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Crítica | Wolverine Max: O Protetor

por Ritter Fan
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estrelas 3

O Protetor é o segundo encadernado publicado pela Panini contendo dois arcos de Wolverine Max, mais precisamente os #6 a 10. Como mencionei em meus comentários a Fúria Permanente (o primeiro encadernado), trata-se de uma história fora da continuidade normal de Wolverine. Aqui, vemos um Logan com uma história pregressa diferente do Logo do Universo Marvel 616 (o comum) e, por isso mesmo, as amarras da continuidade não existem.

Mas o segundo volume é continuação direta do primeiro, com Logan desmemoriado, chegando a Los Angeles para tentar recomeçar sua vida depois dos violentos eventos no Japão. Ele, agora, é o feliz dono de um cadela que  ele batizou carinhosamente de Cachorra e dorme em uma picape caindo aos pedaços. Mas é claro que paz é algo efêmero na vida de Wolverine.

wolverine max 2 coverNão demora e, no primeiro arco, que dá o nome ao encadernado, ele se envolve com uma atriz pornô inglesa que o contrata como seu motorista. Entrando nesse submundo, ele precisa lidar com um violento produtor que tenta estuprar a moça. Sua defesa acaba gerando tragédia e, claro, mais violência. Trata-se de um arco simples, que funciona para mostrar a Logan que seu destino não é mesmo dormir em paz sob as estrelas. Sua vida é uma de inexorável violência que se torna ainda mais torturante por ele não saber de quase nada sobre seu passado, quando ele conseguiu suas garras e o que ele deve fazer para ter algum vislumbre de futuro.

A arte de Felix Ruiz é bonita, mas crua. Ele desenha com traços marcantes em forma de “esboço”, o que empresta uma espécie de selvageria à toda a narrativa. Não há muitos detalhes nos rostos ou em paisagens de fundo, mas é muito eficiente para passar visualmente ao leitor o que se passa na cabeça de nosso herói. Com cores esmaecidas, mudas mesmo na sequência inicial na praia, o tom finalista e desesperançoso fica salientado e nós sabemos de antemão que a história não acabará bem.

Ao final do arco, Logan acham um bilhete na caçamba do seu carro com seu nome e um endereço em Las Vegas. Esse é o gancho, então, para Um Longo Caminho, título do segundo arco, em que acompanhamos Wolverine em uma moto se dirigindo para a Cidade do Pecado. Ele quer saber quem ele é, quem deixou o bilhete para ele e nada o afastará desse objetivo.

No entanto, na estrada, ele se depara com alguém que o conhece, Bobby Fragosi, e mais sobre seu passado é revelado. Nesse ponto, o roteiro de Jason Starr se enfraquece. Enquanto que, no primeiro arco, ele nos apresenta a uma história quase “solta”, mas bem estruturada, no segundo ele apela para a saída mais fácil: a coincidência. O encontro com Fragosi se dá por pura sorte (ou azar, depende de sua interpretação) e o encadeamento da história fica forçada, um tanto sem sentido, dando a entender que Starr não tinha mesmo o que contar.

A arte, nesse arco, é de Roland Boschi e, apesar de seu estilo ser também o de “desenho inacabado”, seus traços sinuosos são, para mim, feios, especialmente quando a “conversa” entre Logan e Fragosi acontece. Por outro lado, ele desenha carros, acidentes e lutas muito bem, equilibrando um pouco seu problema com rostos.

Em linhas gerais, O Protetor é um encadernado que diverte, mas que não avança muito a história desse Wolverine a quem fomos apresentados em Fúria Permanente. Resta saber se o terceiro volume trará o fechamento que a história merece.

Wolverine Max: O Protetor (Wolverine Max # 6 a 10)
Roteiro: Jason Starr
Arte: Felix Ruiz, Kim Jacinto, Guillermo Mogorron, Roland Boschi
Cores: Dan Brown, Lee Loughridge
Editora (nos EUA): Marvel Comics (de abril a agosto de 2013)
Editora (no Brasil): Panini Comics (junho de 2014)
Páginas: 116

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