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Crítica | Visões 2: A Vingança dos Fantasmas

por Leonardo Campos
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Há realizadores que se acomodam depois do sucesso estabelecido. Takashi Shimizu, depois do boom de O Grito, praticamente não fez outra coisa a não ser produzir retornos de Kayako e Toshio para as telas dos cinemas. Tal repetição exaustiva também ecoou em outras franquias, sendo Sadako outro retorno insistente, em versões 3D, desnecessárias, bem como os espíritos tailandeses dos Pang Brothers, dupla formada por Oxide Pang Chun e Danny Pang. No desenvolvimento de Visões 2 – A Vingança dos Fantasmas, eles receberem apoio de Mark Wu na direção, juntamente com a mesma equipe técnica do filme anterior, isto é, os planos e movimentos da direção de fotografia, os efeitos visuais e sonoros, a trilha musical, dentre outros traços que recriam o elo entre o mundo sobrenatural e o mundo dos vivos , foram todos realizados pelo mesmo grupo de pessoas engajadas, que acreditam na história que contam, mas que desta vez, não conseguiram os resultados suficientes.

O tópico delineado em Visões 2 – A Vingança dos Fantasmas é a maldição que acomete um grupo de pessoas que começa a ver fantasmas mesmo contra a vontade. Ver espíritos, afinal, é um dom? É assustador e a pessoa talvez não esteja preparada para tanto, disposta a ser assustada cotidianamente, mas é o que acontece com um grupo de jovens que decide passar as férias na Tailândia e encontra um livro de lendas locais. Ao ler o material chamado Dez Maneiras de Ver Um Fantasmas, eles começam a colocar em prática algumas coisas, por meio de brincadeiras ao estilo “o jogo do compasso” ou “do copo”, sem saber que tais investidas podem atrair fantasmas nem sempre dispostos a brincar.

Depois de realizada a primeira vez, os espíritos não param de se fazer presentes, cada vez mais espevitados. O desfecho, como já podemos imaginar, é trágico para muitos deles, com algumas pitadas à mais de humor em seu desenvolvimento. O filme que na verdade deveria se chamar The Eye 3, mas que foi chamado de The Eye 10, em relação aos fantasmas e a quantidade de peripécias realizadas por essas presenças sobrenaturais, aqui no Brasil, ganhou um título que dá continuidade ao que foi realizado em Visões, como se ambos fossem parte de uma franquia independente, mas que na verdade são filmes com histórias independentes, mas todos do mesmo universo do responsável por fornecer material de base para O Olho do Mal, refilmagem estadunidense do primeiro da série.

Mesmo diante da independência, há a preocupação dos realizadores em citar os filmes anteriores, com breves momentos de metalinguagem, com observações sobre um caso de transplante de córnea e outro sobre uma grávida suicida. Com bastante eficiência para as cenas em espaços apertados, tais como elevadores e corredores, ótimos ambientes para a direção de fotografia assinar com criatividade, Visões 2 – A Vingança dos Fantasmas produziu uma quantidade menor de efeitos visuais, focada na construção de uma atmosfera mais dramática e com o suspense como guia da linha narrativa. O resultado acaba desaguando no tédio, mas ainda assim é uma produção razoável. O grande problema é enfrenta-la, pois na ocasião de seu lançamento, os filmes de terror orientais e suas refilmagens atravessavam uma obscura fase de saturação. Não por ser orientais, mas por contar, toda vez, a mesma história.

Visões 2 – A Vingança dos Fantasmas (Gin gwai 10) — Hong-Kong, 2005
Direção: Oxide Pang Chun, Danny Pang
Roteiro: Oxide Pang Chun, Danny Pang
Elenco: Bo-lin Chen, Yan Kam Ching, Ng Wing Chuen, Leung Cjun Fai, Yu Gu, Tanyapan Jansiw, Chan Yui Kei, Bongkoj Khongmalai, Isabella Leong
Duração: 90 min.

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