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Crítica | Wolverine Max: Fúria Permanente

por Ritter Fan
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estrelas 3

Reunindo os cinco primeiros números da mais recente encarnação da publicação do sub-selo “Max”, da Marvel, voltada para um público mais adulto em razão de uso constante de palavrões, sexo e violência extremamente gráfica, o encadernado da Panini traz de volta o baixinho mais adorado dos quadrinhos em uma repaginada completa, sob a batuta de Jason Starr, romancista americano que também atua como roteirista de quadrinhos. Mas será que Fúria Permanente cumpre a promessa de mostrar um Wolverine violento e brutal?

A resposta curta e objetiva para minha própria pergunta é sim. Se você procura uma história que coloca Wolverine em situações pródigas de dilacerações, decepagens, sangue aos borbotões e mortes horripilantes, sim, essa é sua revista.

No entanto, há um porém. Esse não é o Wolverine de sempre. A série Max é conhecida por ser desapegada da continuidade normal do Universo 616 da Marvel, o que permite histórias completamente independentes. Com isso, Jason Starr apaga tudo que normalmente sabemos sobre o Wolverine e meio que “começa de novo”. Mas não é uma história de origem. Longe disso. Wolverine já é o Wolverine que conhecemos, mas Starr usa de um velhíssimo truque narrativo que já foi mais do que usado no caso de Wolverine: a perda de memória.

E sim, se você revirou os olhos ao ler isso, saiba que tive exatamente a mesma reação. Mais perda de memória? Mas que falta de imaginação, não é mesmo?

Tudo começa logo depois de um acidente de avião em que um desmemoriado Wolverine é, claro, o único sobrevivente. Ele parte, imediatamente, para tentar descobrir quem exatamente ele é, o que estava fazendo no avião e quem era a moça que estava com ele. Ao longo da narrativa, o herói tem enormes flahsbacks de sua vida há 150  anos, quando era samurai no Japão feudal e conhece Victor Creed e Mariko Yashida.

O subterfúgio da perda de memória funciona só até um ponto, pois, depois, com Wolverine constantemente se lembrando do passado, o tom fica repetitivo e pouco original, apenas uma desculpa para Logan sair arrancando braços e saindo na paulada com Creed. Não tem nada de muito novo ou radicalmente mudado no trabalho de Starr. Parece, apenas, mais do mesmo.

A arte do encadernado é de responsabilidade de dois artistas: Roland Boschi e Felix Ruiz. Apesar da diferença nos estilos, há uma certa convergência nos traços e no nível de detalhes utilizados. O grande problema é que só mostrar violência explícita não é suficiente para tornar algo realmente bom. A fluidez dos quadros é burocrática e a falta de detalhes nos rostos acaba tornando todo mundo parecido. Logan, em determinados momentos, muda de fisionomia radicalmente, o que acaba criando um certo desconforto visual. No entanto, o trabalho de flashbacks para o Japão feudal funciona, talvez porque a arte reflita mais a época retratada, ou talvez, porque o que acontece no passado é mais interessante do que o que acontece no presente.

Aliás, toda a narrativa se beneficiaria muito se o foco do trabalho de Starr fosse o passado de Logan. A história do presente, que gira em torno da recuperação da espada do clã Yashida, soa fraca demais e completamente sem propósito. Já quando Starr olha para o passado, a coisa faz mais sentido e se torna mais trágica e excitante.

Fúria Permanente é melhor do que provavelmente tudo o que está sendo feito atualmente com Wolverine no projeto Marvel NOW!, mas, mesmo assim, ainda está muito aquém do potencial indiscutível que o personagem tem.

Wolverine Max: Fúria Permanente (Wolverine Max # 1 a 5)
Roteiro: Jason Starr
Arte: Roland Boschi, Feliz Ruiz
Cores: Dan Brown, Andres Mossa, Lee Loughridge
Editora (nos EUA): Marvel Comics (de outubro de 2012 a março de 2013)
Editora (no Brasil): Panini (novembro de 2013)
Páginas: 116

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