cover

No caso de Ciclope, achei que Bachalo acertou em cheio ao criar algo que, apesar de lembrar o que já veio antes, dá um twist novo e diferente no icônico visor do herói (será que ainda posso chamá-lo de herói?). Como vocês podem ver nas ilustrações, o visor que, de uma forma ou de outra sempre esteve presente no rosto de Ciclope desapareceu, dando lugar a um enorme X que concentra o raio em um ponto apenas. Não há explicação na revista para essa modificação, mas não é muito difícil supor que tem relação com o descontrole de seu poder. O resultado final do redesign de Bachalo é um uniforme muito interessante, bonito e que chama a atenção. Muita gente já reclamou da ausência do visor, mas esse pessoal realmente deve ter algum tipo de resistência a qualquer coisa nova. Vamos dar tempo ao tempo, pois creio que o trabalho do desenhista marcará muito bem essa nova “vida” de Ciclope.

No entanto, há a questão do uniforme de Magneto. Nada contra mudanças, mas transformar a roupa clássica do vilão (será que ainda posso chamá-lo de vilão?) em um armadura medieval branca sem maiores explicações é um tanto demais. Talvez na década de 90 e sob o pincel de Rob Liefeld isso fosse aceitável (nunca foi no meu livro), mas agora, em pleno 2013? Óbvio que isso não vai me fazer desviar o olhar dessa publicação, pelo que espero que eu acabe me acostumando com esse design para lá de exagerado e que está longe de ser novo.

Brian Michael Bendis promete nos brindar com intrigantes e excitantes narrativas. O futuro dos mutantes da Marvel não poderia estar em mãos melhores.

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