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Crítica | Vingadores: Ultimato – Prelúdio do Filme

por Ritter Fan
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Vou começar com minha boa e velha reclamação toda vez que lanço críticas sobre os prelúdios em quadrinhos dos filmes do Universo Cinematográfico Marvel: enquanto os estúdios Marvel arrasam na Sétima Arte, a editora Marvel desperdiça todas as oportunidades possíveis de criar um universo editorial de categoria para espelhar e potencialmente expandir o cinematográfico. Com raras exceções que ficam apenas um pouco acima da linha da mediocridade (o prelúdio de Guerra Infinita por acaso é um deles), o que vemos nas HQs são trabalhos apressados, feitos para cumprir tabela, que não agregam absolutamente nada a não ser um dissabor enorme por essa demonstração de descaso completo.

Como de praxe nas continuações da franquia, o prelúdio não é exatamente um prelúdio, mas sim uma adaptação direta do filme anterior. Com isso, Will Corona Pilgrim, roteirista que aparentemente é pago para fazer coisas ruins e enterrar sua carreira nos quadrinhos, pegou o roteiro de Guerra Infinita, escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely, e fez um Ctrl+C – Ctrl+V na forma de uma suposta adaptação que está muito mais para uma transliteração de absolutamente tudo que vemos no filme. Se alguém já ficou feliz ao ler isso, eu sinto muito por você, pois esse tipo de “adaptação” normalmente é a pior possível, já que não permite espaço para que as mídias sejam respeitadas.

Eu poderia listar aqui uma penca de adaptações incríveis em quadrinhos de obras cinematográficas feitas pela própria Marvel Comics há muitas décadas, em uma era em que havia uma certa solenidade para isso. No lugar de no mínimo adaptar Guerra Infinita – filme que tenho certeza que todo mudo concordará que poderia gerar uma baita graphic novel – em formato nobre, escrito por gente que faz mais do que só copiar e com arte diferenciada, a editora simplesmente fez a coisa mais burocrática e banal possível, apertando um épico de 2h30′ em meras 71 páginas que parecem mais ser a versão ilustrada do roteiro, com uma verborragia gigantesca, irritante e que atravanca toda e qualquer fluidez.

Se era para fazer dessa forma, então que pelo menos Paco Diaz, encarregado da arte, tivesse mais do que três edições para desenhar a história, de maneira a equilibrar melhor os balões de fala e para trazer vida à momentos-chave. Infelizmente, no formato provavelmente exigido pela editora, ele não teve como deixar de comprimir toda a ação em brevíssimos quadros que retiram todo e qualquer impacto nas sequências. A luta inicial entre Thanos e o Hulk parece acabar em um piscar de olhos e a expansividade da batalha de Wakanda é trabalhada em literalmente um quadro e meio, o mesmo valendo para a pancadaria em Titã, que não ganha nem um página direito.

No final das contas, esse prelúdio é apenas mais um caça-níqueis vazio de qualquer valor que não o de oferecer um resumo de leitura rápida para quem não tiver paciência de rever Guerra Infinita em preparação a Ultimato. Uma pena que não haja qualquer semblante de ambição pela Marvel Comics com essa patética linha editorial.

Vingadores: Ultimato – Prelúdio do Filme (Avengers: Endgame – Prelude, EUA – 2018)
Roteiro: Will Corona Pilgrim (baseado em roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely)
Arte: Paco Diaz
Cores: Dono Sánchez-Almara
Letras: Travis Lanham
Editora original: Marvel Comics
Data original de publicação: dezembro de 2018 a fevereiro de 2019
Páginas: 71

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